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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

27
Jun12

Lado B

Bruno Carvalho

Mercado pouco agitado

 


A uma semana de os principais clubes do futebol português iniciarem os trabalhos de pré-época, o mercado de transferências encontra-se pouco agitado quer em termos de entradas quer em termos de saídas de jogadores, no que diz respeito a FC Porto, Benfica, Braga e Sporting.

 

No FC Porto não está garantido qualquer reforço, apesar de a imprensa portuguesa falar insistentemente na hipótese do avançado colombiano Jackson Martínez reforçar os “dragões”. No entanto e mesmo não tendo feito nenhuma contratação, espera-se que alguns jovens que estiveram emprestados a outros clubes na última época, como Kelvin, Christian Atsu e David Addy, integrem os trabalhos de pré-época do FC Porto. Já no que diz respeito a saídas, tem-se falado na hipótese de Hulk ingressar no Chelsea mas, na minha opinião, não me parece que Hulk saia do FC Porto uma vez que o presidente Pinto da Costa já veio garantir publicamente que Hulk não sai do FC Porto por um valor abaixo da sua cláusula da rescisão, e, não estou a ver que haja algum clube que pague 100 milhões de euros por Hulk.

 

No Benfica já estão garantidos alguns reforços, como Paulo Lopes, Luisinho, Hugo Vieira, Ola John e Michel, além dos prováveis regressos de Sidnei, Melgarejo e Alan Kardec após terem cumprido os seus empréstimos. Deste conjunto de jogadores, creio que Ola John será o único que irá pegar de estaca no onze inicial do Benfica, isto se for concretizada a saída de Gaitán para o futebol inglês. Quanto a saídas do clube encarnado e tal como no FC Porto, não está oficializada nenhuma saída apesar da possibilidade de jogadores como Javi García, Witsel ou Cardozo poderem partir para outras paragens.

 

No Braga estão asseguradas as contratações de Ismaily (defesa esquerdo, ex-Olhanense), Florent (defesa esquerdo, ex-Leixões), Maximilian Haas (defesa central, ex-Leiria), Éder (avançado, ex-Académica) e Manoel (avançado, ex-Penafiel), prevendo-se também o regresso dos “emprestados” Henrique, Rodrigo Galo, Zé Luís e Yazalde. Além destas novidades para os lados de Braga, creio que a grande contratação para a nova temporada da equipa bracarense é José Peseiro, o novo treinador. Penso que José Peseiro é um treinador que irá dar uma nova imagem à equipa do Braga, colocando-a a jogar um futebol mais ofensivo e atraente para os adeptos.

 

Por fim, o Sporting parece ser, dos “quatro grandes” do futebol português, aquele que se encontra menos ativo neste momento, ao contrário do que acontecia na época passada em que era o mais ativo. Para já, Zakaria Labyad é o único reforço garantido e João Pereira e Anderson Polga são as duas únicas saídas asseguradas.

 

Concluindo e no meu ponto de vista, este está a ser um mercado de transferências muito pouco agitado, talvez pelo facto de todas as atenções estarem viradas para o Euro 2012.  

 

22
Jun12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Temos Rei

 

Lebron James já tem um anel. A primeira parte da profecia dos mais de seis títulos pelos Superfriends de Miami está finalmente cumprida. Não digo finalmente de forma inocente, pois era apologista de que não queria ver um jogador tão fabuloso como James ser privado de títulos colectivos. E os Thunder têm tempo para chegar ao topo da montanha nos próximos anos.

Agora, aquilo que eu não esperava era ver a eliminatória ser resolvida apenas em 5 jogos, e ver Miami ganhar os 4 últimos que dariam a vitória de forma consecutiva. O que se viu - e bem - foi uma equipa que, apesar de dificilmenteconseguir algum dia  chegar ao equilíbrio e quiçá perfeição patentes no modelo de Oklahoma, porque o seu modelo salarial ancorado quase na totalidade em James, Wade e Bosh é proibitivo a contratações de grandes jogadores, foi uma equipa de campeonato. Além do trio, nestes playoffs (e na época regular) liderado por James que tem tido performances possantes (até nos seus malogrados quartos períodos da época passada), o banco de Miami fez aquilo que é suposto se esta equipa quer colmatar as suas deficiências. Com uns quase históricos 7 em 8 triplos convertidos de Mike Miller, um jogo sólido (durante todas as rondas) de Shane Battier, Mario Chalmers também a assumir responsabilidades de atirador e Norris Cole que, juntamente com Udonis Haslem, têm um espírito indomável (ontem à noite os comentadores da ESPN apelidavam Cole de um Udonis Haslem em ponto pequeno), Miami conseguiu juntar as peças do puzzle.

Isto deve chegar para silenciar alguns, mas viu-se este ano que Miami, especialmente James, já não joga para silenciar críticas. Alías, confessou-o nos últimos dias, e que isso naturalmente o fez ganhar de novo o MVP, e finalmente o título. Quem sabe se essa mentalidade tem existido na época passada se não estávamos a falar de algo inédito na NBA, 4 MVPs consecutivos.

E portanto, deixá-los serem reis por uns tempos, que bem merecem. Mas quanto ao futuro? Oklahoma vai voltar com a experiência que não teve nestas finais, de outra forma não se entende porque carga de água foram perder quatro jogos seguidos contra uma equipa que alguns nem achavam que ganhasse esta série, após terem mostrado compostura invulgar para a tenra idade nas séries anteriores, especialmente contra os veteranos San Antonio Spurs. E será precisa boa gestão de cima para manter esta equipa competitiva nos próximos anos: viu-se este ano que os anos vão começar a pesar em Wade, há que saber que James não é seguro de ficar em Miami caso o sucesso seja grande no final do contrato, portanto rodear o mais possível, e com os recursos autorizados, as estrelas do talento certo para jogar é fulcral. A próxima época, inteira, com uma pré-época completa e uma 'offseason' também longa que permita aos escritórios das equipas ponderar os planos para as suas formações. E o futuro promete, tanto para os Heat como para os Thunder. Mas cuidado, os Lakers vão-se reparar, os Spurs vão novamente reinventar-se, os Bulls vão-se segurar, e os Clippers vão crescer, portanto a competição estará lá. Neste momento, só não consigo apostar nos Knicks, disfuncionais que dói. Agora, vem o draft dia 28, e as esperanças das equipas mais pequenas (vamos Detroit...) jogam-se neste palco, e também promete, depois da primeira escolha que se espera ser Anthony Davis, nada é certo nos 15 primeiros.

21
Jun12

Steve Field

Steve Grácio

Euro 2012

 

Não tem sido um europeu fantástico, mas de modo geral tem proporcionado momentos de grande futebol, com poucas decepções.
Começando pelo grupo A, não se pode dizer que houve grandes surpresas, apesar de eliminação da Rússia, a selecção teoricamente mais forte. Após a goleada na ronda inaugural, muitos foram os ecos de contentamento com a equipa Russa, que se apresentava claramente como uma das melhores selecções da prova. Só que os pupilos de Dick Advocaat não confirmam o jogo inicial, não deixando, porém, de merecer elogios. A Rússia, comandados por Arshavin, um pequeno grande jogador, baseiam o seu futebol em fortes transições ofensivas, aproveitando a velocidade e qualidade dos seus médios, sobretudo de dzagoev. No entanto, sendo fracos na recuperação de bola, com pouca capacidade de pressão, a selecção russa acabou por claudicar quando menos se esperava. Além disso, a equipa russa está talhada para jogar em vantagem no marcador pela velocidade que imprime no jogo, e vendo-se em desvantagem nos dois jogos seguintes, o seu nível exibicional baixou, ficando a ideia que não consegue responder às adversidades, sobretudo pela falta de rotação que os seus médios dão aquando da desvantagem no marcador. É difícil de entender que uma das melhores equipas, sobretudo em termos técnicos, seja eliminada em fase tão prematura. A equipa anfitriã, a Polónia, foi eliminada sem qualquer vitória, e com níveis de exibição em decrescendo. Após um primeiro jogo razoável, com o grande jogador da equipa, o avançado Lewandowski bem servido, o treinador alterou o onze e saiu-se mal. Entrou para a primeira equipa o trinco Dudka, mas a sua incapacidade de iniciar a fase de construção prendeu a equipa, que aliada à deslocação do organizador Obraniak para a esquerda fez com que o avançado do Dortmund recebesse muito poucas bolas e a equipa ficou muito curta, sem capacidade nos últimos 30 metros. Pelo contrário, a República Checa foi em crescendo. Depois da goleada sofrida no primeiro jogo, o treinador mudou peças chaves na equipa, que resultou numa grande jogada de xadrez. Hubschamann entrou para equilibrar a equipa no miolo, libertando Jiracek, claramente o jogador em foco no conjunto, para a segunda linha do meio campo e adiantando Plasil para médio de transição. Além disso, o corredor direito passou a estar encarregue essencialmente do lateral Selassie, que dá grande profundidade à equipa na transição ofensiva. Resultado de tudo isto: primeiro lugar no grupo. Já a Grécia foi, provavelmente, a surpresa na primeira fase da prova. Com uma equipa bem inferior à de 2004 e com vários fantasmas dessa equipa, Fernando Santos conseguiu montar as estratégias adequadas à equipa que dispõe. Uns chamam cinismo ao futebol grego, eu chamo estratégia e inteligência. No futebol, o essencial é a vitória. Destaque, uma vez mais, para Karagounis.


No grupo B, o grupo da morte, o grupo de Portugal, não se pode dizer que tenha havido surpresas. A Alemanha passou tranquilamente com três vitórias e Portugal com duas, as duas selecções tacticamente mais evoluídas. Admito que apostava na Holanda como uma das melhores equipas da prova, mas a sua (in) capacidade táctica assusta. A Holanda é uma equipa que apenas tem em conta dois dos quatro momentos do jogo, a transição ofensiva e a organização ofensiva, que é óptimo, por exemplo, para equipas como Portugal, tão fortes na transição ofensiva e sempre com uma grande organização defensiva. Foram vários os ecos de euforia depois da exibição convincente da turma das quinas frente à Holanda, mas exagerados, sobretudo os dirigidos a Ronaldo. Portugal e o seu capitão fizeram um grande jogo, é certo, mas realço uma vez mais a incapacidade da Holanda. Não tirando o mérito a ninguém, esta Holanda é provavelmente das selecções mais fracas a nível colectivo. Portugal jamais terá tantos espaços para imprimir velocidade daqui em diante, a principal arma de jogadores como Ronaldo. Destaque ainda para a Dinamarca que, sendo claramente a selecção mais fraca do grupo, se apresentou sempre bastante organizada defensivamente e esteve perto do apuramento.


No grupo C, passaram as duas selecções teoricamente mais fortes. A Espanha, campeã europeia e mundial em título, e a sempre forte Itália. No entanto, a Croácia revelou muito mais capacidade que os Transalpinos. Com uma equipa construída em redor do seu craque, Modric, que espalhou magia a cada toque na bola, a Croácia mostrou ser uma equipa bastante forte, com dedo de treinador. Bilic mostrou que é um grande treinador, sobretudo pela capacidade de resposta no jogo com a Itália. Destaque para Mandzukic, um ponta de lança para voos maiores que o Wolfsburgo. A Itália voltou ao sistema antigo de três centrais, e com a Espanha resultou em pleno. No entanto, é uma equipa que parece viver da inspiração dos seus grandes jogadores no momento ofensivo, o que a torna um pouco previsível na maioria do tempo. Destaque para Pirlo, o piano da equipa, que é o médio mais recuado. Um 6 construtor, como se deve ter hoje em dia. Já a Espanha, vive com problemas que todas as equipas gostariam de ter: em primeiro lugar, quer jogar à imagem do Barcelona, sem avançado, (quando já ganhou tudo de outro mudo) quando não tem nenhum Messi. Em segundo, joga em simultâneo com dois médios muito parecidos (Xabi Alonso e Xavi), abdicando do médio mais distinto (Fabregas) quando coloca um avançado em campo. Já não é a Espanha sedutora, mas continua a principal candidata ao título. Por último, a Irlanda, claramente a selecção mais fraca deste europeu, com um treinador que respeito imenso, mas que está ultrapassado. Prova disso é o seu sistema, construído apenas com três linhas. É uma equipa sem chama, que foi passear a este europeu.


Por último, no grupo D, a surpresa foi a França não ser líder. Para mim, a seguir à Espanha e à Alemanha, é a melhor selecção deste europeu. Joga no modelo de jogo que mais gosto no futebol (isto, claro, excluindo o da Espanha e do Barcelona que não estão ao alcance de todos), com uma grande organização defensiva e com transições rápidas, quase sempre apoiadas, nunca se descompensando. Laurent Blanc percebeu a sua equipa e montou muito bem as suas peças. Com um duplo pivot sempre em rotação, com alas rápidos, com um 10 criativo e com o ponta de lança mais inteligente do europeu (as suas movimentações são um regalo. Mesmo quando não marca, tem influência nos golos), a França apresenta-se com uma selecção renovada e forte, depois dos fracassos anteriores. Já a Inglaterra, admito que dava pouco por ela mas venceu o grupo. Baseia o seu futebol numa pressão asfixiante ao portador da bola e numa grande organização defensiva. Em termos ofensivos, o seu futebol é previsível, directo e lento, dependendo da criatividade dos seus jogadores. Com Rooney, que só pôde jogar na última partida, a equipa melhorou porque ficou com mais linhas, ficou com um elo de ligação que, sem Rooney, não existia. A Ucrânia, equipa anfitriã, e a Suécia revelaram ser conjuntos bastante interessantes, que fizeram deste grupo o mais equilibrado, quando nada se previa.


Daqui para a frente, a magia e a emoção vão aumentar. Portugal terá de ter bastante atenção às transições ofensivas checas e terá um jogo bem mais difícil que o anterior. Contra a República Checa, Portugal terá dificuldade em fazer o que mais gosta: imprimir velocidade. Será um jogo bastante táctico, de risco, e acredito que, face às características das equipas, terá vantagem quem marcar primeiro. Se vencer os checos, Portugal defronta ou a Espanha ou a França, dois selecções muito fortes e sempre difíceis para Portugal.
Tirando a ausência da Rússia e da Croácia, os quartos de final terão os conjuntos mais fortes (a Holanda não era um conjunto), pelo que serão dias de elevado nível de futebol. Aposto, como sempre, na Espanha, mas terá de melhorar alguns aspectos (já referidos). Além da Espanha, a Alemanha tem revelando ser uma grande candidata, com o núcleo do Bayern a funcionar. Depois surge a França, a selecção que mais tenho gostado de ver. Com surpresa da minha parte, surge também a Inglaterra, que pode surpreender. Não considero nem Portugal nem Itália favoritos, mas são selecções com qualidade e podem surpreender. Até dia 1, a televisão é a minha melhor amiga. Viva o futebol!



20
Jun12

Lado B

Bruno Carvalho

Balanço da fase de grupos do Euro 2012

 

 

No primeiro dia sem futebol jogado desde o seu início, é altura de fazer o balanço da fase de grupos do Euro 2012, destacando as grandes surpresas e as grandes deceções.

Começando pelas surpresas, a República Checa, a Grécia e porque não Portugal foram as seleções que se destacaram pela positiva na fase de grupos.

No grupo A, em que os grandes favoritos à passagem aos quartos-de-final eram a Rússia e a Polónia, República Checa e Grécia contrariaram todas as expetativas garantindo o apuramento na última jornada. A República Checa alcançou o apuramento à semelhança de Portugal (perdendo o primeiro jogo e ganhando os dois seguintes), sendo que conseguiu mesmo a liderança do seu grupo. Até agora, os jogadores que mais se destacaram na República Checa foram, na minha opinião, Rosicky, Pilar e Jiracek pelo que, no jogo de amanhã, Portugal terá de ter muito cuidado com estas três unidades de ataque de forma a não ser surpreendido. Já a Grécia continua a assentar o seu futebol, tal como em 2004, no cinismo, jogando à defesa e concretizando em golo as poucas oportunidades de que dispõe.

Portugal também acaba por ser, para mim, uma surpresa pela positiva, na medida em que a maioria dos adeptos de futebol (na qual eu me incluo) estava à espera do apuramento da Alemanha e da Holanda, pelo futebol que estas duas seleções apresentaram na fase de qualificação, tendo vencido todos os jogos. A partir do momento em que a nossa seleção chega aos quartos-de-final, acho que Portugal tem tudo para ir pelo menos até às meias-finais, já que na semi-final é muito provável que encontremos a campeã europeia e mundial Espanha, num jogo que a acontecer será muito difícil para a nossa seleção.

Quanto às grandes deceções da fase de grupos, destaco a Rússia e a Holanda. A Rússia pelo que fez na primeira jornada, quando goleou a República Checa por 4-1, parecia estar em condições de garantir um apuramento fácil para a fase a eliminar e até de lutar pela vitória final. No entanto, duas exibições menos conseguidas frente à Polónia e à Grécia atiraram a seleção de Dick Advocaat para fora deste campeonato da Europa.

A Holanda, pelo facto de ser a vice-campeã do Mundo em título, foi para mim uma grande deceção e ainda bem que o foi, porque assim Portugal garantiu o apuramento para a fase seguinte. No meu ponto de vista, o principal fator para este “descalabro” da Holanda foi a má gestão do selecionador Bert van Marwijk relativamente aos egos de alguns jogadores. Marwijk não soube gerir da melhor maneira o facto de ter o melhor marcador da liga inglesa (van Persie) e o melhor marcador da liga alemã (Huntelaar) na mesma equipa e não soube tirar o melhor proveito de van der Vaart, tendo-o deixado no banco de suplentes nos dois primeiros jogos, em detrimento do seu genro (Mark van Bommel).

Outro aspeto que marca pela negativa o fim da fase de grupos do Euro 2012 é as declarações de Michel Platini acerca das equipas que vão estar na final (Espanha e Alemanha). Sendo o presidente da UEFA, Platini devia ter estado calado de forma a garantir ao máximo a imparcialidade dos árbitros neste Europeu. Ainda ontem, no jogo entre Inglaterra e Ucrânia, já se sentiram as palavras de Platini quando o árbitro húngaro Viktor Kassai não validou um golo limpo à equipa da Ucrânia. Ou seja, os árbitros já começaram a beneficiar os mais fortes. Para além deste grave erro ocorrido ontem, acho curioso ter sido um árbitro alemão a apitar o Espanha-Croácia e um árbitro espanhol a apitar o Alemanha-Dinamarca.

Concluindo, espero que os árbitros não se sintam condicionados pelas palavras de Platini nos jogos decisivos que se avizinham e que Portugal vá, pelo menos, até às meias-finais. Venha de lá o mata-mata!

 

 

15
Jun12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Algo para inspirar

 

Perdoem-me se esta semana misturo o basquetebol com o futebol, mas parece-me oportuno para cada um dos lados. Não sendo um conhecedor do desporto rei, há aqui um foco de inspiração que penso ser interessante de referir. Todo o português amante de bola viu os dois falhanços de Cristiano Ronaldo frente à Dinamarca, de um jogador que marcou 60 golos esta época ao serviço do Real Madrid, mas que parece nunca traduzir por completo o seu talento ao serviço da selecção nacional. O que se passará?

A resposta parece estar na própria cabeça do jogador. Pressão do país? Da equipa? Dos media? Dele próprio? Só podemos especular, mas aqui deixo um caso de superação de debilidades de um outro astro desportivo. Lebron James, que esta época se sagrou pela terceira vez MVP da NBA ao serviço dos Miami Heat, já foi noutra ocasião comparado neste blogue a Ronaldo: discutivelmente (muito até, embora seja compreensível), ambos são vistos como os melhores nas suas modalidades, tremendamente dotados do ponto de vista físico e atlético, e, acima de tudo, extremamente trabalhadores pelas suas capacidades (neste ponto até darei alguma vantagem a Ronaldo). E sim, um pouco prima-donas em dados momentos.

Como a maioria que acompanha esta coluna deverá por esta altura já saber, James vai no seu segundo ano a jogar em Miami, após a sua saída controversa de Cleveland. Apesar de ser desprezível o programa de uma hora feito de banalidades que culminaram no final com a revelação da decisão de Lebron (que concordou com o circo mediático possivelmente deliciado com o pacote avançado por uma das marcas que o patrocina), o então também MVP teve uma posição legítima em deixar o clube onde estava, que não teve capacidade para o rodear com os jogadores certos para este alcançar o título, apesar de ter estado sete anos no clube (chegou a haver Carlos Boozer, mas alguém se lembrou que não valia a pena pagar-lhe).

E depois escolheu jogar com Dwayne Wade e Chris Bosh, mas já toda a gente devia saber o contexto por esta altura. O ponto-chave: James, alvo de tanta crítica, bem como o resto da equipa, passou a época enfurecido e usando esse combustível para jogar, e chegar até às Finais, onde a sua equipa tombou perante os Dallas Mavericks. Só que essa fúria culminava com o ponto-chave da crítica do ano anterior: nos jogos grandes, James encolhia-se, e não era MVP para ninguém. Isto fez com que um novo buraco no seu jogo fosse constantemente escrutinado, a falta de eficácia nos 4ºs períodos decisivos de cada jogo.

Este ano, de volta às Finais, empatados a um jogo com os Thunder, James já é mais que completo: faz tudo muitíssimo bem em campo, joga em todas as posições se necessário, e já resolve nos momentos decisivos. E porquê? O próprio já o confessou: a fúria e frustração foram embora e deram lugar à fluidez e capacidade natural para o basquetebol, e, acima de tudo, a paixão pelo jogo que sempre caracterizou James enquanto esteve ao serviço dos Cavaliers. Por isso voltou o prémio de MVP, e se os Heat não ganharem o título este ano não será por causa dos 4ºs períodos de James, que tem dominado estes playoffs como mais ninguém. Só é pena a sua equipa ser tão desfalcada em tanto sítio.

A inspiração fica: não sei até que ponto Ronaldo terá algum problema com a fúria ou críticas, nem me parece que seja o caso, mas interessa que com todas as estrelas vem controvérsia e adversidade. É só uma questão de tempo até essa adversidade assolar os Thunder, cujas expectativas acabaram de chegar ao máximo com o final desta época que se aproxima, e de o público geral se aperceber que Durant também não é nem será perfeito, tão pouco que seja sequer melhor que James. Assim as estrelas, porque o são, acabam por ultrapassar estes períodos, e normalmente, como aconteceu a James, voltam melhor que nunca. Terá sido doloroso ver vezes sem conta os vídeos dos seus piores momentos nos playoffs do ano passado, mas isso parece ter-lhe limpo a alma. E acredito que um jogador como Ronaldo não deixará de fazer algo que lhe surta o mesmo resultado.

                                                          

                         

13
Jun12

Lado B

Bruno Carvalho

Hooliganismo no Euro 2012

 


Além do futebol jogado dentro das quatro linhas, há outro fenómeno que ocorre fora do futebol jogado em campo e que, infelizmente tem marcado pela negativa o Euro 2012. Refiro-me ao hooliganismo, o lado B deste campeonato da Europa.

Ainda ontem, antes do jogo entre Polónia e Rússia, a polícia teve de recorrer a canhões de água e a gás lacrimogéneo para controlar os confrontos entre adeptos nacionalistas de extrema-direita polacos e russos.

Neste caso em particular, penso que a relação hostil entre adeptos polacos e russos se deve a um período da História (após a 2ª Guerra Mundial e até ao início da Guerra Fria) em que a Polónia esteve sob o domínio político da Rússia, de Estaline. Mas, de qualquer forma, é sempre de condenar a violência no desporto e no futebol, sobretudo quando se mistura política com desporto.

O desporto e, neste caso o futebol em particular, deve ser um momento de confraternização entre adeptos de países e de culturas diferentes, mas o hooliganismo teima em contrariar aquilo que deve ser regra.

Mais uma vez, foram hooligans de ambos os países os protagonistas desta cena de violência nas imediações do estádio e pouco antes do início do jogo. Na minha opinião, o hooliganismo é um fenómeno que deve ser erradicado de uma vez por todas do futebol, tal como outros fenómenos negativos como a corrupção.

No entanto e infelizmente, a violência entre adeptos no futebol continua a pairar, protagonizando o lado negativo do desporto-rei (o futebol).

Já no desafio a contar para os 16 avos-de-final da Liga Europa entre o Sporting e o Légia de Varsóvia, os adeptos hooligans do clube polaco provocaram distúrbios em Lisboa, acabando alguns por serem detidos pela PSP.

Concluindo e rematando, esta não foi a primeira vez e infelizmente não deverá ser a última que os adeptos hooligans minam a atmosfera, que se vive antes de um jogo de futebol, com violência.

07
Jun12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Nota: por motivos logísticos, a crónica desta semana é escrita à quarta-feira de manhã, embora seja apenas publicada no dia seguinte.

 

Conspiração

 

Sim, o título é sugestivo e arrojado. Isto porque se tem falado algo nisto no seio da NBA, à margem de conversa de playoff. A lotaria para as escolhas de draft já aconteceu e os grandes vencedores foram Nova Orleães, cuja 4ª melhor chance de obterem a primeira escolha no draft os levou a ultrapassar aquelas dos Bobcats, Wizards e Cavaliers. Num draft em que o número 1 consensual é o extremo-poste Anthony Davis, isto vem mesmo a calhar para uma equipa que perdeu Chris Paul, e precisa de jogadores para rodear Eric Gordon.

E agora a conspiração: como os Hornets, no papel, ainda são propriedade da NBA, embora já tenha sido formalizada a venda a Tom Benson, os conspiradores dizem que a lotaria foi arranjada, pela suposta razão de a liga ter prometido a primeira escolha do draft a Benson quando vendeu a equipa.

Podem ler aqui uma data de hipóteses neste artigo muito bem escrito. Resta-me dizer que é um bocado ridículo, visto que há sempre algo onde se pode colar uma decisão pouco esperada: com os Bobcats podia ser um favor a Michael Jordan, com os Cavaliers podia ser uma tentativa de fazer justiça à cidade por ter pedido Lebron James, enfim, há uma infinidade de razões. Mas uma salta-me à vista: os Bobcats, equipa que tinha a melhor chance de obter a primeira escolha, 25%, ficou em segundo. Dos mais de 20 anos em que a lotaria se realiza nestes moldes, a equipa com mais chances ganhou a primeira escolha apenas 3 vezes. A última foi em 2004, ano em que Orlando escolheu Dwight Howard. Porque, verdade seja dita, embora a segunda melhor chance seja metade de 25, os Bobcats estavam a competir contra outros 75%, três vezes mais prováveis de suceder, ainda que distribuídos por outras equipas. E Nova Orleães, inserida nesses 75%, ganhou.

Acabe-se lá com as brincadeiras: apenas duas equipas, a meu ver, caso tivessem ganho, teriam uma vitória injusta porque passaram a fase final da época numa desprezível táctica denominada tanking (não se esforçar por vitórias para obter melhores chances no draft), para obter mais escolhas de draft favoráveis e construir uma equipa com peças valiosas, que foram os Golden State Warriors e os Portland Trailblazers. De resto, as outras equipas foram simplesmente más. E a sorte calha a todos. Não concordo com o artigo acima em que se possa colocar este tipo de conspiração ao mesmo nível das do 11 de Setembro ou do assassinato de Kennedy, mas esta simplesmente tem muito pouco fundamento e circunstância para ser plausível. Jogue-se basket.

 

06
Jun12

Lado B

Bruno Carvalho

Euro 2012 à porta

 


A dois dias de começar o Euro 2012 de futebol, está na altura de fazer as previsões e as expetativas para este campeonato europeu.

Em primeiro lugar, aquelas que eu considero serem as grandes favoritas à vitória final são a Espanha, a Alemanha, a Holanda e a França. Penso que do lote destas quatro equipas sairá o novo campeão europeu de futebol, em termos de seleções. Em circunstâncias normais, poderia incluir neste grupo de favoritos Portugal, Itália e Inglaterra mas os factos ocorridos nos últimos tempos à volta destas três seleções fazem com que eu não as considere favoritas a arrecadar o troféu de campeão da Europa. Passo a explicar:

Os últimos três encontros particulares de Portugal (frente a Polónia, Macedónia e Turquia) não são um bom prenúncio para que a nossa seleção faça um grande Europeu. Claro que há sempre quem pense que os jogos amigáveis não contam para nada e que os jogos a sério é que são a valer, mas, as outras seleções do nosso grupo (Alemanha, Dinamarca e Holanda) têm dado provas, nos últimos particulares, de que estão em melhor forma do que Portugal. No entanto, uma seleção que tem na sua equipa um jogador chamado Cristiano Ronaldo “arrisca-se” a ser campeã da Europa. Estou-me a lembrar do Euro de 1984 em que Michel Platini levou claramente ao colo a seleção francesa à vitória final, pelo que tenho alguma esperança de que Cristiano Ronaldo possa “imitar” a antiga glória francesa e leve Portugal à vitória no Euro 2012.

Quanto à Itália, o novo caso de corrupção que envolveu um dos jogadores que estava em estágio com a seleção (Domenico Criscito) pode afetar psicologicamente, pela negativa, os jogadores da equipa italiana pelo que não incluo a Itália no lote de favoritos.

Por fim, a Inglaterra também não me parece que seja a nova campeã europeia, uma vez que durante o estágio perdeu três peças fundamentais na estrutura da equipa: Gareth Barry, Frank Lampard e Gary Cahill. E os jogadores que foram chamados para os seus lugares (Jagielka, Henderson e Martin Kelly) não dão as mesmas garantias aos ingleses.

Voltando às quatro seleções que considero serem as grandes favoritas, a Espanha é, no meu ponto de vista, aquela que é a mais candidata à vitória final, uma vez que a sua equipa-base é formada na maioria por jogadores do Barcelona e do Real Madrid, que são só as duas melhores equipas do mundo, na minha opinião.

A Alemanha é também uma equipa a ter em conta nesta fase final, visto que é constituída por jogadores que atuam no Bayern de Munique, Borussia de Dortmund e Real Madrid e que já têm uma larga experiência acumulada nestas andanças.

A Holanda apesar de, no meu ver, não ter um coletivo tão forte como a Alemanha tem um conjunto de jogadores como Robben, Van Persie, Sneijder e Huntelaar que podem decidir um jogo a seu favor a qualquer momento.

Por último, a França é também para mim uma das favoritas, apesar de estar num processo de renovação da sua equipa. Jogadores como Ribéry, Benzema e Ménez se estiverem num plano máximo podem levar a equipa gaulesa à vitória final.

Concluindo, Espanha, Alemanha, Holanda e França são os grandes favoritos à vitória final do Euro 2012, mas não coloco de parte que seja uma outra seleção a vencer o Europeu, uma vez que já vimos em outras edições (nomeadamente em 2004) que o rótulo de favorito, por vezes, não conta para nada.

 

 

01
Jun12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Velhos e novos

 

Antes de mais peço perdão aos leitores que acompanham esta crónica a ausência, por excesso de carga académica em dias de fins de curso. Para quem tem acompanhado os playoffs até agora, nas finais de conferência, a história tem um ângulo bastante interessante: dos conjuntos que se enfrentam de cada lado, novas dinastias e velhas resistentes do passado mantêm confronto.

A terminologia é dúbia admito - de entre Oklahoma e Miami, só os primeiros se podem dizer que são um talento novo, tendo em conta que Wade já tem 30 anos, e James e Bosh têm 27 e 28, respectivamente. E ainda para mais que nas reservas os veteranos são aos molhes, com Haslem, Joel Anthony, Mike Miller ou Shane Battier sendo já veteranos mais que testados. Os miúdos mais promissores são Chalmers e Cole, os bases da equipa. Mas o núcleo é novo sim - e não, já não vão a tempo de ganhar mais do que sete títulos, como prometeram há quase dois anos - e promete ser uma das forças a considerar durante a década já iniciada, tendo em conta que em três super-estrelas, um já foi campeão da NBA e outro MVP em três ocasiões.

Oklahoma parecem muito bem artilhados para a década - embora com o final dos pequenos contratos de Ibaka e Harden se preveja que um deles vá à procura de riquezas noutras paragens, já que com dois grandes contratos garantidos às estrelas Durant e Westbrook, só mais um novo contrato chorudo parece possível nas contas dos Thunder, ainda que ambos os mereçam.

E depois temos os velhos. Mais ou menos, digo novamente. Do lado de Boston, é uma velha guarda liderada por um jovem base que ainda esta semana fez o jogo da sua carreira, e que ainda assim perdeu. Rondo apontou 47 pontos (com muitos lançamentos exteriores que normalmente lhe são atribuídos como calcanhar de aquiles), 10 assistências e 8 ressaltos, e tem envolvido um algo-que-rejuvenescido Kevin Garnett, um sempre consistente Paul Pierce, e um muito apagado Ray Allen, devido a joelhos eventualmente. Mas daqui não parece haver muita pedalada para Miami. E há a questão de os árbitros não lhes estarem de feição...

E ainda há os Spurs. Oh, os Spurs! São uma equipa frustrante devo admitir: todo o santo ano parecem fora da corrida à partida para o título, e acabam por estar sempre nos lugares cimeiros dos playoffs. Na edição do ano passado parecia que o reinado tinha finalmente chegado ao fim, com a derrota na primeira ronda com o 8º classificado Memphis, mas este ano estão novamente a rebentar. É que quando não é Duncan a dominar, domina Ginobli (o ano passado), e quando este não o faz, domina Parker (este ano). Só não se mantêm invictos nos playoffs (feito que terminou ontem à noite face à derrota em Oklahoma) porque estão perante uma equipa muito consistente e bem montada para vencer, porque varreram as últimas duas rondas sem falhar. E não tenham dúvidas, a fórmula que este ano resultou em ter um banco fortíssimo, que descansa sem precalços Duncan (que agora tem jogado mais, fresquinho da época) e Ginobli (que esteve muito tempo lesionado este ano), está a colocar os Spurs na melhor posição para ganhar o título neste momento, embora Oklahoma vá continuar a ser dura de roer. E parece que o campeão vai sair da final do Oeste...

Mas a com todo o atleticismo da NBA de hoje, que já quase só reside nos jovens, os velhos lobos parecem aguentar-se à bronca, até dar umas aulinhas à criançada. E tem imensa piada ver isto tudo.