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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

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Minuto Zero

21
Mai12

Livre Direto

Cláudio Guerreiro

O que esperar do atletismo português em Londres?

 


 

23 são os atletas que conseguiram mínimos para os Jogos Olímpicos de Londres em Julho/Agosto deste ano. No entanto, nem todos viajarão para a capital com o objetivo de trazer medalhas para Portugal. Muitos irão participar sem grandes ambições, ou seja, com o simples objetivo de estar presente no maior evento desportivo do mundo.

 

Supostamente, uma das maiores hipóteses de medalha viria de Nélson Évora, campeão olímpico em título, mas a contas com uma lesão não poderá estar presente. Deste modo, as esperanças dos portugueses estão algo em baixo.

 

Sendo assim, é preciso começar a ver quem poderá conseguir um lugar no pódio. A escolha mais óbvia para ser o principal atleta português é Naide Gomes, no salto em comprimento. Mesmo com 32 anos, a saltadora nacional ainda tem claras hipóteses de finalizar a prova entre as três primeiras. Para que tal aconteça a atleta terá de ultrapassar alguns fatores, tanto a nível físico, como psicológico. Em primeiro lugar, deve evitar as lesões que só servirão para lhe atrasar a preparação. Já a nível psicológico, terá de ultrapassar a questão de ter sempre vacilado nas grandes provas em que era favorita. Talvez agora, não sendo tão favorita, possa conseguir uma vitória algo inesperada, como a que aconteceu há 4 anos com a brasileira Maurren Maggi.

 

Ainda nas disciplinas técnicas, Marco Fortes, no lançamento do peso será o atleta masculino que mais hipótese terá de lutar por uma medalha. Contudo, terá de fazer frente a um conjunto de lançadores norte-americanos de grande nível. Embora tenha tido uma grande evolução nos últimos 4 anos, deverá ter de contar com deslizes de alguns favoritos para conseguir chegar ao pódio.

 

Já nas provas de corrida as hipóteses terão mais do lado das atletas femininas. Na maratona, Jéssica Augusto e Ana Dulce Félix (caso optem por esta prova, em detrimento dos 5000m e 10 000m) e Marisa Barros possuem argumentos suficientes para ficar nos 10 primeiros lugares. A presença das atletas africanas, nomeadamente as quenianas, é o fator que poderá impedi-las de sonhar com algo mais. Na marcha, Inês Henriques, Ana Cabecinha e Vera Santos (Susana Feitor falhou a convocatória e falhará assim aqueles que poderiam ser os seus 6ºs Jogos Olímpicos) já demonstraram capacidades para figurar entre as 10 primeiras classificadas. Caso esteja em boa forma e dependendo das provas que venha a escolher parece-me que Sara Moreira poderá aspirar a um bom lugar nos 3000m obstáculos.

 

Há ainda o caso de Francis Obikwelu que terá como máximo objetivo chegar à final. Algo mais do que isso já me parece muito difícil face ao domínio dos norte-americanos e jamaicanos.

 

Deste modo, é fácil perceber que, teoricamente, apenas Naide Gomes terá reais hipóteses de sair de Londres com uma medalha. Os restantes aqui mencionados apenas conseguirão lutar por elas dependendo de um conjunto de fatores a seu favor.

 

 

Por Cláudio Guerreiro