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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

08
Abr12

Área de Ensaio

Pedro Santos

As decisões do Campeonato Nacional

 

 

    Começou este fim-de-semana a fase final do Campeonato Nacional, que determinará quem será o Campeão Nacional, e quem descerá de divisão.

Esta é a primeira vez que se adopta este modelo competitivo, em que quatro equipas jogam pelo título (Agronomia, Direito, CDUL e Académica) e quatro jogam para não descer (Belenenses, Benfica, CDUP e Técnico). Da primeira fase, cada equipa traz 4,3,2 ou 1 pontos consoante a posição em que se classificou.

    Assim, no "campeonato do título", o CDUL recebeu a Académica e mostrou que pretende conquistar o título 21 anos depois. O CDUL aproveitou esta paragem para reforçar a equipa, com as entradas de dois internacionais portugueses, Tiago Girão e David dos Reis e foi sem grandes dificuldades que derrotou a Académica por 37-0. A Académica, apesar da boa primeira fase que realizou, não está ao nível dos outros três candidatos (já tinha ficado provado na Final da Taça de Portugal), apesar de possuir um pack avançado pesado e forte, sente sempre dificuldades em soltar as linhas atrasadas, ficando o seu jogo parado e com pouca dinâmica. Já o CDUL, apresenta nos defesas a sua principal arma, tem homens como Gonçalo Foro, Frederico Oliveira, Francisco Appleton ou Penha e Costa e sabe como pontenciar as suas qualidades, colocando em campo um jogo aberto e fluído.

Entre estas duas equipas, estamos perante um real candidato ao título (será o CDUL capaz de se superiorizar a Agronomia?) e uma equipa que já realizou uma época excepcional, mas sem capacidade de voos maiores.

    Ainda na luta pelo campeonato, a Agronomia recebeu e venceu na Tapada o GD Direito por 13-6. As equipas apresentaram-se desfalcadas (Agronomia sem Cardoso Pinto ou Jacques Le Roux, Direito sem João Correia), mas a Agronomia voltou a demonstrar que está acima do nível competitivo dos "advogados". O GD Direito, já na fase regular tinha desiludido, fazendo apenas o mínimo para conseguir o segundo lugar, e de uma equipa recheada de internacionais é de esperar mais. A equipa continua "orfã" da qualidade de Pedro Leal (bem tentou inscreve-lo novamente) e sem médios criativos (José Pinto continua com impedimentos) afunila constantemente o jogo nos avançados, esquecendo que tem homens como Adérito Esteves nas pontas. Já a equipa da Tapada, parece ser o mais sério candidato ao título, apresentando jogadores de qualidade nas várias posições (sem Cardoso Pinto jogou Francisco Mira e cumpriu), com destaque para José Lima, que neste jogo realizou uma excelente partida.

    No final deste jornada, Agronomia lidera com 8 pontos (4 da primeira fase+4 da vitória), o CDUL é segundo com 7 pontos (2 da primeira fase+5 da vitória), o GD Direito está em 3º lugar com 4 pontos (3 da primeira fase+1 ponto bónus defensivo) e a Académica está em último lugar com 1 ponto que trouxe da primeira fase.

    No "campeonato da descida", o Belenenses deslocou-se a Leça da Palmeira para defrontar o CDUP e com era de esperar venceu por 28-6. O Belenenses é claramente uma equipa superior a qualquer uma das que estão nesta fase, e estranho será se não vencer todas as partidas.

Já o CDUP certamente fugirá à descida, às custas do Técnico, mas a equipa do Porto necessitará de evoluir para no próximo ano puder estar num nível superior.

    O Benfica recebeu e venceu na Sobreda o Técnico, por 27-10. O Técnico já demonstrou na primeira fase que é a equipa menos preparada deste campeonato, e que dificilmente fugirá à descida, já o Benfica, apesar das "turbulências" que afetam a equipa parece ser capaz de conseguir o segundo lugar desta fase, apesar de estar ainda longe dos anos aúreos do clube lisboeta.

    Na fase de descida, O Belenenses é 1º com 9 pontos (4 da primeira fase+5 da vitória), o Benfica é 2º com 6 pontos (2 da primeira fase+4 da vitória), o CDUP é 3º com 3 pontos (3 da primeira fase) e o Técnico é 4º com 1 ponto.

 

By Pedro Santos

04
Mar12

Área de Ensaio

Pedro Santos

Avançados: Humildade e Sacrifício

 

 

    Qualquer equipa de rugby que pretenda alcançar o sucesso, necessita obrigatoriamente de dispôr de avançados de qualidade. Uma equipa pode ter médios inteligentes e que sabem ler o jogo de forma exemplar, centros placadores, mas ao mesmo tempo capazes de atacar e até pontas velozes e desiquilibradores no 1x1, mas se os avançados não acompanharem este nível qualitativo, qualquer equipa está destinada ao insucesso. E sim, esta é uma crónica a enaltecer as qualidades técnico-tácticas dos avançados numa equipa de rugby.

 

    Os avançados são oito, dois pilares, um talonador, dois saltadores, 2 "asas" e um número 8. Os avançados são geralmente escolhidos devido à sua constituição física (os pilares são mais pesados, os saltadores altos, etc), mas um bom avançado não se faz apenas de físico, embora isso seja essencial, a questão mental é também fulcral. Os avançados têm de ser jogadores humildes e com grande capacidade de sacrificio, eles fazem o "trabalho sujo" dentro de campo, são os avançados que ganham as bolas para os defesas poderem brilhar com ela, seja no jogo à mão, ou ao pé. É raro ver se um pilar ou um saltador correr 50 metros com a bola e marcar um ensaio, mas quando vemos um defesa fazê-lo, é porque houve um trabalho da avançado, quer tenha sido a garantir a sua posse ou a ganhá-la ao adversário. Sem querer tirar qualquer mérito aos defesas, eles apenas podem jogar se a sua equipa tiver a posse da bola, e para ganhar a bola são necessários aqueles 8 homens que geralmente passam despercebidos.

 

    Os avançados são também sujeitos a um desgaste físico enorme durante o jogo, é certo que não fazem sprints de 40 ou 50 metros, nem fazem jogadas à mão em progressão, mas o desgate de formar numa formação ordenada é terrível, e aqui destaca-se o 5 da frente, que utiliza toda a força para empurrar o pack avançado, num espaço onde coexistem cabeças de ambas a equipas e onde escasseia o ar respirável. Multiplicando isto por 15/20 formações num jogo percebe-se o desgaste dos jogadores.

    Mas também os alinhamentos são momentos cruciais, os levantadores fazem o seu papel ao suportarem todo o peso dos saltadores, colocando-os no ar. A posse de bola num alinhamento ou numa formação pode ser uma excelente plataforma de ataque para os defesas.

Além disto, os avançados placam, defendem e "limpam corpos" nos rucks e usam a força e energia para ganhar metros no impacto, entre muitas outras acções.

 

    Os avançados passam quase sempre despercebidos, raramente brilham, raramente fazem manchetes de jornais. Contudo no rugby profissional são dos jogadores mais bem pagos. Em Inglaterra, França ou Austrália, os avançados em geral e os pilares em particular ocupam quase sempre o topo das folhas salariais, numa prova clara do seu valor e importância.

    Desta forma presto o meu tributo, a esses homens que põem sempre o colectivo acima do particular, e que não se importam de sofrer 80 minutos numa luta por uma bola, para que os seus defesas possam colocá-la onde mais interessa.

 

By Pedro Santos

19
Fev12

Área de Ensaio

Pedro Santos

Taça(s) de Portugal

 

 

    Este fim-de-semana foi dedicado à disputa da Taça de Portugal. Não deixa de ser uma data estranha à realização da final da prova, que normalmente marca o final da época desportiva. Este ano, com alguma estupefacção a Federação Portuguesa de Rugby marcou a final (e as restantes eliminatórias) durante a realização de diversas provas internacionais, entre elas o Campeonato Europeu das Nações. Obviamente que algumas equipas saíram prejudicadas por este facto, especialmente as que mais jogadores cedem à selecção nacional, o que impossibilitou a presença de certos jogadores nas eliminatórias que conduziram a esta final. De entre as equipas prejudicadas, destaca-se o Grupo Desportivo de Direito, clube onde militam a maioria dos jogadores nacionais.

    Outro facto que causa algum espanto é os moldes em que se disputou a Taça de Portugal, na verdade não houve uma final, mas sim quatro. Muito sucintamente a prova realizou-se da seguinte forma, um pouco à imagem dos torneios de sevens, as equipas foram numa primeira fase divididas em grupos, consoante a classificação dos grupos, as equipas jogaram para decidir quem jogaria “para que final”. Desta forma houve uma final principal, uma Bowl, Plate, e Shield.

    Se desta forma é possível uma equipa disputar mais jogos, parece não fazer sentido existirem quatro finais. Para além da final principal, qual é o interesse das outras finais? Interessa realmente uma equipa vencer uma taça secundária? Qual é o propósito de uma equipa perder todos os jogos, mas mesmo assim atingir uma final? São algumas questões que a FPR deve analisar e perceber se não é mais vantajoso voltar aos moldes clássicos da Taça de Portugal.

 

    A final principal disputou-se entre Académica e Agronomia, duas equipas que garantiram um lugar na final-four na disputa do título. A Académica está a fazer uma época de grande nível, conseguindo resultados que conduziram a equipa a um lugar nos 4 primeiros.  Já Agronomia, crónica candidata a vencer tudo na última década, fez até aqui os mínimos para garantir um lugar na disputa do título, mas para ultrapassar o GDD e ser campeão nacional terá obrigatoriamente de subir de nível.

    A Académica queria aproveitar a final para conquistar a sétima Taça da sua história, e igualar o GDD no número de vitórias. Já a Agronomia pretendia vencer a sua nona prova e igualar o Benfica como equipa mais bem sucedida nesta competição. Mais, a Agronomia poderia vencer a sua quarta taça consecutiva, um feito nunca antes realizado em Portugal.

    O jogo disputou-se no campo de Honra do Estádio Nacional, e desde cedo se percebeu a tendência do jogo. Agronomia entrou a toda a velocidade e logo no inicio do jogo marcou três ensaios perante a passividade da Académica. Quando a “Briosa” acordou já o marcador ia em 22-0. A partir daí o jogo a Académica correu sempre atrás do marcador, com a equipa da Agronomia a limitar-se a controlar o jogo, perante uma trabalhadora equipa de Coimbra. A má entrada no jogo ditou a derrota da Académica, que pela segunda parte que realizou, e pela entrega da equipa merecia um resultado mais equilibrado. De destacar a boa exibição (mais uma) de Sérgio Franco, o melhor marcador de ensaios da Divisão de Honra, que não chegou para a Académica somar mais um feito.

 

    Nas restantes finais, o CDUL venceu o Benfica por 52-12 e venceu a Taça Plate, a Taça Bowl viajou até Arcos de Valdevez, resultante da vitória por 48-5 frente ao CRE e a última das Taças (Shield) fica para Santarém que venceu o Montemor por 26-19.

Em termos de rugby feminino, realizou-se também a final da Taça, que opôs o Benfica à Escola Agrária de Coimbra, duas equipas que durante a fase regular do campeonato foram as mais fortes, e que prometiam um bom espectáculo. No final a vitória sorriu às “benfiquistas” por 27-0.

 

By Pedro Santos

 

22
Jan12

Área de Ensaio

Pedro Santos

   Os Mitos do Rugby

 

 

 

    Com o campeonato nacional parado, e com pouco rugby internacional a merecer destaque, irei aproveitar para escrever sobre um tema que considero pertinente. Esse tema são os mitos e ideias feitas sobre o rugby.

Para o crescimento da modalidade há que erradicar algumas ideias pré-concebidas que ainda estão implementadas na mentalidade da maioria das pessoas. Estes mitos apenas têm contribuido para afastar jovens do desporto e impedir um maior desenvolvimento da modalidade do nosso país.

    A presença da selecção nacional no RWC 2007, veio dar uma visibilidade muito grande á modalidade, e, acredito que muitos aproveitaram esse destaque para se familiarizar com o rugby. Contudo ainda existem mitos, resultantes do desconhecimento que devem ser desfeitos.

    O primeiro grande mito que envolve este desporto é a ideia de que o rugby é um desporto violento. Completamente errado. O rugby é um desporto de contacto e por vezes viril, mas o respeito pelo adversário é enorme. Raramente existe a intenção de magoar, e as próprias regras existem para proteger a integridade fisica dos atletas.  O rugby nada tem de violento, pelo contrário é uma "escola" de valores como o companheirismo, a camaradagem e o respeito por adversários, treinadores e árbitros.

Se comparar-mos o número de lesões no rugby com o futebol, verificamos que os números são idênticos (e creio que se verificam mesmo mais lesões no futebol), e um jogador de rugby joga em média até aos 34/35 anos. O mesmo de um jogador de qualquer outra modalidade. Portanto, o rugby não é violento.

    Outro mito diz respeito às classes sociais. Tradicionalmente o rugby é conotado com uma classe social de maior poder económico, ou seja ainda persiste a ideia de que o rugby "é para gente rica". Esta ideia é bastante antiga é vem do facto de o rugby ter começado a ser jogado em universidades, onde só quem tinha um elevado poder económico podia estudar. Hoje em dia nada disto faz sentido, o rugby é para todos e apenas com o contributo de um maior número de pessoas pode desenvolver-se. A título de exemplo, vale a pena referir o trabalho que tem sido realizado pelo Rugby Clube de Belas ou pelas Escolinhas de Rugby da Galiza, trabalhado em zonas geralmente consideradas carênciadas, nos suburbios de Lisboa e levando o rugby a crianças que todos os extractos sociais.

    Por último existem ainda muito a ideia de que é necessário ser-se "grande" para jogar rugby. Muita gente acredita de que o rugby é para pessoas grandes e fortes, e de que os mais "pequenos" não têm lugar numa equipa.

Em relação a esta ideia o melhor é mesmo referir a frase de Jean Giraudoux, um jornalista e novelista francês do sec. XX, "Huit joueurs forts et actifs, deux légers et rusés, quatre grands et rapides et un dernier, modèle de flegme et de sang-froid. C’est la proportion idéale entre les hommes" ou seja "Oito jogadores fortes e activos, dois ligeiros e inteligentes, quatro rápidos e um último modelo de estilo e sangue frio. Uma equipa de rugby é a proporção ideal entre os homens".

 

 

By Pedro Santos

01
Jan12

Área de Ensaio

Pedro Santos

O Adeus das Estrelas

 

 

 

 

     O ano que 2011 que ainda agora acabou, trouxe infelizmente o final de carreira de alguns dos mais marcantes jogadores da última década.

     Regularmente os jogadores aproveitam o final das grandes competições para se retirarem da vida internacional, e o Campeonato do Mundo de 2011 não foi excepção.

     O adeus mais sentido é sem dúvida o de Jonny Wilkinson. O médio de abertura inglês, que é neste momento o segundo melhor marcador de pontos a nivel internacional, decidiu deixar a "selecção da rosa" e dedicar-se exclusivamente ao seu clube.

Wilkinson, um dos maiores responsáveis pelo título mundial que a Inglaterra conquistou em 2003, graças a um fantástico pontapé na final contra a Austrália, não resistiu às inúmeras lesões. Na memória dos adeptos da modalidade ficarão para sempre os pontapés de Wilkinson, fosse na selecção, nos Newcastle Falcons ou no Toulon. Depois de 91 jogos pela sua selecção, um dos mais míticos jogadores de sempre decidiu abandonar.

     Outra lenda que decidiu por um ponto final à sua carreira internacional foi o ponta galês Shane Williams. Williams foi sem dúvida um dos maiores finalizadores de sempre, vindo na senda dos grandes defesas galeses, Williams distinguia-se mais pela apetência a atacar, onde as suas fintas de corpo desconcertavam os adversários, do que a defender. Na festa de despedida a Williams, a Austrália deslocou-se a Gales, e Shane Williams aproveitou para até no seu último jogo pela selecção deixar a sua marca com mais um ensaio.

     Ainda a nivel europeu merecem destaque a despedida dos palcos internacionais de homens como o defesa escocês Chris Paterson (109 internacionalizações e 809 pontos), o pilar irlandês John Hayes (que não foi convocado para o RWC).

     As selecções do Hemisfério Sul também ficaram "orfãs" de alguns jogadores emblemáticos.

     A África do Sul perdeu recentemente dois dos mais famosos jogadores do país, vencedores do Campeonato do Mundo de 2007. O talonador John Smit e o segunda-linha Victor Matfield. Smit já há algum tempo que vinha perdendo espaço para Bismarck du Plessis, e nos últimos tempos foi, por diversas vezes obrigado a jogar a pilar, face às exibições de du Plessis a talonador. De qualquer forma Smit acaba a sua carreira com 111 jogos pelos Springboks.

     O caso de Matfield é diferente, pois a titularidade nunca foi um problema. Durante o RWC 2011, Matfield foi um dos que mais jogou, mas os 34 anos já não permitem a Matfield apresentar a mesma forma de antigamente. Ficarão na memória as grandes exibições, onde juntamente com Bakkies Botha formou uma das melhores segundas-linhas do mundo.

     A Nova Zelândia também viu partir alguns dos seus jogadores. Mills Muliaina decidiu abandonar os campeões do mundo. Durante a competição, uma lesão no ombro, retirou-lhe espaço na equipa, e Mills optou o abandono definitivo. Para a história ficam as 100 internacionalizaões de Mills.

     Também Brad Thorn, aos 36 anos optou pela retirada, embora esta já estivesse anunciada desde o inicío do Campeonato do Mundo.

     Outros jogadores decidiram este ano que o melhor seria deixar as novas gerações tomar os lugares nas suas selecções. O facto de grandes jogadores optarem por se retirar não retira qualquer brilhantismo ao desporto, pois os seus lugares parecem estar assegurados a curto/médio prazo por jovens de imensa qualidade.

 


By Pedro Santos

25
Dez11

Área de Ensaio

Pedro Santos

O Regresso do Nosso Campeonato

 

 

    O Campeonato do Mundo de Rugby passou. Como se previa a Nova Zelândia não deu hipóteses, e jogando em casa levantou novamente um título que lhes fugia à 24 anos. Com maior ou menor dificuldade, mostraram que são realmente a melhor equipa do mundo.

    A final, contra a França de Thierry Dusatoir (um dos melhores do ano aliás), foi ganha por um ponto apenas, mas foi o suficiente para Richie McCaw e os seus colegas fazerem a festa. Neste torneio merecem ainda destaque, a França claro está pela excelente campanha que fez, onde se destacaram homens como Dusatoir, Vincent Clerc ou Morgan Parra e ainda o País de Gales, que com um estrondoso 4º lugar foi a sensação do campeonato.

    Mas como já referi tudo isto passou, e é tempo de agora nos debruçarmos sobre as competições internas, pelo menos até ao inicio do Torneio das 6 Nações, em Fevereiro.

    Pelo meio, a nossa selecção disputou uma partida amigável contra a sua congénere uruguaia, onde mais uma vez ficou patente que o rugby português não atravessa o seu melhor momento. Pior que a derrota foi a exibição, onde para além da incapacidade de ganhar a posse da bola ficou expressa a dificuldade em atacar. Faltaram alguns internacionais, é certo, e apenas podemos acreditar que quando começar o Torneio Europeu das Nações, os resultados serão melhores.

    Este jogo foi disputado sobretudo com jogadores do nosso campeonato, a Divisão de Honra, campeonato esse que já entrou na segunda volta da Fase de Apuramento. E neste momento já estão definidas as equipas que jogarão para o título, e quais jogarão para evitar a descida. Como seria de esperar Agronomia já lidera com 49 pontos, fruto das 11 vitórias em 12 jogos. Mais uma vez Duarte Cardoso Pinto destaca-se nesta equipa sendo neste momento o melhor marcador desta fase. Em segundo lugar segue o CDUL com 43 pontos, onde neste momento se destaca Carl Murray. O GD Direito é 3º classificado, o que não deixa de ser uma "meia-surpresa". Com tantos internacionais na equipa, esperava-se mais dos "advogados". De qualquer forma, os 42 pontos que já têm chegaram para garantir um lugar nos 4 primeiros. A grande surpresa chama-se Académica de Coimbra. Suplantou o Belenenses (ainda a recuperar da saída de Hafu), e com 39 pontos fez o que poucos esperavam. Com uma equipa constituida por jogadores jovens e alguns muito experientes, com destaque para o pilar Rui Cordeiro a "briosa" promete muita luta pelo titulo, sobretudo nos jogos disputados em Coimbra.

    Belenenses, Benfica, CDUP e Técnico iniciarão a disputa para evitar o lugar que ninguem quer. O Técnico, por apenas ter ganho 4 pontos nesta fase é à partida a equipa que menores argumentos terá para evitar a ida até à 1ª Divisão. Caberá a jogadores como Manuel Frazão (o melhor marcador da equipa) lutar para evitar esse posto.

    Em Janeiro voltará a disputa.

    No campeonato da 1ª Divisão, as surpresas são poucas. CRAV é primeiro, e o seu "passeio" até à Honra parece ser para continuar. O Cascais, terá, em principio, de esperar mais um ano até puder disputar o acesso ao principal campeonato. Montemor, Lousã e Évora disputam ainda os dois lugares que faltam para disputar a subida. Uma destas equipas irá acompanhar o Vitória de Setúbal, o Santarém e o Caldas Rugby Clube na luta para disputar a descida.

    Ainda falta bastante campeonato, e muito poderá acontecer, e eu cá estarei para acompanhar as decisões do nosso rugby.

 

By Pedro Santos

18
Set11

Área de Ensaio

Pedro Santos

Resultados, Análise e Estatísticas II

 

 

       Entrámos na segunda semana do Mundial, e o que se pode dizer é que o campeonato tem correspondido às melhores expectativas. Grandes jogos, equipas mais pequenas a fazer frente aos candidatos e resultados mais ou menos inesperados, tem sido isto a imagem de uma semana de Rugby World Cup.

 

      

 

11
Set11

Área de Ensaio

Pedro Santos

Resultados, Análise e Estatísticas

 

 

       Começou o espectáculo. Na passada sexta feira, começou o sétimo Campeonato do Mundo de Rugby, e até agora já assistimos a jogos bem interessantes.

      

       O RWC iniciou com um Nova Zelândia – Tonga, os All Blacks a jogar em casa venceram por 41-10, um resultado que apesar de esperado peca por escasso. A primeira parte foi muito boa, com os homens da casa a traduzirem a sua superioridade em 4 ensaios. Esperava-se que na segunda parte elevassem o marcador, mas passou-se exactamente o contrário, a reacção foi de Tonga que melhorou na defesa e conseguiu um ensaio merecido. A Nova Zelândia acusou um pouco a pressão de jogar perante o seu público, e perante os erros de Tonga, esperava-se um resultado mais dilatado, contudo é também necessário referir que alguns titulares não jogaram, portanto tudo indica que irão melhorar.

     

      

21
Ago11

Área de Ensaio

Pedro Santos

Análise ao Mundial - Grupo D

 

 

       O Grupo D promete ser um dos mais disputados do mundial. As equipas que o compõem são todas elas bastante equilibradas, e prometem bastante espectáculo e equilíbrio na disputa pelos dois lugares que dão vagas nos oitavos de final.

       O grupo é composto pela África do Sul, País de Gales, Ilhas Fiji, Samoa e Namíbia. Todas elas são equipas que se conhecem bem, a titulo de curiosidade, África do Sul e Samoa, já haviam estado juntas no Mundial de 2007, bem como Fiji e País de Gales.

      

 

08
Mai11

Área de Ensaio

Pedro Santos

Introdução ao mundo do rugby II

 

 

 

 

               Dando seguimento à linha de raciocínio da crónica transacta, e por considerar que há ainda aspectos do jogo que merecem ser esclarecidos, esta semana vou continuar com a introdução e as explicações. Vou explicar as funções de cada jogador dentro de campo e ainda algumas regras e expressões próprias.

               Assim, e como já tinha explicado, cada equipa de rugby union é composta por 15 jogadores, 8 avançados e 7 defesas.

               O pack avançado é composto por 3 linhas de jogadores. Na primeira linha jogam 2 pilares, jogadores geralmente mais fortes e pesados, que têm por função empurrar e fazer força nas formações ordenadas (para o talonador poder disputar a bola mais à vontade) e levantar os saltadores nos alinhamentos. Há ainda um talonador, um jogador à imagem dos pilares, mas com tarefas mais específicas e mais liberdade dentro do campo. Ele é responsável pela introdução da bola nos alinhamentos, e, além disso, nas formações ordenadas é ele quem disputa a bola com o talonador contrário (utilizando o calcanhar, talon em francês). O talonador por vezes funciona como um 3º linha (Asa), por isso convém ter velocidade e ser um bom placador.

               A 2ª linha tem 2 jogadores. Dois saltadores, que são normalmente os jogadores mais altos da equipa pois passa por eles a conquista da bola nos alinhamentos. Além disso, são ainda importantes nas formações ordenadas, pois o facto de serem jogadores com força é importante para empurrar o adversário.

               A 3ª linha fecha o pack avançado. É composta por 2 asas e um nº8. Os Asas têm de ser grandes placadores, a sua principal função é correr o campo atrás da bola e tentar placar sempre o adversário que a possui. Nas formações ordenadas, colocam-se nos lados para impedir a saída rápida do adversário. Por vezes também saltam nos alinhamentos (em certas jogadas que pretendem criar surpresa). O nº 8 fecha a formação ordenada, e como a bola sai sempre no sítio onde ele está é o único avançado que a pode agarrar nas formações. Além disso convém entender-se bem com o Médio de Formação, pois do seu entendimento depende o sucesso de uma formação ordenada.

               Passando para os defesas ou “3/4”. O Médio de Formação é o jogador que faz a transição entre os avançados e os defesas, logo tem de ter grande capacidade de passe, visão de jogo e comunicação, é dele que saem as decisões das jogadas, portanto é de grande importância. O Médio de Abertura, é geralmente o chutador da equipa, por isso precisa de ter um bom pontapé. Mais, a capacidade de passe é também importante, pois um bom passe a entrar nos Centro, ou nos Alas pode ditar uma boa jogada.

               Os Médios – Centro têm uma dupla função. A defender, têm de ser bons placadores, ter sentido posicional e conseguir descair rapidamente nas alas, uma vez que nunca se sabe se o adversário vai “entrar” pelo meio ou pelas alas. A atacar, têm que decidir bem as jogadas e fazer a bola chegar rápido aos Alas para se poder criar superioridade.

               Os Alas têm de ser jogadores rápidos, com boa finta de corpo e força. É neles que se pretende que entre a bola, para correrem junto à linha lateral até ao fim do campo. Por fim, o nº15 ou Arriére, o defesa que se pretende que se incorpore nas jogadas ofensivas, causando surpresa e superioridade, e a defender que seja a última barreira antes da área de ensaio.

               Em termos de regras e expressões, um alinhamento, ou touche, ocorre quando a bola sai pela linha lateral. A reposição é feita pela equipa contrária à que meteu fora, a não ser que seja numa penalidade.

               Formação Ordenada, Mellée ou scrum é o confronto dos dois pack’s avançados pela disputa de bola. Ocorre quando a bola é jogada para a frente, fica injogável ou há toque de meta. Os jogadores empurram-se enquanto os talonadores disputam a bola com os calcanhares. Uma formação espontânea alta ou maul, ocorre quando os jogadores se aglomeram espontaneamente em pé a disputar a bola, a formação espontânea baixa ou ruck, é o mesmo mas no chão. Aqui apenas o jogador que tira a bola a pode jogar com as mãos.

 

By Pedro Santos