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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

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Minuto Zero

03
Jul12

Steve Field

Steve Grácio

Espanha volta a (con) vencer

 

Com vem sendo habitual, a Espanha voltou a vencer o Europeu de futebol. Entrou na história ao ser a primeira selecção a vencer três competições sem interrupção. Apesar de quem diz o contrário (vá-se lá saber porquê…) a Espanha é uma justa vencedora (como todos os que ganham). Para mim são a melhor selecção de sempre, pelo menos são a melhor equipa que vi jogar.
A Espanha (tal como o Barcelona, a base da selecção) tem características invulgares no futebol e de fazer inveja a qualquer um. Têm uma identidade muito bem definida, que é o essencial numa equipa. Jogam com um falso 9 que permite constante movimentação dos atletas (e mesmo sem avançado fixo aparecem sempre vários jogadores em zona de finalização), dão primazia à técnica que lhes permite manter a bola quase todo o encontro e, sobretudo, fazem um pressing asfixiante, recuperando a bola o mais rapidamente possível para voltar a iniciar o carrossel.
Todos estes factores levam ao inevitável para os adversários: um tremendo desgaste físico. Tanto Portugal no prolongamento e a Itália em todo o encontro estavam muito desgastados. A maioria relaciona isso com questões meramente físicas. Puro engano! Por melhores fisicamente que qualquer selecção se encontre, quando jogam com a Espanha têm de correr um jogo inteiro atrás da bola, que desgasta física e psicologicamente. Na equipa Espanha os jogadores têm pouco desgaste porque a bola é que corre, não são os atletas, ao contrário dos seus oponentes. Muitos consideram o futebol espanhol aborrecido. Será inveja? A mim, pelo menos, delicia-me ver a bola ser tão bem tratada, ver movimentações que são um hino ao futebol, ver um pressing tacticamente impecável.
Além disso, têm um conjunto invejável. Não são só 11 jogadores bons, são 23 e até muitos que não foram convocados têm imensa qualidade. Este é o azar de Portugal (fruto do mau planeamento dos clubes, que irá ter consequências negativas a curto prazo). Em Espanha trabalha-se bem, e a selecção ganha com isso.
Destaque ainda para Portugal que foi a única selecção que fez frente a esta equipa de outro mundo, apenas claudicando nos penaltis, onde o vencedor é sempre incerto. Portugal fez o que qualquer equipa tem de fazer contra a Espanha (mas é difícil, a Itália tentou e foi goleada): pressionar o portador da bola a partir do meio campo, fechando as linhas e partindo rápido em transições. Que grande estratégia de Paulo Bento, que por pouco não deu uma passagem à final, totalmente inesperada.
Pedro Proença apitou a final do euro, depois de ter apitado a final da Liga dos Campeões, um feito de louvar. Quer queiram quer não, também na arbitragem somos dos melhores do mundo. Pedro Proença apita melhor fora do que em Portugal? Em parte sim, mas porque em Portugal há muita pressão sobre os árbitros. Em Portugal qualquer derrota é culpa do árbitro, ninguém sabe ver a realidade nem assumir as culpas. é muito mais difícl apitar em Benfica-Porto do que uma final do euro. A arbitragem raramente influencia um resultado, só o futebol jogado dentro das quatro linhas influencia um resultado. Durante o euro, várias foram as teorias da conspiração contra esta selecção espanhola. A principal era que Platini queria ver a Espanha e a Alemanha na final. Foi uma declaração muito infeliz, é certo, mas teve repercussões exageradas. Platini apenas fez um palpite, um palpite que eu também tinha. A prova que estes palpites não têm peso e os que são melhores no campo é que ganham foi a eliminação na Alemanha, ou a ausência de Barcelona e Real Madrid na final da Liga dos Campeões. Quem está constantemente contra os árbitros e com estas teorias não consegue viver verdadeiramente o futebol. Quem vir o futebol como amante da modalidade e não como adepto passa a gostar mais de futebol, isso é certo. Temos de analisar o futebol, não analisar o extra futebol. Quando isto acontecer, tudo será melhor. Viva ao desporto rei!



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