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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

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Minuto Zero

29
Jan12

Porque a vida também é feita a correr...

João Perfeito

 

A Morte do Tiki-Taka

 

 

O Futebol Clube Barcelona, após o empate a zero no campo do Villareal afundou-se no submarino amarelo e leva já 7 pontos de atraso sobre o seu eterno rival Real Madrid.

O domínio patenteado pela equipa de Guardiola nos últimos 3 anos é absolutamente assombroso. Com mais de 75% de vitórias no jogos do campeonato e somando goleadas atrás de goleadas efectivadas com jogadas de sincronização absolutamente fantásticas.

Ao longo dos últimos 3 anos, a célebre posse de bola Blaugrana foi-se aperfeiçoando, os espaços no meio-campo para organizar aumentando e as soluções de finalização em movimentos verticais sem bola exponencializaram-se à forma mais artística da história do futebol. Um futebol onde o rigor do passe e da segurança da bola se intersectava com a criatividade e habilidade individual dos seus jogadores.

Contudo, todas as equipas tem telhados de vidro, e todas as epopeias tem um fim… Se por um lado a segurança da posse de bola e a aceleração apenas em situação de finalização permitiram à equipa culé dominar o panorama futebolístico Mundial nos últimos anos, por outro lado, a falta de fluidez de jogo (1º toque), velocidade na construção não permitiu à equipa desenvolver outro tipo de mecanismos de jogo.

Hoje, o Barça tem no enraizamento da sua táctica a cultura do seu jogo e o seu modo de estar no futebol. Mais do que a importância das goleadas o Barca quer deixar-nos a sua filosofia, o seu pensar e agir diferente.

O Barça, equipa de futebol não é mais que o prolongamento da região que representa- a Catalunha. No tiki-taka, a capacidade económica da região, que produz 25% da riqueza espanhola. No extremismo e no ódio ao que é diferente da Catalunha enquanto povo, à falta de adaptabilidade do futebol catalão.

O Barça não sabe jogar doutra forma, porque fundamentalmente não quer perder a sua identidade, e ela é mais importante que qualquer resultado.

Com o advento tecnológico do futebol contemporâneo, a imprevisibilidade do Barcelona vai-se cada vez mais tornando numa previsibilidade, os movimentos são cada vez melhor conhecidos pelos adversários e até o trabalho especifico dos guarda-redes para tapar os remates isolados de Messi- está a dar resultado.

O astro argentino, não consegue mudar a sua forma até então exímia de finalizar, e a sua velocidade e génio escondia a previsibilidade do seu jogo, agora a antecipação do movimento camufla o jogador Argentino.

         Pep Guardiola sabe que não consegue fazer mais desta equipa, expremeu-a até onde pode e sabe que o sumo acabou. Consciente, racional e inteligente como enquanto jogador quer sair pela porta grande e deixar que o seu sucessor fique com a morte dum estilo de jogo.

         A rapidez e combatividade do futebol Moderno apanharam a beleza e a genuidade do futebol do Barcelona. Gostar ou não desta tónica é uma opção, aceitá-la é um destino.

Os grandes líderes e as grandes filosofias resistem a todos os choques vanguardistas, resistem a todos os novos pretendentes ao trono.

Os grandes líderes não apenas criam uma filosofia, deixam um legado para que o trabalho seja continuado.

Guardiola, ao abandonar Camp Nou deixará legado ou quererá deixar o barco antes que ele se afunde?

Todas as grandes equipas do futebol Mundial, tiveram um tempo e morreram, por isso nem a divindade deste Barça o vai fazer eterno.

Num contexto actual de capitalismo e progresso o futebol agradece ao Barcelona o capítulo que deixou nesta incessante história do maior fenómeno de massas dos últimos 100 anos. O caminho está aberto, quem será o próximo a chegar ao trono?

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