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Progresso de um campeão
Christophe Lemaitre, atleta francês de apenas 21 anos, pode ser considerado um dos melhores atletas europeus da actualidade e uma das esperanças dos franceses na conquista de medalhas em grandes provas.
É certo que ser especialista em provas de velocidade (100 e 200m, neste caso) dá muito mais destaque a um atleta do que se for em provas de saltos, lançamentos, ou até de distâncias mais longas. Lemaitre poderia ser apenas mais um a passar pelas disciplinas de velocidade, mas desde novo começou a demonstrar que não seria um simples atleta que participaria em grandes competições apenas com o objectivo de marcar presença. Em 2009, com apenas 19 anos, tornou-se recordista europeu dos 100m com o tempo de 10,04s, tornando-se campeão de juniores, título que juntou ao que já tinha ganho, no ano anterior, mas nos 200m.
No ano de 2010, atingiu os melhores resultados da sua carreira. Para além de ter baixado o seu recordo pessoal para 9,98s, tempo que lhe permitiu ser o primeiro atleta branco a baixar dos 10s, e de se ter tornado recordista francês (superando Ronald Pognon), Lemaitre sagrou-se campeão europeu nos 100m, 200m e 4x100m.
Já em 2011, conseguiu baixar o seu recorde para os 9,92s poucos meses antes dos tão aguardados campeonatos mundiais. Em Daegu, esperava-lhe uma tarefa muito mais complicada do que nos Europeus, devido aos sempre temíveis velocistas jamaicanos e norte-americanos. Contudo, conseguiu chegar ao bronze nos 200m e à prata nos 4x100m.
Para 2012, Lemaitre terá mais hipóteses de confirmar o seu valor. Certamente que se apresentará pronto para revalidar os seus títulos europeus, e quem sabe, tornar-se o novo recordista europeu, destronando Francis Obikwelu. Mais complicada será a conquista de medalhas nos Jogos Olímpicos de Londres. No entanto, nada é impossível para este jovem atleta que dispõe de todas as características para se tornar ainda melhor.
Basicamente, Lemaitre é um dos poucos velocistas europeus que se apresenta capaz de lutar contra a hegemonia dos velocistas jamaicanos e norte-americanos. É certo que já fez história no atletismo, mas certamente que não ficará por aqui e a sua juventude permitir-lhe-á sonhar com isso.
por Cláudio Guerreiro