3x4x3: Nápoles de Mazzarri
Nos dias que correm vão se destacando alguns projectos de futebol "atraente", a maior parte deles fundados num futebol mais apoiado e de posse. De Itália, vem um dos projectos sem dúvida mais interessantes de todo o futebol europeu: o Nápoles de Mazarri, procura recolocar o Nápoles na luta pelo scudetto, mais de 20 anos volvidos à passagem de "El Pibe" Diego Armando Maradona pela cidade italiana.
Depois de uma passagem pela Serie B, e anos de caos financeiro, o Nápoles resurge como uma das pontecias da classe média do futebol italiano, lutando pelos lugares de acesso ás competições europeias nas ultimas temporadas. O apuramento para a Liga dos Campeões na temporada passada, parece de resto ter sido o mote para a confirmação de um aliciante projecto conduzido por Walter Mazzarri, um dos técnicos da moda em Itália.
Como raiz, os napolitanos mantêm um sistema de 3 defesas-centrais, alinhados sob a batuta do veterano Paolo Cannavarro, mais do que um jogador, uma extensão do treinador, capitão à moda antiga. Envergando a braçadeira, outrora de Dieguito, coloca-se entre dois centrais fortes, mas com boa percepção dos espaços: Campagnaro e Aronica, ambos na casa dos 30 anos, como é típico em Itália.
O segredo do esquema reside no entanto nos verdadeiros box-to-box à frente da linha de 3 da defesa. Maggio e Zuniga, são mais do que laterais verdadeiros alas, destacando-se Maggio como verdeiro motor pelo lado direito, um fantástico jogador que deve ser o dono da lateral direita da squadra azzurra no Euro. Notável também o trabalho da dupla Inler/Gargano. O suíço é um herdeiro panzer a meio-campo, exímio recuperador de bolas e com folgo inesgotável, de área a área, quanto ao uruguaio é um lutador, rápido e inteligente, com bom sentido posicional e óptimo para quem joga com laterais/alas tão atrevidos ofensivamente.
Entre linhas surge Hamsik, médio esloveno de grande talento, poderia ser a estrela inquestionável da equipa, não sendo por desaparecer completamente em alguns jogos. Com mais regularidade, seria jogador para outros vôos, o seu lugar no 11 inicial está sempre garantido. No ataque talvez a melhor dupla do futebol transalpino: Lavezzi, avançado móvel, inteligente nas movimentações, cai muitas vezes nas faixas ou vem buscar bola atrás, em combinações com Hamsik e Edison Cavani, ponta-de-lança com grande capacidade de remate, mas que sabe recuar e trocar a bola.
Num banco repleto de internacionais por selecções de top, destacam-se Dzmali, internacional Suíço, Pandev (lesionado) ou Mascara, surgindo agora nesta orbita de estrelas a nova coqueluche do futebol chileno: Eduardo Vargas, vem da Universidade do Chile, vendedor do torneio clausura chileno e da Taça Sul Americana, avançado móvel que promete ser uma das grandes revelações do futebol internacional em 2012. Em principio partirá como alternativa a Lavezzi ou mesmo Hamsik (embora com funções diferentes), um joker de grande potencial para utilizar já contra o Bayern Munique na próxima eliminatória da Champions.
By Tiago Santos