3x4x3: Perspectiva Pós-Mercado
O encerramento da janela de transferências trouxe algumas novidades interessantes ao nosso futebol. Para além de alguns nomes sonantes são de notar e reflectir abordagens dispares sobretudo no que toca aos três grandes.
Comecemos pelo topo da tabela onde o Benfica, de quem se esperava apenas a resolução de situações como Capdvilla, Amorim e Pérez, acabou por chocar o mercado com uma aposta no mínimo surpreendente em Yannick Djaló.
Com contrato até 2016, o avançado chega à Luz depois de 6 meses longe da competição. Confesso que este negócio me causa alguma estranheza, não pelo potencial do jogador, mas sobretudo face aos reconhecidos problemas de balneário provocados sobretudo no Sporting. Em campo não entendo bem qual será a sua função: não me parece jogador para as alas neste Benfica, sobretudo porque é jogador com dificuldade em recuar; também duvido um pouco da sua competência como segundo avançado, precisa de espaço para fazer uso da sua velocidade e 1x1.
Não tenho dúvidas que este negócio tem a marca de Jorge Jesus, não digo que não seja de facto uma aposta com valor, mas face ao que se sabe do atleta um contrato de longa duração (4 anos), não me parece grande solução, até porque será certamente um jogador contestado desde o primeiro minuto de águia ao peito.
Ainda no Benfica, Amorim sai por ano e meio para o Braga, após renovar contrato (!?), uma situação pouco habitual mas que resulta como um voto de confiança da direcção no internacional português. Em Braga irá certamamente lutar por um lugar como titular, provavelmente no eixo do meio-campo onde rende mais.
Quanto ao Porto acabou por ser uma das equipas do futebol europeu que mais apostou neste mercado. As saídas de Bellushi e Guarin, resultam directamente do regresso de Lucho Gonzaléz. Confesso que sou admirador do jogador argentino, que já depois dos 30 me continua a parecer um dos melhores médios do seu país, estranho o facto de ter passado ao lado de uma grande carreira internacional.
A falta de vontade de permanecer em Marselha terá sido a principal razão deste regresso, no qual "El Comandante" promete lutar juntamente com Defour (e talvez Danilo) por um lugar no meio-campo. Grande reforço, o Porto ganha claramente com esta troca.
Já no ataque uma aposta no mínimo longe do que se esperava. Apesar de ser apreciador de Janko, não deixa de ser estranho que quando se esperava que os Dragões apostassem de facto num jogador com maior capacidade para um jogo de posse e tabelas curtas, aposte num jogador com este perfil.
Das vezes que vi Janko jogar, ficou me a impressão que está ali de facto um goleador em potência, com grande potencial, um estilo de jogador em desaparecimento. Mas está longe do perfil "tipo Falcao" que se esperava, dai as minhas dúvidas quanto ao impacto do jogador. Tema que caia na banalidade não encaixando no estilo de jogo. Quanto à sua qualidade individual do que conheço e dentro do estilo muito próprio, parece-me dos melhores gigantes pontas-de-lança europeus. Veremos o que rende.
Quanto aos leões, agora mais longe da liderança, apostaram em Ribas, Neto e Xandão, nenhum deles como opção para o 11 inicial. A saída de Bojinov parecia de facto inevitável, dando espaço para Ribas aparecer. Até ao momento parece um pouco longe de convencer. Quanto a Renato Neto impressiona pela estampa física, está no entanto ainda muito "verde". De Xandão não se espera muito mais do que alguns minutos jogados até ao final da temporada.
By Tiago Luís Santos