Lado B
O gesto condenável de Bojinov
Foi na passada quinta-feira que o jogador do Sporting Valeri Bojinov teve um gesto condenável ao impedir que o seu colega de equipa Matías Fernández marcasse uma grande penalidade, que poderia ter dado a vitória ao Sporting no jogo contra o Moreirense, a contar para a 2ª jornada da fase de grupos da Taça da Liga.
A meu ver, este gesto de Bojinov foi a demonstração da balbúrdia em que está o Sporting, não havendo uma liderança clara nem dentro nem fora do campo.
Fora de campo, surgem várias vozes divergentes desde Luís Duque, passando por Godinho Lopes e Domingos Paciência, e terminando em Carlos Freitas.
Dentro de campo, não há um único jogador que se imponha como capitão, desde João Pereira, passando por Anderson Polga, e terminando em Daniel Carriço.
Ao contrário do que se passa nos rivais (Benfica e FC Porto), em que há uma liderança clara de Jorge Jesus e Luisão, no Benfica, e de Pinto da Costa e Helton, no FC Porto, no Sporting não há essa liderança, porque ninguém se entende. Constantemente, os diversos dirigentes, jogadores e o treinador têm discursos distintos e que não abonam nada em favor da tranquilidade do Sporting.
Centrando a atenção no “caso Bojinov” percebe-se que não há uma liderança na equipa de futebol do Sporting e que cada um pode fazer aquilo que bem lhe entender.
Na minha opinião, o Sporting fez bem em suspender Bojinov e em instaurar-lhe um processo disciplinar, mas penso que foi longe demais ao impedi-lo de frequentar as instalações do clube, na medida em que Bojinov tem todo o direito de assistir aos jogos do Sporting nas mais diversas modalidades, como espectador, até porque não é nenhum criminoso. Aliás, se Bojinov tivesse convertido a grande penalidade em golo, tenho muitas dúvidas que o mesmo viesse a ser suspenso.
Outro aspecto que me faz muita confusão neste processo é o facto de Bojinov já ter afirmado que estava nervoso quando marcou a grande penalidade. Ora se estava nervoso, porque é que marcou a grande penalidade?
Para além de que todos nós sabemos que Matías Fernández é um especialista a marcar grandes penalidades, apesar de nada me garantir que neste caso a convertesse em golo.
No meu ponto de vista, o Sporting está a usar Bojinov como o bode expiatório para toda a crise e confusão que reina para os lados de Alvalade neste momento, quando deviam ser os próprios responsáveis do clube (dirigentes e treinador) a assumir a responsabilidade dos seus actos falhados.
Tendo em conta as proporções que o caso tomou, penso que é inevitável a saída de Bojinov do Sporting, seja por empréstimo ou a título definitivo. Mas, na minha opinião, a questão de fundo não é essa. A questão de fundo é os dirigentes do Sporting reflectirem profundamente sobre o actual momento da equipa e equacionarem umas possíveis eleições antecipadas, para ver se o Sporting toma definitivamente um novo rumo.