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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

11
Mai12

3x4x3: 23

Minuto Zero

A renovação de Paulo Bento surge, a um mês do arranque do Europeu, como um sinal afirmativo rumo a uma nova lógica de trabalho dentro da própria federação. Um sinal de estabilidade necessário para um grupo de trabalho que se prepara para uma das mais exigentes competições nos últimos anos, e que se inicia com um grupo verdadeiramente competitivo. Assim resta uma pergunta: quem serão os 23 eleitos para representar a "Nação Valente"? Mas e quem são aqueles que realmente contam para o presente e futuro da nossa selecção?

 

Antes de perceber quem são os protagonistas do próximo Euro 2012, a que rever qual a forma de jogar da selecção, para depois melhor se perceber quais os nomes que melhor podem contribuir para o sucesso colectivo. Na Base, Paulo Bento tem ajustado a equipa com um 4x3x3 que mistura coesão nas transições (com Moutinho e Meireles em destaque), mas também, um jogo mais pausado para determinados momentos do jogo. Tentando perceber qual é na sua génese a forma característica de jogar do futebol português, é inevitável falar de futebol apoiado, mas com apelo a transições rápidas, por vezes excessivamente individualizadas (com recurso aos extremos/alas), mas essencialmente com um forte enfase para essa mesma velocidade de transição.

 

Deixo agora uma lista de jogadores para os quais penso que Paulo Bente já terá olhado a pensar na convocatória. Uma Pool nacional, com jogadores para o presente mas também para o futuro:

 

(GR): Patricio (Sporting), Eduardo (Benfica), Beto (Cluj), Quim (Braga), Hilário (Chelsea)

 

(DD): João Pereira (Sporting), Sílvio (A.Madrid - lesionado), Nélson (Betis), Miguel Lopes (Braga)

 

(DC): Pepe (R.Madrid), B.Alves (Zenit), Rolando (Porto), R.Costa (Valência), Sereno (Colónia), Carriço (Sporting), Paulo Jorge (Apoel), N.A.Coelho (Braga), Tonel (Zagreb)

 

(DE): Coentrão (R.Madrid), Elizeu (Málaga), Duda (Málaga)

 

(6): Veloso (Génova), Custódio (Braga)

 

(MC): Meireles (Chelsea), Moutinho (Porto), M.Fernandes (Besiktas), H.Viana (Braga), R.Amorim (Braga), P.Machado (Toulouse), A.Castro (Gijon), A.Martins (Sporting), A.Santos (Sporting)

 

(MAC): C.Martins (Granada), Micael (Zaragoza)

 

(Ext): Ronaldo (R.Madrid), Nani (Man.Unt), Quaresma (Besiktas), Varela (Porto), Danny (Zenit - lesionado), Vieirinha (Wolfsburgo), H.Barbosa (Braga), Hugo Vieira (Gil)

 

(PL): Postiga (Zaragoza), H.Almeida (Besiktas), N.Oliveira (Benfica), V.Tê (West Ham), Eder (Académica), N.Gomes (Braga)

 

A Negrito, os 23 que Paulo Bento deverá levar ao Euro. Lanço agora algumas notas, e explicações para esta mesma lista.

 

A primeira questão, e a maior dúvida, está na convocatória ou não de Hugo Viana. Pelo que se percebe o jogador não é visto com o perfil indicado para jogar num meio-campo em 1x2, mas sim em 2x1, como joga em Braga. Viana, nesta fase da carreira, tem necessidade de um verdadeiro médio recuperador ao lado, como neste momento não existe nas contas da selecção (Custódio deve ser ponderado mas não irá concerteza). Apenas poderia jogar com Meireles ao lado, mas neste esquema dificilmente puderia entrar apenas como suplente, pois não é jogador de efeito rápido. Penso no entanto que, poderia de facto entrar nas contas como peça para uma forma de jogar um pouco diferente, um plano B para jogos de exigência específica. A forma que demonstrou esta temporada provam que está ao nível da concorrência, mas de facto esbarra na dificuldade que poderá sentir jogando como interior e sendo obrigado a enorme desgaste.

 

Ainda no meio-campo, Rúben Micael é outra das questões. À falta de um 10, Carlos Martins e Micael são os interiores de maior tracção à frente, mas as épocas conturbadas para ambos podem deixar dúvidas quando se exigem certezas. Sobretudo Micael, dependerá em muito das ideias do seleccionador. A minha aposta? Meio-campo terá Veloso, Meireles e Moutinho, com Martins, M.Fernandes (excelente temporada) e Micael, deixando Viana de fora. Poderá até nem ir nenhum dos dois, abrindo vaga noutra zona do terreno (extremo de preferência).

 

Na baliza, Patricio assume a 1, com Beto forte psicologicamente quando é preciso entrar, e Eduardo como outra solução. A defesa terá certamente Pereira, Pepe, Rolando, Alves e Coentrão, deixando depois lugar para as brigas Nélson/M.Lopes, Sereno/R.Costa e Elizeu/(X).

 

Quanto ao ataque, Varela procura até ao ultimo suspiro um lugar, com Paulo Bento a demonstrar que está atento a Vieirinha, mas também a Barbosa ou Vieira. Mais à frente, Nélson Oliveira deverá ser mesmo a coqueluche da equipa, com Helder Postiga e Hugo Almeida na frente por um lugar no eixo.

 

By Tiago Luís Santos

04
Mai12

3x4x3: Promessas e esperanças - Sporting

Minuto Zero

 

 

A época está a terminar, é hora de entrar na Silly Season... Como vão os grandes portugueses abordar o mercado 2012/2013?

 

Em tempo de apertar o cinto para a generalidade dos portugueses, o futebol não pode, como é obvio, passar ao lado da crise. Olhando para as capas dos jornais, depois sobretudo de se saber que o Porto seria, de facto, novamente o campeão nacional, começam-se a desenhar projectos e ideias para a próxima temporada.

 

Os objectivos para 2012/2013 são os mesmo para os três grandes, a grande diferença porêm, poderá estar no ressurgir do Sporting como candidato efectivo à conquista do título. Começemos por ai, pelo habitual outsider dos 3 grandes.

 

Diz-se que a segunda época de um projecto futebolistico faz a distrinça entre o sucesso e o fracasso. Assim será certamente com o projecto Godinho/Duque para o futebol leonino. Desta temporada fica claramente a ideia que o plantel tinha qualidade para algo mais que o 4º lugar (ainda pode chegar ao 3º), mas que de facto faltou alguma regularidade. Pensando o Sporting para o futuro, urge perceber antes mais de quem deve entrar, quem terá de sair: a palavra chave, tanto para o Sporting como para Benfica e Porto é sustentabilidade. Por isso mesmo, é inevitável pensar em saídas também nesta equipa, por mais que Godinho Lopes afaste a situação.

 

Na linha da frente, Rui Patricio estará sob análise no Euro 2012, quando for guarda-redes da selecção nacional. Pelo potencial, pela idade, pelo que já demonstrou, poderá render um encaixe entre os 15 e os 20 milhões de euros, bastante interessante e que seria quase suficiente para cobrir as necessidades de encaixe do clube no mercado. Tudo dependerá do europeu e da sua prestação, para que um grande europeu (não de primeira linha mas com ambições de lá chegar) o agarre e lhe dê o espaço necessário para crescer.

 

Olhando para o plantel, numa lógica de continuidade, vender jogadores como Wolfswinkel, Capel ou Izmailov parece amplamente prucedente. Elias será, concerteza, outra questão. Não fez uma época excepcional, acho que pode render muito mais, mas face a necessidade de encaixar dinheiro, o brasileiro poderia representar um encaixe de mais de 20 millhões, permitindo não só manter outras fíguras como dando espaço a André Martins e consolidando Matias como titular a tempo inteiro, com Shaars e Rinaudo mais atrás. Gosto de Elias, é de facto uma mais valia, mas o seu espaço na equipa baralha muito as contas na zona de meio-campo, onde já se percebeu que Matias tem de ter a batuta.

 

João Pereira, também previsivel titular no Euro por Portugal, seria também outro dos casos a pensar, embora, o encaixe na ordem dos 10 milhões de euros não chege para cobrir totalmente as necessidades do clube. Certamente não sairá por mais, e também certamente, nunca valerá no mercado mais do que isso.

 

Outra possíbilidade será a saída de Carriço. Para o crescimento do jogador a sua saída para o estrangeiro é urgente. Como central dificilmente volta a aparecer neste Sporting, como trinco terá pouco espaço quando Rinaudo recuperar. O encaixe que daria ao Sporting não será nada de extraordinário, talvés num tecto máximo de 3 milhões de euros, mas para o jogador seria a melhor solução.

 

Existe ainda outra questão a ter em linha de conta. Ao nível das despensas, nomes como Arias, Ribas ou Renato Neto parecem na linha da frente, sobretudo atendendo a que Cedric Soares ou Adrien Silva continuam a fazer parte dos quadros e justificam uma aposta. No caso do lateral-direito, parece ganhar aos pontos a Arias, sendo solução para o futuro, sobretudo vendendo João Pereira que por esta altura parece ter algum mercado. Quando a Adrien, parece um pouco mais afastado, sobretudo porque com André Santos, Rinaudo e Shaars no séctor o seu tempo de jogo seria demaisado curto para o que precisa nesta fase da carreira.

 

Do ponto de vista das entradas existem várias modificações que poderão ser feitas, mas a verdade, é que será importante não mexer demasiado nas rotinas criadas esta temporada. Espera-se que Jeffren e Carrillo vão ganhando espaço, aumentando a competitividade do plantel em termos ofensivos, enquanto que Diego Rubio puderá aparecer a espaços. André Santos terá também oportunidade de lutar por um lugar, bem como André Martins, havendo que por isso dar-lhes o máximo de minutos. Nesta lógica, as necessidades do plantel estão sobretudo localizadas no eixo da defesa e no ataque.

 

Um central de qualidade, que remeta Rodriguez e Polga para fora das contas definitivamente, será a contratação mais urgente. Sem entrar em gastos desnecessários, existe de facto espaço para um jogador com qualidade para lutar por um lugar com Xandão ao lado de Onyewu. Quanto à posição 9, existirá sobretudo a necessidade de encontrar um jogador com um perfil diferente de Wolfswinker, que possa jogar em dupla num esquema mais atrevido, mas que nunca será o primordial. Falta no plantel um jogador que saía da zona dos centrais e ofereça outro típo de solução, permitindo abrir num 4x4x2 clássico o típico 4x2x3x1 leonino.

 

Em suma, existe material mais do que suficiente para que não se deva encetar nova revolução. Grandes nomes já existem, não há necessidade de entrar em loucuras. Existem jogadores que têm de ganhar espaço, André Martins, André Santos, Jeffren, Carrillo, enquanto outros o terão de perder, Carriço, Neto, Ribas ou Polga. Mais que tudo, pede-se calma e ponderação, com aproveitamento de alguns jogadores emprestados, e reforços cirugicos e sem grandes investimentos, mantendo sobretudo o trabalho realizado nesta temporada, consolidadno o 4x2x3x1 com Matias como sistema base, e podendo variar para 4x3x3 (com André Matins ou Elias) ou 4x4x2 (com o tal avançado que falta).

 

Mais do que ser campeão no mercado, os leões têm de pensar em ser campeões dentro das quatro linhas. Uma aposta para protagonista da temporada de transferências? Godinho Lopes. O elemento mais perigoso para a própria evolução da equipa? Godinho Lopes.

 

By Tiago Luís Santos

 

 

27
Abr12

3x4x3: E agora???

Minuto Zero

 

1. E tudo uma semana levou... campeonato em Camp Nou, Liga dos Campeões também em Camp Nou... Guardiola anuncia a sua saída... e agora Barcelona? Que futuro?

 

A resposta não podia ser mais clara: continuidade. Mais do que uma equipa, que uma sombra do ego do treinador o temos de falar do incrível projecto Barcelona, com sede em La Masia. Agora com um ilustre desconhecido ao leme, o tiki-takapoderá sofrer algumas alterações, poderá até arredar um pouco do nível dos últimos tempos, mas a verdade, é que se este projecto sobreviveu a Laporta e às suas loucuras financeiras (leia-se Zlathan Ibraimovic) certamente que a saída de Guardiola será um mal menor.

 

Confesso que Pep não me convenceu desde início. A equipa que tudo ganhou em 2008/2009 era simplesmente fantástica, e percebeu-se desde cedo que só necessitava de uma limpeza de balneário e de um farol para os guiar. Mas a verdade, é que ao longo dos últimos 4 anos Guardiola revelou uma capacidade para reinventar a equipa incrível. Soube perceber o que estava mal quando em 2010 afastou Ibra do seu 4x3x3, soube criar um novo sistema para fazer a equipa jogar de forma ainda mais divina (3x4x3), com vários jogos onde as suas opções e apostas arriscadas lhe foram valendo vitórias importantes.

 

Ao fim de quatro temporadas de pressão constante, diz-se cansado. Para o "filosofo" como ironicamente lhe chamam é tempo de repousar antes de abraçar o maior desafio da sua carreira e viajar até um outro gigante do futebol, onde não mora o tiki-taka culé. Fica no entanto o trabalho realizado e um padrão de jogo que certamente Tito Vilanova deverá respeitar.

Vão existir mudanças é claro. Percebe-se claramente a necessidade de renovar a defesa, com a entrada de um jogador de alto nível para o centro pensando na substituição do quase eterno Puyol. Já do lado esquerdo, os problemas de Abidal forçam a equipa a encontrar uma solução dentro do perfil: um jogador que possa jogar como defesa-esquerdo em 4x3x3, mas também fechar pelo centro em 3x4x3. Por isso, afasto os nomes de Jordi Alba (Valência) ou mesmo Bale (Tottenham) da agenda blaugrana. Com o limitado orçamento já anunciado, não será esta uma época de grandes apostas. Neymar vai ter de esperar por dias mais abonados.

 

O essencial irá se manter. O projecto de La Masia continua a dar frutos. Na forja, uma equipa B que consegue ser competitiva na Liga Adelante, com várias pérolas que prometem entrar nas contas da equipa principal brevemente. Destaco aqui Rafinha Alcantra (irmão mais novo de Thiago), Gerard Deulofeu (embora com algumas reticencias por não encaixar bem no perfil), ou os defesas Montoya e Bartra.

Na equipa principal Xavi, Puyol, Abidal e Keita devem perder minutos, sendo que o ultímo deverá mesmo sair. Não sei bem qual será o papel de Villa, dependerá da vontade do treinador.

 

Certo é, que o Barcelona irá certamente manter o nível competitivo, embora possa perder alguma vantagem anímica face a um Real Madrid que mais uma vez apontará para a conquista de todas as competições.

 

By Tiago Luís Santos

 

20
Abr12

3x4x3: Aceitam-se Apostas!

Minuto Zero

 

 

Esta é confesso a minha fase predilecta da época futebolística. A patir dos quartos de final da Liga dos Campeões (e também na Liga Europa) cresce o interesse, sobretudo porque por ai moram as melhores equipas da Europa (e brasileiros que me desculpem.. do mundo).

 

1.Grande ronda a desta semana, com várias notas de destaque. Comecemos por Munique. Palco da final, o magnífico Allianz Arena recebeu um dos mais esperados confrontos da temporada. Levou a melhor o Bayern de Jupp Heynckes, equipa de repelões ofensivos, guiados pelo talento e repentismo de Frank Ribery e Arjen Robben.

Do duelo Mourinho/Henynkes, destaque para a incapacidade do Real em controlar a partida. Não falo de domínio em posse, mas sim da capacidade para fechar os caminhos para a baliza e esperar transições de qualidade. Na Baviera, frente a uma equipa que se desequilibra com facilidade como é o Bayern, José Mourinho tentou explorar com naturalidade os diferentes momentos do jogo, ora pressionando mais alto, ora baixando o bloco e permitindo que o Bayern joga-se como menos lhe convêm, em ataque organizado. O grande problema é que a defesa do Real cedo se percebeu que não estava a dar resposta. Inteligentemente, Mario Gómez apareceu muitas vezes mais recuado, na busca da bola e jogando de costas, aproveitando vezes sem conta os erros de S.Ramos, sempre precipitado nas saídas em antecipação. Valeu a grande exibição de Pepe para equilibrar um eixo desequilibrado pelo irreverente espanhol.

Do lado oposto, Ribery e Robben souberam aproveitar os espaços, com apoio de Kroos (no lugar de Muller de inicio) e do par de médios Sweinsteiger/L.Gustavo. No segundo tempo, face a um cada vez mais inseguro Real, Muller acabaria por ser pedra de toque na caminhada para um logo anunciado. A resposta de Mourinho, com Marcelo a fechar a esquerda e Di Maria ao centro como transportador de bola, não seriam suficientes para aproveitar os espaços concedidos por um Bayern balanceado para a frente.

Em Madrid a segunda parte da eliminatória. Continuo a apostar no Real para a final, com o génio de Ronaldo, mas a verdade é que o Bayern irá vender cara a eliminatória e a histórica presença na final. Para já, parte em vantagem com o 2-1.

 

2. A face imutável de Di Matteo no banco de um pouco sereno Chelsea, contrasta com o fervilhar catalã no banco de Guardiola. Em Londres, naquele que é já um clássico dos últimos anos de Champions, o Chelsea versão "bloco de gelo" garantiu vantagem ao fim de 90 minutos. Poucos são os que no entanto apostam nos blues.

Apesar das oportunidades, percebeu-se que Di Matteo tinha claramente a lição táctica bem estudada. Fechando o espaço interior com Obi Mikel próximo de Cahill e Terry, ladeado por Lampard e Meireles, dois box-to-box agressivos tacticamente. Xavi, Cesc e Messi esbarraram consecutivamente na falta de espaços no meio, sendo os raides de Alexis e o talento de Iniesta pela esquerda as principais armas de um Barcelona manietado.

Pois bem é verdade que isto nem sempre resulta. Mas os jogos começam sempre 0-0, e por isso mesmo, jogando desta forma é possível de facto vencer as triangulações interiores culé. Pensando bem no entanto, se a bola de Alexis na trave entrasse tudo seria diferente e este meu comentário forçosamente também... no fim conta o resultado.

Do lado do Chelsea ainda, começam a faltar os adjectivos para Ramires. Com Di Matteo, parte de uma posição mais caída na faixa, sempre com uma noção de box-to-box, com um motor infindável de quem parece puder jogar durante 4 horas ao mesmo ritmo. Exibição incrível. Encontrou o seu espaço, numa equipa que joga de forma que lhe agrada. Por ultimo, o destaque natural para o inevitável Drogba com mais um golo decisivo.

Se há pouco disse que no fim conta o resultado, digo-vos ainda que pouco me importa que o Chelsea seja campeão europeu. Mantenho a minha opinião romantica sobre o desporto... não trocava um bilhete para Camp Nou por um para Standford Bridge.

 

By Tiago Luís Santos

13
Abr12

3x4x3: A outro nível...

Minuto Zero

Não se percebe de facto, em que rumo quer seguir o futebol europeu e mundial. Vários são os problemas estruturais que saltam neste momento à vista, escrevo este post para enumerar alguns apenas:

 

1. Fico preocupado (senão mesmo horrorizado) quando vejo Platini ameaçar uma vez mais o futebol europeu com as suas inovadoras competições. Concordo que a remodelação da Taça Uefa para Liga Europa foi um bom movimento, embora ache que a fase de grupos deveria ser encurtada para 32 equipas de forma a aumentar o nível de competição. Concordo com o novo sistema de Playoff da Liga dos Campeões, porque possibilita de facto que equipas campeãs de países com menos ranking possam brilhar. Mas não consigo gostar da ideia de uma competição única com 64 equipas. Penso que seria o banalizar da competição. Para as equipas de países com menos ranking, o essencial é jogar a nível europeu, e se possível com bons retornos. Por isso, acho que o melhor seria manter a Liga Dos Campeões nos moldes actuais, mantendo a Liga Europa, mas reduzindo o número de equipas para os países de maior ranking, dando maior destaque às equipas campeãs de outras federações. Reduzir por exemplo de 4 para 3 o número máximo de equipas inglesas na Champions seria uma medida e estudar. Mas é claro, para isto acontecer, a Liga Europa teria de aumentar os seus prémios, garantido o interesse dos colossos europeus na competição.

Nesta lógica, a longo prazo, seria de estudar um terceira competição, que se alimentaria sobretudo dos clubes que hoje em dia chegam à fase de grupos a 64 equipas da Liga Europa.

São apenas pensamentos.. mas uma Champions a 64 apenas iria banalizar a maior e mais prestigiada competição futebolística mundial e a grande arma da UEFA em termos de marketing e prestigio mundial e provavelmente, criar um conflito com os chamados G-14, que em tempos tanto procuraram criar uma Liga Europeia, apenas para um determinado grupo de equipas de top, o que seria desastroso ao nível do crescimento das ligas de menor reputação.

 

2. Acho absolutamente repugnante o novo modelo de competição para os campeonatos europeus a partir de 2016. Das duas uma, ou se joga uma fase de grupos a 16 ou a 32. Grupos com 5 equipas, onde se apuram os melhores 3 classificados de alguns é passar um atestado de mediocridade ao futebol europeu. Já se percebeu que os campeonatos da Europa precisam urgentemente de ser revistos para bem da sua reputação, mas adoptar um modelo sul-americano de grupos é dar 10 passos atrás... espero que o senhor Platini esteja a prever que a situação seja apenas transitória, para bem do futebol da UEFA.

 

3. Do outro lado do Atlântico vêm raras boas vibrações. O futebol brasileiro tem agora oportunidade de se refundar, depois do afastamento de Ricardo Teixeira da CBF. Esperemos que não regresse, porque o mundo merece um futebol brasileiro reabilitado. Veremos como termina este jogo de poderes com lobbys infindáveis que denegriu durante os últimos anos a organização do futebol canarino.

 

4. José Veiga teima em crucificar a sua imagem junto da opinião publica. As declarações pós Sporting-Benfica, foram concerteza mal medidas. Não duvido da importância do trabalho de Veiga enquanto esteve no clube da Luz, mas existem outras formas de se dirigir à actual direcção (da qual fez parte) mesmo para quem prepara terreno para um novo ciclo de poder a partir das próximas eleições encarnadas. Seria de todo mais prudente uma outra abordagem mais cuidada, mais cautelosa, não se perderia o efeito e ficaria bem melhor ao antigo responsável desportivo.

 

By Tiago Luís Santos

 

 

13
Abr12

3x4x3: Como pode o Real crescer?

Minuto Zero

Apesar da temporada para já dentro do desejado pela direcção (pesa apenas a eliminação na Taça do Rei), parece-me de todo oportuno pensar em que sentido pode o Real de Mourinho crescer a curto/médio prazo.

 

O encurtar da distancia de 10 pontos face ao eterno rival Barcelona, será seguramente o primeiro ponto por onde pegar para perceber um pouco melhor as possibilidades de evolução do projecto madridista. Deu para entender claramente, que a quebra se deveu a factores psicológicos, fica mais uma vez latente que este grupo de jogadores não está ainda rotinado para lidar com a pressão de ser primeiro. Vale a inspiração de Ronaldo sobretudo, para que a enorme distancia que deixava o Barça longe do título não desaparece-se de vez.

 

Em termos de futebol jogado, o erro na maior parte das partidas em que perdeu pontos, parece partir sobretudo da incapacidade de controlar as partidas, exercendo desde início um pressing constante, agressividade defensiva, que impeça o adversário de construir jogadas apoiadas. O melhor Real, pelo que já se percebeu mesmo frente ao Barcelona é aquele que entende a defesa como os segundo subsequentes à perca de bola, com pressing desde Benzema ao sector defensivo. É na agressividade de Benzema, Ronaldo, Ozil ou Di Maria, que se faz a primeira plataforma de pressão e recuperação de bola, em zonas adiantadas. Depois, essencial o adiantamento de Xabi Alonso e Khedira, como duplo-pivot subido, perto dos 4 jogadores que compõem a primeira zona de pressing. Essencial também o adiantamento momentâneo de S.Ramos e Pepe, centrais tipicamente aguerridos na antecipação, apesar de algumas falhas individuais nesse ponto.

Assim, com um bloco médio-alto, plataforma de pressão sobre defesa e médios recuados adversários, a maior parte das equipas do campeonato espanhol vem o seu jogo sem soluções de saída, perdendo a bola facilmente.

Como é obvio, nem sempre é possível fazer este tipo de jogo, sobretudo devido à imensa exigência, mais do que física, psicológica. Mais difícil do que ganhar e chegar ao top, é manter. Nem sempre os jogadores se sentem motivados para dar o corpo e alma num jogo contra uma equipa que está a 50 pontos na tabela. É aqui que entra Mourinho, é por aqui que se mede a capacidade de um treinador em termos de motivação.

 

Quanto ás pedras fundamentais do jogo do Real, percebe-se cada vez mais a importância de Ozil na organização ofensiva. Nos últimos jogos, descaindo sobre a esquerda em diagonais, tem mostrado de facto que é, depois de Ronaldo, a grande arma ofensiva blanca. Tem criatividade, 1x1, e uma capacidade de leitura de jogo e definição raras, que oferecem a Ronaldo e Benzema situações de desequilíbrio. Com Kaká perde-se a imaginação e rotação, ganha em capacidade de ruptura e chegada à área, perde-se o dinamismo e o descobrir de espaços.

Depois, os movimentos de Ronaldo são sobretudo diagonais interiores, para a zona do ponta-de-lança, partindo da esquerda. Dar-lhe espaço nesta zona, é garantir que o jogo está próximo de ser ganho, como foi exemplo o jogo contra o At. Madrid.

Na frente ainda, Benzema esta mais agressivo, mais forte psicologicamente e em termos de movimento, crescendo como um dos melhores avançados do futebol mundial. Pela direita, Di Maria é garantia de equilíbrio, pela boa capacidade para fechar o flanco a defender. Callejon é boa solução partindo do banco como garantia de golo, e Higuain uma boa solução para aumentar a agressividade ofensiva e defensiva na frente em combinação com Benzema e Ronaldo.

 

No miolo a chave da consistência. Xabi Alonso define os batimentos cardíacos da equipa com bola, com passe curto ora passe largo na frente, sempre com critério. A defender, carece de um jogador rápido por perto, com boa capacidade de desarma e velocidade nas dobras. Esse jogador pode ser Khedira (na sua melhor forma) ou mesmo Lass. Jogar ou não com Alonso é, quanto a mim a questão mais interessante para este Real. Pelo que dá à equipa com bola acho excepcional, sem ela, quando não está num bom momento obriga o companheiro de sector a um esforço extra.

 

Depois, na linha defensiva, o 4x2x3x1 de Mourinho mostra a sua verdadeira assimetria. Coentrão e Marcelo têm ordem para atacar, deixando o espaço defensivo para Khedira (mais rápido que Xabi) fechar. Um risco, sobretudo quando se joga com Ronaldo e Marcelo ao mesmo tempo sobre o mesmo flanco, mas que pode ser compensado com o adiantar da defesa e com o binómio S.Ramos (central pela esquerda)/Khedira.

Já no eixo, a grande questão prende-se com erros individuais de S.Ramos, em muito derivados de alguma falta de rotina e pela enorme vontade de mostrar em cada lance o enorme jogador que é. Um pouco como David Luiz, exagera na impetuosidade, claudica em lances divididos na antecipação, onde com um trabalho se poderia tornar exímio. Tem de controlar a sua abordagem aos lances, percebendo um pouco melhor que o papel do central em termos defensivos deve estar sempre de acordo com o posicionamento colectivo. Pepe parece-me mais sólido, apesar de pecar em lances divididos. Outra questão pertinente é a capacidade (ou melhor a falta de critério) dos dois centrais com bola. Exageram quando querem sair em posse, erram quando com passe longe precipitam a equipa no ataque. No banco mora um central que em tempos dava uma outra inteligência: Ricardo Carvalho, mas os seus dias como titular parecem ter terminado com as sucessivas lesões.

Pela direita a grande questão: Arbeloa cumpre mas não impressiona. Poderá ser por aqui o primeiro posto a reforçar no Verão. Nos grandes jogos que se avizinham, advinham-se entradas intermitentes de Haltintop e Coentrão neste posto.

 

By Tiago Luís Santos

 

12
Abr12

Veni, vidi, vici

Minuto Zero

Sumário escolar

 

Chegou a altura de rever a matéria. Não é difícil, a matriz mantém-se ano após

ano, só muda semestre a semestre. Não percebem? É fácil de entender, quase tão

fácil como a tabuada. A finalidade é sempre a mesma e tem de dar um FC Porto

campeão. Caso não cheguem a esse resultado, não se preocupem: os meios nem

sempre têm de justificar os fins. E o Benfica é campeão? Depende do semestre.

Até às férias do Carnaval, os catedráticos devem dizer que sim, depois normalmente,

no segundo, houve marosca. Marosca, marosquinha, isso já é à Sporting. Vai avisando

todos, mas ninguém o parece querer ouvir… Só se perderem e aí faz lembrar aquela

história da criança que chora e é gozada, mesmo tendo razão. Na escola todos vivemos tempos difíceis…

 

Entre outras coisas, torna-se chato quando quem está ao nosso lado, nos copia e tira melhor
nota. Que o diga Vítor Pereira, que depois de ter visto a cábula do seu
antecessor não necessitou de muito para igual resultado, mesmo que com letra
mais difícil de entender. Graças a deus ninguém se apercebeu da marosca, ou
então aquilo podia dar chumbo. E por falar em chumbo, se a português já era
difícil passar, Jorge Jesus arrisca-se a perder o ano inteiro. Mesmo assim
ainda teria um lucro de sete milhões, um pouco impensável, em ano de eleições.

Eleições por
ocorrer – em Outubro, caso queiram saber – eleições ocorridas. No caso de Pinto
da Costa não são permitidos «atirei o pau ao gato» violados, nem tão pouco
clássicos perdidos. A Godinho, o que de Godinho é. Infelizmente já é pouco e na
sua escola poucos parecem querer saber. E porque saber é poder, resta a Vieira,
mais uma vez, ocultar a verdade antes do acto eleitoral. «Professora, eu não
menti, só não disse a verdade», algo deste género deve sair dali, com umas
ameaças a Platini pelo meio, e com novo anúncio de um Benfica europeu idêntico
ao dos anos 60. É quase como o fim do mundo, alguma vez deve acertar, ou então
algum adepto enganar. Seja como for, esta malta «está brava».

E assim segue o futebol nacional,
sem grandes complicações, sempre igual. Pelo meio um ou outro caso – como o
alargamento da Liga – mas nada de especial. Vão mudando umas escolas privadas –
Belenenses, Boavista, Braga – mas a coisa compõe-se sempre à maneira dos três
principais estabelecimentos, com quota generosa no quotidiano de todos os
portugueses.

 

Especial, por Jorge Sousa

06
Abr12

3x4x3: Notas europeias

Minuto Zero

 

Em Londres, na passada quarta-feira, o Benfica de Jorge Jesus jogava mais do que uma histórica passagem às meias-finais da Champions o estatuto europeu do seu projecto. Pedia-se aos encarnados uma exibição inteligente, percebendo que o Chelsea iria entregar a posse ao Benfica explorando o contra-ataque.

Mais do que posse, o que o Benfica precisava era de facto qualidade na forma como deveria entender os momentos do jogo: ora acelerando em posse, ora mantendo-se organizado mesmo com bola, procurando não dar espaço na zona entre os centrais o meio-campo com Matic e Witsel.

O penalty a favor do Chelsea e expulsão de Maxi viriam no entanto complicar uma exibição até então de qualidade, com oportunidades e sagacidade, fazendo perceber claramente que a diferença de qualidade entre as equipas estava longe de ser gritante.

O primeiro grande erro dos encarnados, tem que ver com um problema de atitude competitiva: num jogo fora, num jogo de quartos de final da Champions, num jogo em aberto e com possibilidades de prolongamento reais, discutir decisões arbitrais dá normalmente azo a cartões desnecessários, que se reflectem depois no desenrolar do jogo. Foi sobretudo por isso que Jesus viu a equipa reduzida a 10 no final da primeira parte, e foi obrigado a perceber que de facto, valia mais pensar no jogo de segunda próxima com o Sporting, do que propriamente obrigar os jogadores a um desgaste inglório.

Com a expulsão de Maxi, a eliminatória mudou. No segundo tempo, as entradas de Djaló e Nelsón Oliveira, deram outro gás a uma equipa desgastada, reavivando o sonho com o golo tardio de Javi.

Fica a atitude colectiva, mesmo depois do treinador à muito ter baixado os braços (embora se perceba porque). Qual o pensamento de Jesus no balneário pós-jogo? Certamente reconheceu que de facto, o grupo de jogadores que tem a seu cargo tem potencial para chegar longe na Europa e ser campeão. Perdeu a eliminatória mas ganhou uma equipa com outro espírito competitivo. Até mesmo Cardozo e Gaitan, dispensados do jogo na segunda parte, devem ter saido de Standford Bridge com ganas para ganhar o próximo jogo.

 

Antes, na terça, o jogo mais interessante desta segunda-mão: em Camp Nou, Barcelona e Milan voltavam a encontrar-se, depois de um jogo azarado para a equipa culé em Milão onde saiu sem marcar.

Mais um vez, Guardiola entrou com o "seu" 3x4x3, com Dani Alves como ala na primeira parte, fazendo todo o corredor direito, aparecendo no meio campo Xavi, Iniesta, Cesc e Messi em combinações pelo espaço central, com Cuenca a fixar o lateral contrário junto da faixa esquerda.

Não foi uma exibição brilhante, aliás, antes do penalty de Nesta, a equipa culé parecia de facto com dificuldades para evitar as investidas rossoneri sobretudo com Ibraimovic baixava para procurar a bola.

Com 3 defesas apenas, e sem Abidal do lado esquerdo, Puyol aparecia claramente como o elo mais fraco, dando demasiado espaço para entradas de Robinho e Nocerino vindo de trás.

Com o 2-1, o Milan quebrou. Na segunda parte, já com Daniel Alves fixado a lateral-direito numa defesa a 4, Cuenca passou para o lado direito, deixando Iniesta do lado contrário. A troca de Xavi por Thiago, e de Keita por Cesc, dariam ao Barcelona rotação suficiente para controlar a partida até final, criando sempre várias oportunidades, frente a um Milan extenuado.

Em suma, penso que o Barcelona teve a sorte do seu lado no 2-1, caso contrário o Milan puderia ter causado mais problemas. Mesmo sem esse golo, com os reajustes de Guardiola depois dos primeiros 45 minutos, ficou claro que o Barcelona está num outro patamar onde o Milan de Allegri dificilmente chega neste momento.

 

By Tiago Luís Santos

15
Mar12

3x4x3: Deitando sortes

Minuto Zero

Barcelona, Real Madrid, Bayern, Milan, Apoel, Marselha, Benfica e Chelsea: são estas as 8 equipas ainda em prova na Liga dos Campeões. Esta sexta-feira, em Nyon, serão estes os nomes que irão ser sorteados, num processo sem protecção nacional (equipas da mesma federação podem defrontar-se).

 

A grande questão, pelo menos para nós portugueses, será de fato, quem calhará em sorte ao Sport Lisboa e Benfica. Em 2005/06, na altura sob o comando técnico de Ronald Koeman, os encarnados encontrariam o Barcelona de Riijkaard, numa eliminatória de grande intensidade, não conseguindo no entanto aguentar a pressão no jogo da segunda-mão em Camp Nou.

Hoje, o Benfica parece mais próximo do nível da elite europeia, com um plantel com mais soluções e um técnico bem mais ambicioso. Pensar numa hipotética final, parece no entanto uma miragem, mas que uma grande exibição pode tornar bem mais real.

A evitar, claramente, Barcelona e Real Madrid, gigantes espanhóis, parecem de fato os adversários mais complexos. Depois, numa segunda linha, defrontar o Bayern ou Ac Milan seria também tarefa dificil, sobretudo, tendo a segunda eliminatória fora.

Olhando para as características e potencialidades dos adversários, diria que o Marselha ou Apoel seriam os adversários ideias. Os franceses, ainda na temporada passada foram eliminados pelo Benfica na Liga Europa, e apesar da boa prestação frente ao Inter de Ranieri parece uma equipa ao alcance dos encarnados. Quanto ao Apoel, a desconfiança passa sobretudo pelo jogo fora. Estamos a falar de uma equipa organizada, mas que em termos de valor individual está de fato bem longe dos restantes 7 concorrentes nesta fase.

Neste ponto de vista, uma visita a londres para defrontar um Chelsea problemático, poderia ser um mal menor, uma equipa que pelo que já se percebeu tem algumas limitações esta temporada.

 

Outra grande questão para este sorteio, tem que ver com o caminho de Real Madrid e Barcelona até à final de Munique. Fico a torcer para que o sorteio os afaste até à final, ao contrário do que aconteceu na temporada passada. Tudo poderá acontecer, sobretudo se as duas equipas se defrontarem num único jogo. Não tenho dúvidas que, mais tarde ou mais cedo, seja qual for o resultado do sorteio se irão defrontar.

 

Depois, perceber se das parelhas dos quartos-de-final duas equipas de menores aspirações se irão encontrar. Benfica, Marselha e Apoel, partem como outsiders, num grupo de colossos europeus. Dos restantes 5, penso que o Chelsea será a equipa que mais dúvidas deixa...

 

Resta esperar pelo mais importante sorteio da temporada, naquela que é ao nível de clubes a mais exigente competição do mundo.

 

 

By Tiago Luís Santos

09
Mar12

3x4x3: Liga Europa em revista

Minuto Zero

 

1. Não poderia passar em claro: enorme vitória do Sporting frente ao lider da Premier League Manchester City. Mais do que a discussão da eliminatória, fica clara a ideia que de facto os leões tem no seu plantel soluções capazes de lutar por algo mais do que o conseguido esta temporada.

No Ethiad, o nível de dificuldade pode crescer, mas a verdade é que a equipa de Sá Pinto marcou uma clara posição frente a um colosso do futebol europeu, mas que vem demonstrando dificuldades na Europa, sobretudo fora de portas.

Terá de ser um Sporting cuidadoso, mas sem esquecer que marcando terá a vitória na eliminatória na mão. Com Xandão em principio titular ao lado de Polga (a mais improvável das duplas leoninas), está garantida a capacidade sobretudo no jogo aéreo, mas a verdade, é que apenas com duplo-pivot na frente dos centrais, este Sporting europeu ganha consistência.

A chave do jogo do City esta na movimentação entre linhas de David Silva e Aguero, aparecendo em zonas do terreno diferentes ao longo dos 90 minutos. Com Dzeko, mais posicional, ficou facilitada a tarefa de Xandão. Em Inglaterra, o enfant terrible Balotelli deverá regressar à titularidade, mais móvel em combinações com El Kun Aguero.

Mais do que falar de nomes, será sem dúvida mais um duro teste, à maturidade deste Sporting mas também à capacidade de resposta da equipa orientada por Roberto Mancini, que certamente quererá na próxima temporada estar na discussão pela Liga dos Campeões.

 

2. Esperava-se um grande jogo em Old Traford, na recepção do Manchester United ao Atletic Bilbao de Bielsa, mas as expectativas foram totalmente ultrapassadas. No teatro dos sonhos, a formação manteve-se fiel a si mesma, com posse de bola e futebol apoiado. Notaram-se alguns erros defensivos, que provocariam para além de dois golos sofridos algumas outras situações para o United, mas a verdade é que o futebol de toque e movimento da equipa de Bielsa acabaria por surpreender a Europa do futebol num jogo fabuloso, dentro e fora de campo.

É reconhecida a capacidade do Atletic em casa, puxado pelos seus fervorosos adeptos, mas a chegada do ex-seleccionador argentino levou esta equipa para uma outra dimensão. Para além do bom futebol, vai demonstrando qualidade, com jogadores como Muniain, Martinez ou Llorente a mostrarem que de facto podem jogar em clubes de maior dimensão. Para além destes, revelações como De Marcos, Ander ou Iturraspe deram aos bascos um estilo decalcado no futebol do Barcelona de Pep Guardiola, mas com uma dimensão física tipicamente basca.

Para a segunda mão, as expectativas são ainda maiores, depois do heroico 3-2 no teatro dos sonhos... na próxima semana será a Catedral de San Maméz a receber duas das equipas que mais empolgantes do velho continente.

 

By Tiago Luís Santos