3x4x3: Mais do mesmo
O Santiago Barnabéu encheu-se uma vez mais para assistir ao mais excitante e desejado duelo do futebol europeu na actualidade.
Mais uma vez, José Mourinho optou por uma abordagem estratégica específica para o jogo frente aos eternos rivais. Abdicou de inicio de Ozil, criativo médio-ofensivo, reforçando o meio-campo com Pepe, mais uma vez, médio de recuperação e pressão sempre de olho em Messi.
Junto de Pepe, Xabi Alonso e Lass Diarra formavam um meio-campo de de "garras bem afiadas", procurando impedir os médios catalães de trocaram a bola com a habitual "alegria".
A imagem dos primeiros mínutos de jogo era clara. Pique com bola, sem linhas de passe claras, com Xavi, Iniesta e Cesc a recuarem quase sempre sem sucesso na busca da bola. A agressividade (táctica) dos médios do Real, segregou o futebol de posse do Barça, na busca de recuperar a bola na zona do meio-campo, na primeira fase de transição do Barcelona, quando Xavi sobretudo tem bola e procura linha de passe seguinte.
Recuperando a bola, Xabi seria a grande referência utilizando passes longos para lançar Higuain, Benzema e sobretudo Ronaldo na vertigem da velocidade, como três setas apontadas ao eixo catalão onde Puyol, Piqué e Abidal jogavam bastante adiantados como é hábito.
A resposta táctica de Guardiola, passava por um Daniel Alves um pouco menos adiantado, sempre com atenção a Ronaldo. No meio-campo, Xavi na posição habitual, Cesc Fabregas e Messi mais adiantados e por vezes de perfil, ora como falsos 9, ora como médios. Puxado mais para a faixa esquerda, Iniesta seria um dos grandes desequilibradores na fase mais complicada do jogo para o Barcelona, explorando a falta de rotinas de Haltintop. Na frente, cada vez mais avançado-centro, Alexis Sanchez com a garra e velocidade habitual, era o primeiro dos defesas a pressionar, não deixando de cair ora nas faixas ora em recuos dinâmicos.
Se a primeira parte seria "controlada" pelo Real, depois do golo do "gigante" Puyol o jogo haveria de mudar de face. No segundo tempo, com Pepe amarelado e Ronaldo claramente diminuído fisicamente, toda a equipa do Real acabaria por perder a capacidade de pressão alta, baixando as linhas sempre na expectativa de lançar contra-ataque. Entregou uma posse mais adiantada ao Barça, e com isso acabaria por sofrer um segundo golo, tirado é claro do génio de Messi num passe que sobrevoaria toda a defesa madrilena, descobrindo Abidal na cara de Casilhas.
A chave do jogo, esteve então pudemos dizer na forma de jogar do Real, que começou a ser desmantelada no cartão amarelo de Pepe na primeira parte, e com os problema físicos de um Ronaldo que prometia ser um verdadeiro tormento. Depois, com menos pressão, a bola chega com qualidade a Xavi, Iniesta, Fabregas, Alexis e Messi, com o resultado do costume: vitória do Barcelona que demonstra mais uma vez a superioridade dos catalães no confronto directo.
A grande questão na cabeça de Mourinho será agora certamente, se não será melhor solução arriscar novamente lançar uma equipa personalizada, sem receios tácticos... veremos como irá crescer o Real.
By Tiago Luís Santos