20
Mar11
Fogo sem Fumo
Minuto Zero
A hora dos trunfos
As eleições no Sporting estão mesmo à porta. Dentro de uma semana, haverá novo presidente verde e branco. Desde que me conheço enquanto ferrenho adepto leonino, nunca tinha visto algo assim: cinco candidatos à presidência do Sporting Clube de Portugal. É a exigência e a circunstância do momento. É o reconhecimento de uma triste realidade que se assume como inquestionável – O Sporting Clube de Portugal bateu no fundo. Mas tal como já o disse numa crónica anterior: ele levantar-se-á. O Sporting é um grande clube, com cerca de 2 milhões de adeptos, pessoas orgulhosas da história do clube, preocupadas com o presente aterrador e com vontade de construir um novo futuro.
A discussão, mesmo no actual momento, não muda muito em relação às discussões do passado: “continuidade” vs “ruptura”. É triste ver a postura dos elementos da continuidade, e até aqueles que no passado exigiam rupturas, mas que agora estão confortados com promessas de vice-presidente e outros favores. Estes senhores até podem ser grandes sportinguistas, porém, não entendem que a sua permanência em Alvalade é bastante maléfica para o clube, pois estão rodeados pelos interesses, pelos favores, porque pertencem às empresas a quem o Sporting deve dinheiro ou porque querem que as suas empresas sejam as futuras credoras do Sporting. É com isto que é necessário romper. Com este amor incondicional ao Sporting e aos seus interesses. É necessário escolher: Eu e os meus amigos ou o grande Sporting. Eles são como polvos, estão no meio. Querem que o Sporting cresça, que volta a ganhar, mas também querem encher-se e encher os seus amigos. Perdoem-me a linguagem, mas é isto que se passa em Alvalade. O senhor do estádio novo que prometia que nunca ficariam dívidas com o mesmo encargo, agora fala em regeneração? Basta ver as listas da referida candidatura para se perceber ao que se propõe. As moscas apenas levam uma ligeira refrigeração e o dito sustento das mesmas continuará igual. E quem paga? O Sporting. Isto não pode acontecer. É hora de mudar, de romper com os roquetteiros e os seus ultimatos: ou “eu” o “abismo”. Esta atitude apenas revela o quanto estão agarrados ao poder. É triste, muito triste.
Gosto bastante de Dias Ferreira e até já o disse que não me importava que ele vencesse, declarei publicamente que o apoiava. Porém, penso que me precipitei. Errei no julgamento que fiz. Esperei para o dizer, pois ainda esperava uma eventual aliança entre Dias Ferreira e o candidato que mais me tem agradado nesta campanha verde e branca – Bruno Carvalho. Infelizmente, tal não é possível. Não por Bruno Carvalho, que até se demonstrou favorável a uma negociação, mas por Dias Ferreira ter dito que não faria coligações com ninguém. Tenho pena. Fico com pena. A meu ver, ganharia o Sporting com a coligação Dias Ferreira - Bruno Carvalho. Como tal não é possível, fico dividido. Gostaria de ver o que faria Bruno Carvalho caso vencesse as eleições do próximo dia 26. Concordo com a análise que faz do actual estado do clube, o fundo dos milionários russos parece ser uma boa solução e Van Basten é, tal qual Frank Rijkaard, um bom treinador e que com certeza, acrescentaria valor ao plantel do Sporting.
É isto que me divide. É isto que me leva a voltar atrás e a repensar quem será o melhor candidato à presidência do clube. O passado dizia-me que era Dias Ferreira, o presente – e especialmente, a campanha – tem-me dito que o melhor é Bruno Carvalho. Faço votos que as dúvidas dos sportinguistas sejam semelhantes às minhas e que andem indecisos entre estes dois senhores. Vamos ver se é desta que corremos com o gang da “continuidade”. Viva o Sporting!
by Alexandre Poço