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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

04
Mar12

Área de Ensaio

Pedro Santos

Avançados: Humildade e Sacrifício

 

 

    Qualquer equipa de rugby que pretenda alcançar o sucesso, necessita obrigatoriamente de dispôr de avançados de qualidade. Uma equipa pode ter médios inteligentes e que sabem ler o jogo de forma exemplar, centros placadores, mas ao mesmo tempo capazes de atacar e até pontas velozes e desiquilibradores no 1x1, mas se os avançados não acompanharem este nível qualitativo, qualquer equipa está destinada ao insucesso. E sim, esta é uma crónica a enaltecer as qualidades técnico-tácticas dos avançados numa equipa de rugby.

 

    Os avançados são oito, dois pilares, um talonador, dois saltadores, 2 "asas" e um número 8. Os avançados são geralmente escolhidos devido à sua constituição física (os pilares são mais pesados, os saltadores altos, etc), mas um bom avançado não se faz apenas de físico, embora isso seja essencial, a questão mental é também fulcral. Os avançados têm de ser jogadores humildes e com grande capacidade de sacrificio, eles fazem o "trabalho sujo" dentro de campo, são os avançados que ganham as bolas para os defesas poderem brilhar com ela, seja no jogo à mão, ou ao pé. É raro ver se um pilar ou um saltador correr 50 metros com a bola e marcar um ensaio, mas quando vemos um defesa fazê-lo, é porque houve um trabalho da avançado, quer tenha sido a garantir a sua posse ou a ganhá-la ao adversário. Sem querer tirar qualquer mérito aos defesas, eles apenas podem jogar se a sua equipa tiver a posse da bola, e para ganhar a bola são necessários aqueles 8 homens que geralmente passam despercebidos.

 

    Os avançados são também sujeitos a um desgaste físico enorme durante o jogo, é certo que não fazem sprints de 40 ou 50 metros, nem fazem jogadas à mão em progressão, mas o desgate de formar numa formação ordenada é terrível, e aqui destaca-se o 5 da frente, que utiliza toda a força para empurrar o pack avançado, num espaço onde coexistem cabeças de ambas a equipas e onde escasseia o ar respirável. Multiplicando isto por 15/20 formações num jogo percebe-se o desgaste dos jogadores.

    Mas também os alinhamentos são momentos cruciais, os levantadores fazem o seu papel ao suportarem todo o peso dos saltadores, colocando-os no ar. A posse de bola num alinhamento ou numa formação pode ser uma excelente plataforma de ataque para os defesas.

Além disto, os avançados placam, defendem e "limpam corpos" nos rucks e usam a força e energia para ganhar metros no impacto, entre muitas outras acções.

 

    Os avançados passam quase sempre despercebidos, raramente brilham, raramente fazem manchetes de jornais. Contudo no rugby profissional são dos jogadores mais bem pagos. Em Inglaterra, França ou Austrália, os avançados em geral e os pilares em particular ocupam quase sempre o topo das folhas salariais, numa prova clara do seu valor e importância.

    Desta forma presto o meu tributo, a esses homens que põem sempre o colectivo acima do particular, e que não se importam de sofrer 80 minutos numa luta por uma bola, para que os seus defesas possam colocá-la onde mais interessa.

 

By Pedro Santos

03
Mar12

Porque a vida também é feita a correr...

João Perfeito

A lógica Invertida

 

 

O Futebol Clube do Porto venceu o Sport Lisboa e Benfica por 3-2 e ascendeu ao topo da Liga Portuguesa de Futebol. Três jornadas depois as águias perderam oito pontos e permitiram ao seu grande rival FC Porto uma recuperação que muitos julgam impossível em tão pouco espaço de tempo. Foi pois, um clássico de lógica invertida.

Um bom espectáculo de futebol com duas equipas táctica e sobretudo tecnicamente evoluídas a demonstrarem que o futebol português está vivo e recomenda-se… Os jogos fechados, os clássicos com poucos golos ficaram arquivados nos registos históricos, o presente trouxe-nos um jogo fluído, bem jogado, bem disputado e com duas das equipas que melhor trocam a bola no futebol europeu. Foi por isso um jogo emocionante, um jogo incrível! Que começou a construir a sua beleza com o talento de Hulk. O mago azul e branco voltou a ser incrível e com uma bomba de pé esquerdo colocou a bola no fundo da baliza de Artur.

Óscar “Tacuara” Cardozo não quis ficar atrás e voltou a molhar a sopa frente aos azuis brancos através dum potente remate de pé esquerdo sem hipóteses para o desamparado Hélton.

No início da segunda parte Cardozo bisou e provocou a cambalhota no marcador. Jogo aberto, 2 golos de pé esquerdo, uma reviravolta, este era o jogo da supremacia da inversão da lógica. Um jogo onde os heróis se inverteram, as surpresas incendiaram o clássico a cada instante e os mal-amados fizeram a festa.

Vítor Pereira tão injustamente criticado pela comunicação social e pelo exigente tribunal das Antas foi o grande vencedor da noite, ao mudar o jogo com a mestria que muitos julgavam ser submersa. Tirando um Rolando, claramente fora de forma, dando a Maicón o seu habitat natural e puxando Djalma para o lado direito da defesa, permitiu uma maior consistência defensiva e uma maior saída para o ataque. O endiabrado James voltou a provar ser uma das maiores promessas do futebol Mundial e através da sua magia pintou o resultado de azul e branco quando o quadrado parecia encharcado de vermelho. Mais uma vez a surpresa, o novo figurino de Vitór Pereira deu uma lógica à vitória Portista, mesmo que duma forma pouco esperada.

Aclamado por milhões de Benfiquistas, protegido como poucos pela comunicação social e com o seu passe claramente inflacionado Artur voltou a demonstrar que está longe de ser um guarda-redes de top Mundial.

Com 3 golos encaixados, tendo no 1º e sobretudo no terceiro amplas responsabilidades o antigo guarda-redes bracarense voltou a aproximar a sua média de golos sofridos para perto de um por jogo. Sofrendo 19 tentos em 21 jogos. Por tanto findas as primeiras 21 jornadas do presente campeonato Artur soma mais 2 golos sofridos que o odiado e repudiado Roberto Gimenéz.

Com uma das melhores duplas do futebol Mundial da actualidade, com um dos melhores 5 laterais direitos do Mundo do pretérito ano e com um dos médios que melhorar completam a sua qualidade ofensiva/defensiva do futebol Mundial o endeusado guarda-redes brasileiro consegue contra todas as expectativas ter a sua folha mais pesada que o seu tão criticado antecessor.

Perante uma equipa que tem mais posse de bola que a pretérita época e permite menos contra-ataques aos adversários e oportunidades é ilógico que o conjunto encarnado sofra mais golos relativamente à pretérita época.

Por seu turno, Roberto Gimenéz continua a espalhar na mais valorizada Liga do Mundo toda a sua qualidade, lutando praticamente só para que o Saragoça ainda alente a esperança de figurar na próxima época no mágico grupo das 20 melhores equipas espanholas.

Mas o futebol é feito de feelings, de opiniões formatadas e de interesses com um rigor muito pouco plausível.

Maicón, um dos melhores centrais do Mundo no jogo aéreo fez o último tento da noite, em fora-de-jogo, num lance de bola parada.

Um golo que deu lógica ao resultado face à expulsão invulgar de Emérson.

Escreveu-se direito por linhas tortas, construi-se um dos mais belos espectáculos do futebol europeu com o perfume de toda a imprevisibilidade que nutre o desporto rei, dando a lógica (Porto dominante) de forma invertida (heróis trocados, golos estranhos e cambalhotas no marcador).

Se só assim o futebol português pode ser belo então que se inverta a lógica, porque jogos como este com ou sem sentido queremos invariavelmente que se repitam…

02
Mar12

3x4x3: "Sextas sob pressão"

Minuto Zero

1. A passagem de testemunho na liderança da Liga portuguesa significa, mais do que uma diferença de 3 pontos (e vantagem no confronto direto), uma nova fase psicológica para Benfica e F.C.Porto.

Na luz, sobretudo aquando da entrada de James e expulsão de Emerson, o Benfica foi incapaz de segurar a magra vantagem, num jogo frenético, onde se notou alguns erros defensivos de parte a parte. No Benfica, a fraca entrada no jogo e a pouca capacidade para "controlar" o miolo com Javi, Aimar e Witsel desinspirados, fez a equipa de Jorge Jesus perder aquilo que de melhor conseguiu em relação à temporada passada: a capacidade de domínio e pressão na zona central do meio campo, permitindo que a equipa não se desequilibre aquando dos movimentos frontais dos seus médios ofensivos.

 

No Porto, Rolando e Otamendi tremem demasiado, sobretudo nas bolas paradas. Na segunda parte, a troca de Djalma para lateral e confiança em Maicon como central, acabaria por trazer uma nova consistência ao eixo defensivo. Com James em campo cresce a capacidade da equipa para ter bola, sobretudo nas zonas centrais. Lucho esteve pouco em jogo, e por isso se compreende alguma dificuldade dos dragões em ter um pouco mais de bola.

 

Para o restante da temporada fica a certeza que nada está, de fato, decidido. Com Braga de Jardim a crescer exponencialmente, Benfica à procura da confiança e vantagem perdidas nesta sexta e Porto tentando uma serie de vitórias e exibições convincentes que deixem os rivais de Lisboa ( e do Minho) a uma distancia segura.

 

2. Dos jogos internacionais poucas conclusões ficam de fato na retina. A seleção nacional deixou uma pálida e apática imagem contra a anfitriã do Europeu Polónia. Com um sorteio complicado, a equipa de todos nós terá certamente de mostrar outro nível de futebol, mas que até já provou conseguir em jogos anteriores.

O segredo poderá estar na capacidade de Moutinho, Meireles, Veloso e M.Fernandes na zona de meio campo. Sem um médio ofensivo de referência internacional como Deco ou Rui Costa, este novo "3" deverá ser sobretudo capaz de pressionar alto, em rotação constante e com futebol apoiado com boa ligação entre sectores. Os desequilíbrios deverão partir sobretudo do talento individual de Ronaldo e Nani, com o apoio ofensivo de Coentrão e entradas desde trás dos médios interiores.

 

Dos adversários, destaque para a apática Alemanha. Joaquin Low tem ao seu dispor uma equipa cheia de revelações e jogadores consagrados, que prometem dar à Mannschaft várias soluções de qualidade. Sobretudo do meio campo para a frente, nomes como Muller, Podolski ou Ozil, têm agora a concorrência de Reus (revelação do B' Monchenglabach), Shurrule (Leverkusen), Gotze (Dortmund) ou Kroos (Bayern). Resta perceber se para o Euro 2012 a disposição competitiva fará jus à reputação teutónica neste tipo de provas.


By Tiago Luís Santos

01
Mar12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Os meios vazios e os meio cheios

 

Acabado o fim-de-semana All-Star, estamos a meio da época regular da NBA. Parece estranho dizê-lo no início de Março, quando só há pouco mais de dois meses tem havido acção entre as tabelas dos profissionais norte-americanos. E como se trata de um dos raríssimos períodos de descanso para as equipas nesta liga encurtada mas intensa, parece-me correcto ligar a bola de cristal e lançar as cartas para a mesa, num pouco frutuoso exercício de futilidade de previsões. E como estamos a meio, vou escolher 4 equipas de cada Conferência, 2 que espero que melhorem na segunda metade e 2 que espero que desçam de rendimento significativamente: meio-cheios e meio-vazios.

 

Conferência de Este

 

Meio-Cheios:

 

 

- New York Knicks: estes são claramente os mais fáceis, pelo menos com os dados que se têm até ao momento. Com um 5 inicial que parece estar finalmente completo e mais equilibrado do que quando a época começou, graças à performance de Jeremy Lin, que tem pela frente a árdua tarefa de dividir a bola entre Anthony e Stoudemire, ambos com performances medíocres em relação a anos anteriores. Um bom base poderá ser a solução para levantar aquele que pode ser um 'fantastic five', considerando Tyson Chandler no poste e Landry Fields no base-extremo. De resto continuo a considerar que este não foi um plano cautelosamente deliberado para ter sucesso, mas antes uma estrelinha da Broadway que brilhou em favor da equipa e lhes proporcionou, a preço de salto, um base de qualidade. O treinador Mike D'Antoni já levou os Phoenix Suns às finais do Oeste, e se tivermos em conta que os Knicks estão neste momento em 8º lugar no Este, parece-me que estão a lutar por um lugar no 'top 5' da Conferência. Quem diria. Sorte. Muita sorte.

 

- Detroit Pistons: num espectro bem mais modesto, sem um terço dos recursos, os Pistons começam a ver o que as suas sementes podem vir a produzir um dia mais tarde. Greg Monroe atingiu recentemente a barreira do duplo-duplo nas suas médias para esta época, mostrando-se um jogador com grande inteligência, uma máquina ressaltadora, e com muita técnica ofensiva debaixo do cesto; Brandon Knight vai provando a força dos produtos da Universidade de Kentucky, afirmando-se desde já como o base do futuro. O cada vez mais posicionalmente híbrido Rodney Stuckey parece não se estar a dar assim tão mal com a polivalência entre as duas posições exteriores, e o sueco Jerebko vai compensando o tempo perdido a época passada devido a lesão. Não acredito que cheguem aos playoffs, mas há potencial já nesta época para chegar perto do 9º lugar. Pode parcer parcialidade por torcer por eles, mas que lá está um bom plano para os próximos anos, está.

 

Meio-Vazios


- Orlando Magic: também parece ser razoavelmente fácil, dado que a saída de Dwight Howard está iminente, e esta equipa seguramente irá sofrer desaires semelhantes aos New Orleans Hornets quando perderam Chris Paul. A não ser que a moeda de troca pelo melhor poste da actualidade seja equivalente (do tipo de pechincha que os Nuggets conseguiram a época passada por Carmelo Anthony). Ainda assim, há uma probabilidade de Howard não sair na data limite das transacções, se nenhuma das equipas que este deseja (e com as quais, por conseguinte, renovaria o seu contrato, que termina no final da época) conseguir segurar a venda com um pacote de jogadores e escolhas de draft atractivo para Orlando. Se Dwight sai, os Magic descem para o fundo dos lugares ao playoff, até fora dele na pior das hipóteses. Se ele fica, continuam bons este ano, e resta-lhes fazer magia para o próximo.

 

- Boston Celtics: aqui a questão das trocas torna-se determinante também. Porque o director-geral Danny Ainge parece decidido a trocar Rajon Rondo, a era do já desgastado 'Big Three' de Garnett, Pierce e Allen está mais próxima do fim do que nunca. Mas com a corrida a Chris Paul já fechada e a de Howard muito mal parada para Boston, pergunto-me o que terá esta organização em mente ao querer separar-se do seu valor mais jovem e seguro, não sabendo bem ao certo aquilo que poderá trazer de volta do mercado. E irão manter Garnett e Allen para as próximas épocas com salários mais modestos? Ao final de contas, se Rondo sai, o 7º lugar de Boston no Este está ameaçado.

 

Conferência de Oeste

 

Meio-Cheios

 

- Minnesotta Timberwolves: vão estar a desafiar para um lugar no playoff, tenho certeza disso. Com Kevin Love a candidatar-se para MVP este ano, um quase certo All-Star no futuro em Ricky Rubio, jogadores de alto potencial como Wesley Johnson e Derrick Williams, e até parecem ter encontrado um substituto viável para Darko Milicic em Nikola Pekovic, que tem jogado muito bem com Love, a maioria das peças estão lá. O único senão é a competição no 'deep West' é duríssima. De entre Houston, Memphis ou Denver está o candidato a alvo dos T-Wolves.

 

- Portland Trailblazers: são a equipa mais azarada dos últimos anos, com Houston como um distante segundo. Como se não bastasse Greg Oden simplesmente não parecer ter joelhos para a NBA, Brandon Roy reforma-se devido a problemas semelhantes e os desejos de título, que com esses dois e Aldridge seriam bastante palpáveis, tiveram que ser adiados. Mas apenas um adiamento diga-se. Continuam a ter uma equipa com todas as posições sólidas para os próximos anos, à excepção de poste, que, apesar de Camby estar a produzir, tal como um profissional deve fazer, está assustadoramente perto das 40 primaveras. Mesmo com Jamal Crawford, base-extremo de raiz a jogar no 5 inicial a base substituindo Raymond Felton, que não tem estado à altura das suas capacidades, o ex-Knick-Bobcat et al., tem as ferramentas para conduzir esta equipa, e só se outro desastre os assolar é que não conseguirão passar do actual 9º lugar. Ainda assim, mantém-se forte a competição.

 

Meio-Vazios

 

- Pois, esta conferência é muito forte! Não vejo nenhum nome que mereça estar aqui especialmente. Mesmo sem Billups, não se antevê uma queda vertiginosa para os Clippers, que procuram manter-se, no máximo, dentro dos 3, 4 primeiros do Oeste. Os Lakers, uma vez neste grupo também, não devem descer, salvo alguma lesão grave. Só talvez Dallas, Memphis e Houston estão mais vulneráveis, mas muito mais devido à competição das equipas imediatamente abaixo do que a falhas de cada um destes grupos.

 

 

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