3x4x3: Jornada europeia
1. A entrada no mês de Fevereiro marca o regresso da melhor competição de clubes do futebol mundial. O regresso dos grandes duelos a eliminar, na segunda fase da Liga dos Campeões é a montra do melhor futebol da actualidade.
Embora os Oitavos de final marquem confrontos entre equipas de realidades bem diferentes na maioria das partidas, o interesse cresce quando se olham as possíveis surpresas para a passagem aos "quartos".
Neste linha, Zenit e Benfica, duas equipas da segunda linha do futebol europeu, marcam um dos mais interessantes e equilibrados confrontos desta fase. Ao nível do relvado, a primeira mão, disputada em condições climatéricas fora do comum, marcaram um choque de estilos, entre duas das boas equipas do futebol europeu periférico.
Num jogo em alta rotação, acabou o Zenit com vantagem, magra é certo, mas sobretudo deixando claramente em aberto a eliminatória. Na Luz a história pode ser bem diferente, com o Benfica mais consciente da sua capacidade, obrigado a marcar é certo, mas com a noção de que não pode mais cometer erros.
Jogadores como Witsel, Aimar e Javi Garcia, são pedras fundamentais para garantir o equilíbrio, face a um Zenit com grande capacidade de fogo. Está tudo em aberto naquela que será com certeza uma das mais disputadas eliminatórias.
Dos outros jogos da semana, destaque é claro para a goleada do Milan sobre o Arsenal, 4-0 em San Siro. Face a uma das mais eficientes equipas do mundo, o Arsenal de toque curto de Wenger, mostrou uma vez mais que atravessa um momento claro de falta de referências, obrigado a competir com uma equipa menos sólida e vergada por enumeras ausências por lesão. As lesões de Wilshire e Diaby no meio-campo sobretudo, retiram muita da possível competitividade e novas referências depois da saída de jogadores como Fabregas, Vieira ou Henry.
Quanto ao Barcelona o bom resultado em Leverkusen coloca Messi e companhia com pé e meio nos quartos de final, apesar de se notar claramente alguma falta de confiança, motivada sobretudo pela mais que provável perca do título espanhol. Sem Xavi, com Piqué em mau momento, tendo de recorrer cada vez mais a jogadores da equipa B, o colectivo de Pep Guardiola vai procurando novamente o caminho da estabilidade. Acredito que as vitórias se encarregaram de devolver a confiança à equipa, essencial para a busca de mais uma final europeia, porque diga-se o que se disser, o grande objectivo de José Mourinho está bem para além das fronteiras domesticas de La Liga.
2. Na Liga Europa, mas em ritmo de Champions, o Porto não foi além de uma derrota caseira, que coloca claramente em causa a revalidação do título conquistado na temporada passada. Apesar da entrada do City algo tremida acabaria por dar resposta a um Porto ainda à procura do melhor momento. A lesão de Danilo, parece ser um retrocesso claro no crescimento da equipa, sobretudo quando Maicon, que acabava de conquistar lugar no eixo, se deslocou para a direita. Sem Janko na Europa, Hulk aparece com avançado centro, longe da sua melhor posição para desequilibrar.
Em Manchester, o Porto terá de fazer um exibição de gala, que em muito dependerá da forma como Mancini abordar a partida.
Também com resultado negativo, o Braga visita na próxima semana a Turquia, onde terá de reverter um 0-2. Do que se viu deste Besiktas, penso que no seu reduto poderá mostrar um pouco mais o seu futebol ofensivo, com alas e toque curto, um jogo interessante, sobretudo para perceber qual a capacidade de resposta dos Bracarences.
Nova viagem até ao leste europeu, onde o Sporting arrecadou um resultado bem melhor do que a exibição. Valeu a inspiração de André Santos e Carriço, apostas de Sá Pinto ao intervalo. Ficou no entanto a sensação que o novo técnico dos leões abusou da contenção numa altura em que tinha apenas garantido o empate. Com Rinaudo, André Santos e Carriço como médios mais recuados na segunda parte, frente a uma frágil equipa do Légia, ficou clara a falta de confiança colectiva. Em Alvalade, a equipa mais forte deverá prevalecer, apesar das dificuldades que os leões a si próprios vão colocando, neste momento o maior dos adversários.
By Tiago Luís Santos