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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

28
Mar12

Lado B

Bruno Carvalho

WRC: Rali de Portugal começa amanhã

 

 

O francês Sebastien Loeb (Citroen) é mais uma vez o grande favorito a vencer o Rali de Portugal, numa prova em que a Ford terá de tentar inverter a tendência do Mundial de Ralis (WRC). O Rali de Portugal começa amanhã, e Armindo Araújo vai tentar melhorar o 7º lugar do Rali do México.

Sendo o grande dominador do Mundial nos últimos tempos (foi oito vezes campeão do mundo), Sebastien Loeb não dá vestígios de abrandamento, e este ano está ainda mais dominador, liderando o campeonato com 66 pontos, mais 16 do que o seu colega de equipa e rival de muitos anos no campeonato, o finlandês Mikko Hirvonen.

Hirvonen é o protagonista de uma das grandes alterações desta temporada, ao mudar-se da Ford para a Citroen, deixando nas mãos do seu conterrâneo Jari-Matti Latvala a grande responsabilidade de contrariar o favoritismo dos Citroen, nomeadamente de Loeb.

O piloto finlandês mostrou-se rápido nos três ralis já realizados, mas dois erros comprometeram as suas ambições nos ralis de Monte Carlo, primeira prova do campeonato, e do México.

Pelo meio, o piloto da Ford garantiu a vitória no rali da Suécia, mas deixou Loeb isolar-se na liderança, com os triunfos em Monte Carlo e no México, e o quinto lugar na Suécia.

Chamado para substituir Hirvonen na Ford, o piloto norueguês Petter Solberg tem sabido valer toda a sua experiência e, beneficiando dos azares, ou mesmo da ansiedade, do seu colega de equipa, surge no terceiro lugar do campeonato, apresentando-se cada vez mais como um candidato a voltar a disputar por um título que já arrecadou (o de campeão do mundo em 2003).

Um pouco mais abaixo, mas cheio de vontade, está o português Armindo Araújo, que tenta brilhar no rali de Portugal perante o seu público.

Com um papel mais importante no seio da equipa Mini, Armindo Araújo quer agora corresponder à confiança depositada pela sua equipa com resultados, que passam por ter presenças entre os 10 primeiros classificados de cada rali, embora em Portugal o piloto português aspire a melhor.

Com um 10º lugar no rali de Monte Carlo e um 15º no rali da Suécia, Armindo Araújo foi ao México pensando no rali português e o 7º lugar final deixa antever um bom desempenho ao piloto natural de Santo Tirso.

O vencedor das duas últimas edições do rali de Portugal, o francês Sebastien Ogier, está fora da luta pela vitória deste ano, depois de se ter transferido para a Volkswagen e de esta temporada ainda não correr com um carro WRC, mas sim com um Skoda Fabia, carro da classe S2000.

O Rali de Portugal, o quarto rali deste campeonato, começa amanhã e termina no domingo.

27
Mar12

Porque a vida também é feita a correr...

João Perfeito

APOEL- Um prémio para uma odisseia sem fim à vista

 

 

         Depois de 8 apoteóticas noites que trouxeram a utopia à realidade da liga milionária o Apoel vai defrontar o todo-poderoso Real Madrid nos quartos-de-final da Champions.

         O seu treinador Ivan Jovanovic disse que este era um prémio que coroava a magnífica campanha do conjunto cipriota na presente edição da prova. Na verdade depois de atingir o céu o lote de responsabilidade do Apoel desceu drasticamente para a nualidade.

         Atingir o lote mágico dos 8 melhores clubes do Mundo para a turma de Nicósia é uma proeza sem precedentes na história recente das competições europeias de desportos colectivos.

         A sorte do sorteio ditou o confronto entre o David e o Golias. O Apoel e o Real Madrid.

Dum lado uma equipa sem valores individuais lapidados na montra do futebol europeu, do outro lado a equipa mais avassaladora da história do futebol Mundial com uma média superior a 3 golos por jogo no seu campeonato, encabeçada pelo futuro melhor jogador de todos os tempos Cristiano Ronaldo.

         Defrontar o actual Real Madrid é um justo prélio para qualquer equipa nesta fase da prova. Sê melhor jogando com os melhores, são os jogos com o Real que fazem levar à expoente máxima os índices de confiança de qualquer equipa.

         Por isso mais que o desfecho final o Apoel já se pode considerar vencedor. Atingir os quartos pela primeira vez contra as 29 presenças do Real são números que explicam a diferença histórica entre os dois conjuntos.

         Na verdade a história e a estatística não ganham jogos e o Apoel já provou que consegue através da sua coletivização alcançar todos os sonhos.

         Empatar ou ganhar em Nicósia seria o coroar definitivo duma epopeia justa e digna. Mesmo que na segunda mão seja quase impossível um milagre, pelo menos surpreender o Real jogando perante o seu público está longe de ser um milagre…

         Para o bem e para o mal os jogadores deixaram a pele em campo e honrarão o símbolo que vestem até à morte.

         Força Apoel…

26
Mar12

Livre Directo

Cláudio Guerreiro

Luta acesa pelo título

 


 

Se em Espanha e Inglaterra a luta pelo título parece que vai durar até ao fim, em França, Alemanha e Itália a história será idêntica. Se em muitos outros anos havia sempre alguma equipa que se destacava no comando e parecia ser a única candidata à conquista do campeonato do seu país, este ano em todos estes campeonatos referidos a disputa será no mínimo entre duas equipas.

 

Começando pelo campeonato alemão, a luta parece resumir-se ao “eterno” candidato Bayern de Munique e ao atual campeão em título Borussia Dortmund. Faltando 7 jornadas para o final do campeonato a distância que separa o Borussia de Dortmund (1ºclassificado) do Bayern  de Munique é de 5 pontos, distância essa que pode até ser facilmente encurtada, dependendo claro dos restantes jogos que faltem. O jogo que opõe as duas equipas pode também ele ser essencial para decidir qual será o vencedor da Bundesliga deste ano. Embora com menos hipóteses, o Schalke 04 ainda permanece na luta.

 

Em Itália, a luta também promete ser renhida até ao término da Serie A. Juventus e AC Milan desde certa altura começaram a perfilar-se como os mais sérios candidatos à conquista do scudetto. O Inter de Milão que noutras épocas poderia ser um candidato à vitória cedeu esse lugar à equipa de Turim. Ambas apresentam um calendário com algumas equipas mais acessíveis, mas também terão de lutar contra algumas que lutam por um lugar na Europa, fator esse que pode alterar os 4 pontos que têm de diferença (com vantagem para o AC Milan).

 

Já em França, a disputa é bastante diferente do que se estava à espera. Se o PSG poderia ser visto como um candidato, face à qualidade dos jogadores que contratou, já o Montpellier não estava, à partida, entre os favoritos à conquista do campeonato francês. Atualmente estão empatadas no topo da classificação, se bem que o PSG já chegou a ter vantagem de alguns pontos, e qualquer erro pode custar caro e ditar o adeus ao título. Mais longe seguem Lille, Toulouse e Lyon, respetivamente, que, certamente, já não terão hipóteses de chegar a esta luta. Esta competitividade do campeonato francês permite que, pelo quarto ano consecutivo, se possa vir a conhecer um campeão diferente desde que terminou a hegemonia do Lyon.

25
Mar12

Área de Ensaio

Pedro Santos

O sucesso dos Sevens

 

 

    Portugal disputou este fim-de-semana, em Hong Kong, um dos mais importantes torneios de sevens da sua história. Para este desafio, Frederico Sousa chamou os melhores jogadores disponíveis, fragilizando a equipa de XV, que se deslocou à Ucrânia na passada semana. Contudo, a exigência deste torneio assim o justificava.

    O Cathay Pacific / HSBC Hong Kong tinha especial importância, porque serviria para definir quem seriam as 3 equipas que no próximo ano passarão a ser equipas "core", ou seja irão integrar a elite dos sevens mundiais e consequentemente irão disputar todos os torneios (no próximo ano serão 10). Os torneios de sevens, são constituídos pelas equipas "core" que marcam presença em todos os torneios e por equipas convidadas que apenas jogam alguns torneios.      Até aqui, Portugal apenas jogava como convidado, e a passagem a ser uma equipa "core" era muito importante.

    Assim, a organização dividiu este torneio em dois grupos de equipas, um com as melhores equipas mundiais e que já têm presença no circuito do próximo ano, e outro com equipas que apenas jogavam para o objectivo de ficar nas 3 melhores e poder ganhar o estatuto de equipas "core".

    Portugal iniciou a sua campanha num grupo acessível, Guiana, Japão e Rússia, não levantaram grandes problemas a uma equipa portuguesa bem preparada (as últimas semana foram apenas dedicadas aos sevens) e com alguns dos seus melhores jogadores. Homens como Pedro Leal (um dos melhores do mundo em sevens), Adérito Esteves e Gonçalo Foro acrescentam qualidade e tornam a nossa equipa muito mais perigosa.

    Sem grandes problemas, Portugal ganhou o grupo. De seguida o adversário foi o Zimbabué, que é um adversário mais forte do que à primeira vista se pode pensar. De todas as vezes que Portugal venceu o Zimbabué, a margem foi mínima, e ontem não foi diferente. O resultado de 21-17 mostrou a dificuldade que a equipa africana representa, mas o resultado permitiu a Portugal avançar para as meias finais. O adversário foi o Canadá e por 2 pontos apenas, Portugal não logrou chegar à final. Na disputa do 3º lugar, Portugal voltou a vencer o Japão e conseguiu o 3º lugar.

     Desta forma no próximo ano teremos a equipa nacional a disputar o circuito mundial a par de equipas como as Fiji ou a Nova Zelândia, o que deverá ser motivo de orgulho para todos.

    Mas as dificuldades também serão maiores, por um lado os apoios do IRB crescerão, mas o nível de exigência também. Se queremos uma equipa para competir com os melhores é necessário criar uma selecção de sevens que se dedique apenas a esta variante. As constantes trocas entre sevens e XV apenas prejudicam os jogadores, que têm sistematicamente de se adaptar a novas realidades e modelos de jogo.

     O grande problema é que não temos capital humano para formar uma equipa de XV e uma equipa de sevens igualmente fortes, com jogadores distintos. Ainda para mais a selecção de XV começará a disputar a qualificação para o RWC 2015.

Portanto, caberá à Federação e à equipa técnica decidir qual será a aposta, sabendo que dificilmente poderemos estar em duas frentes com resultados positivos.

 

    Começou este fim-de-semana a qualificação para o RWC 2015. A qualificação começou na América Central, com o México a receber e a vencer a Jamaica. Ao longo dos próximos 2 anos, mais de 100 equipas lutarão pelos lugares disponíveis na grande prova.

    O facto de a qualificação começar na América Central apenas realça a aposta que a IRB está a fazer nesta parte do mundo, que é neste momento uma das menos desenvolvidas em termos de rugby. Se tentarmos analisar ao várias regiões do mundo, todas têm uma/duas equipas de bom nível, menos a América Central. Embora existam condições em equipas como o México, a Jamaica, a Guiana ou a Bermuda, ainda existe muito caminho a percorrer para algumas destas equipas atingir um nível qualitativo superior.

22
Mar12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

The Broadway Story - Capítulo II

 

Quem segue as minhas entradas semanais por estas bandas sabe que eu não gramo os New York Knicks. Sempre sob as luzes da ribalta da Big Apple, com uma organização que há mais de uma década só parece querer fazer dinheiro e não ganhar campeonatos, e sempre a estragar planos maiores, sem qualquer tipo de estabilidade, funcionado por luas. Enfim, por alguma razão sou adepto dos Detroit Pistons, sempre consistentes com os seus valores de defesa e trabalho duro primeiro, recompensa depois. Estão numa má posição há meia dúzia de anos, tendo atingido o fundo na última época em termos de coesão. Mas há um projecto consistente, ainda que lento, de reconstrução do plantel. Os Bulls são outra equipa que admiro nos dias que correm, por funcionarem numa filosofia de trabalho de equipa, algo semelhante, só que com muito mais talento.

Mas para quê a declaração de interesses? Há uns dias Mike D'Antoni despediu-se da direcção técnica da equipa, após 4 anos algo turbulentos. Na época passada, com aquilo que parecia ser uma boa restruturação da equipa, com boas escolhas de draft e uma forte contratação de Amar'e Stoudemire e Raymond Felton no Verão de 2010, o dono, Jim Dolan, voltou a estragar tudo dando demasiado desse talento construído para trazer Carmelo Anthony e Chauncey Billups de Denver (o último que acabou por ser dispensado para haver tecto salarial para contratar o poste Tyson Chandler). E a novela dos Knicks continuaria, a química nunca apareceu. Mas apareceu Jeremy Lin, base vindo do nada, e deu 7 vitórias seguidas à equipa, ainda sob o comando de D'Antoni, pondo todo aquele talento a render e a funcionar. Porém viu-se que foi sol de pouca dura. Considero que Lin não é um one-hit wonder, e será um base muito competente para liderar o ataque dos Knicks nos próximos anos (e seria um bom base noutras equipas), mas não roça ainda a elite da posição na NBA. Resta saber se, apenas no seu segundo ano como profissional, qual será o seu tecto, como poderá evoluir como jogador. Eu se estivesse à frente dos Knicks aproveitava enquanto não tinha que lhe pagar um salário chorudo. Mesmo assim, poderá nunca ser um dos melhores na posição. Adiante.

Então há aqui peças para funcionar, muitos pagariam caro (os Knicks inclusive pagam) para ter tanto talento num só plantel: Anthony, Stoudemire, Chandler, Fields, Lin, Smith, Davis, Shumpert, etc. E agora eles voltaram a jogar bastante bem, ganhando 5 jogos consecutivos sob a tutela do treinador que sucedeu a D'Antoni, Mike Woodson. Estão mais concentrados na defesa, e parecem mais satisfeitos com o sistema do novo treinador, em detrimento do antigo sistema orientado quase só para acções ofensivas, executadas rapidamente.

Mas! Jeremy Lin também causou um sucesso tremendo (que fica sempre exponencializado pelos exageros Nova Iorquinos) e viu-se que, para já, é 'apenas' um jogador com talento e relativamente sólido, não um All-Star da noite para o dia. E Nova Iorque não será uma equipa da noite para o dia, mas precisam de alguma continuidade e consistência para lá chegar. Poderão escalar alguns lugares de playoff, pois o potencial também lá estava da última vez que tiveram um bom momento, mas é sempre a 'same old Broadway Story'. Precisam de acalmar os egos e construir uma equipa a sério para ser tomados também a sério, e só assim voltarão às formulas de campeonatos, o último dos famosos Walt Frazier, Willis Reed, Dave DeBuschere e Jerry Lucas.

Qual será o próximo capítulo dos Knicks?

21
Mar12

As três medalhas

nunotexas

 

 

 

 

 

 Em ano olímpico as palavras ouro, prata e bronze ganham uma importância significativa, são os lugares de topo onde apenas um trio de predestinados consegue chegar, e se o ouro é o paraíso, os outros dois "metais" também são algo emocionante que jamais será esquecido.

 

 Nesta liga portuguesa a importância está reduzida apenas ao posto mais alto do pódio, apesar do 2º e 3º lugar garantirem objectivos importantes, nem Porto, nem Benfica, nem Braga se vão contentar com tão pouco - mesmo que os minhotos não adoptem no seu discurso oficial a sua candidatura ao título. Já não falta muito para acabar e é fabuloso estar em pleno mês de Março e vermos um campeonato ao rubro com esta luta tripartida - a última vez que me lembro de coisa parecida foi na temporada de 2004/05 onde o Benfica de Trapattoni se sagrou campeão.

 

 A diferença pontual é mínima e ainda há jogos entre os concorrentes, pelo que todos têm grandes e legítimas aspirações de sonhar com o troféu. Os minhotos apesar de relutância em assumir grandes voos já pensam nitidamente na glória, e fazem muito bem! Sem a Europa para "atrapalhar" vão ganhando tranquilamente todas as semanas, e mostram um conjunto de jogadores de grande qualidade que já provou estar preparado para altas andanças, aguentaram-se em fases da época cujas lesões dizimaram o plantel, e o seu treinador mesmo que jovem tem mostrado saber muito bem o que faz.

 

 Os encarnados são a equipa mais forte, o seu poderio ofensivo é enorme, as soluções de qualidade são mais que muitas e a consistência defensiva mostra-se sobejamente melhor que nas épocas anteriores. A vantagem de 5 pontos desperdiçada foi um tiro no estômago mas a equipa é demasiado forte para ficar presa a essa fatalidade, contudo os jogos na Champions intercalados com desafios contra Braga e Sporting poderão ser um handicap a penalizar os homens de Jesus.

 

 Pelos lados da invicta mora o outro pretendente, é verdade que o F.C.Porto está uma sombra do que foi no ano passado, mas só por ser o Porto já é razão suficiente para não se duvidar da capacidade vitoriosa da equipa, quer jogue bem ou mal a dinâmica ganhadora do emblema é fantástica, e se é factual que a máquina tem emperrado várias vezes esta temporada, também é factual que que tem Hulk, Moutinho ou Lucho é sempre um alvo a temer por parte dos adversários.

 

  Nesta crise o BCE a Comissão Europeia e o FMI vieram "governar" o país de forma homogénea, nesta liga a troika de concorrentes governará de forma heterogénea.

21
Mar12

Lado B

Bruno Carvalho

Alargamento ensombra Liga

 

O alargamento dos campeonatos profissionais de futebol tem sido discutido nos últimos dias pelos clubes da Liga e da Liga de Honra, tendo recebido o apoio de 8 clubes da Liga principal e de 9 clubes da Liga Orangina.

Na minha opinião, se o alargamento for feito esta época será o descalabro da batota. No meu ponto de vista, não é concebível que se mudem as regras a meio do jogo. Se querem alargar o campeonato, então que o façam no fim da próxima época e com critérios mais rigorosos, isto é, com descidas de divisão. Recordo que, em 2006, a redução do campeonato principal foi feita com quatro descidas de divisão e duas subidas, logo, o mais óbvio e sensato é que agora se faça o caminho inverso, ou seja, que desçam duas equipas da primeira para a segunda liga e que subam quatro equipas da segunda para a primeira liga.

Porém, quero deixar aqui bem claro que não estou a favor do alargamento, pois não consigo encontrar nenhuma vantagem em se alargar o campeonato. No fundo, é uma patetice que esta questão seja discutida quando estamos a caminhar para o fim dos campeonatos, onde tudo se decide.

Para além disso, penso que o prestígio dos clubes portugueses que participam nas competições europeias e da seleção nacional merece mais do que isto.   

Também não vejo com bons olhos o discurso populista do presidente da Liga de Clubes, Mário Figueiredo, ao afirmar que isto é uma democracia, os clubes são soberanos e unânimes, etc. Com este tipo de discurso, a credibilidade do presidente da Liga fica ferida de morte, o que se deve sobretudo a um dirigismo saloio e a um provincianismo bacoco do futebol português.

A meu ver, os chamados “clubes grandes” têm de pôr esta gente na ordem e no seu devido lugar e tomar medidas em defesa do futebol português (por exemplo, demitir o presidente da Liga).

Por outro lado, a decisão do presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, em assumir e pagar as dívidas dos clubes relativas ao totonegócio também não é positiva. Como é que é possível que os clubes portugueses, que continuam com salários em atraso e a contratar jogadores desmedidamente, fiquem impunes ao pagamento das suas dívidas vivendo numa espécie de paraíso fiscal?

Em resumo, o alargamento dos campeonatos profissionais de futebol não passa de um circo onde os clubes representam os palhaços pobres e os dirigentes da Liga de Clubes representam os palhaços ricos. Tudo isto acaba por constituir o delírio de alguns clubes pequenos e médios da Liga contra a revolta dos clubes grandes.

Concluindo, penso que a concordância em torno de um nefasto alargamento deve ter efeitos na próxima época e não nesta temporada.

   

19
Mar12

Steve Field

Steve Grácio

Rio Ave: Fidelidade aos princípios

No passado sábado, como habitual, desloquei-me ao estádio da Marinha Grande para ver o Leiria. O adversário foi o Rio Ave, uma das belas equipas do nosso campeonato. Provavelente, é a melhor equipa das que têm objectivos inferiores, a par da Académica.

Além disso, em cada jogo estão bem vincados os princípios de jogo da equipa, quer joguem com uma equipa "do seu campeonato", quer joguem contra uma equipa com objectivos superiores. Vemos que o Rio Ave, muito bem orientado por Carlos Brito, dos grandes treinadores do nosso futebol, em cada jogo está sempre muito bem organizado, com as linhas muito juntas no momento defensivo (tem um meio-campo muito compacto, sem o tradicional "10", com o triângulo em 1x2 para ganhar consistência defensiva), aproveitando as recuperações de bola para lançar rápido o ataque, quase sempre apoiado, com bastante profundida pelos extremos (sempre bem abertos) e pelos laterais.

Assim, vemos que o Rio Ave não se importa de não ter a bola. No entanto, sempre que possível tenta ter posse, mas sempre com a intenção de demorar o menor tempo possível a chegar à baliza contrária. O futebol da equipa tem temporização rápida, talvez devido às caracterísitcas dos jogadores, sobretudo dos extremos. Em termos individuais, destaco o trio do meio campo (Bruno China, Vitor Gomes e Tarantini), sempre bastante coeso mas, porém, com pouca criatividade. O lateral direito, Sony, dá bastante profundida à equipa no momento da transição, ao passo que Tiago Pinto é mais posicional (para mim seria um bom suplente do Coentrão no Europeu). Os extremos são, provavelmente, a arma mais perigosa da equipa. Yazalde e, sobretudo, Atsu, jogam a velocidades alucinantes. Atsu, jogador emprestado pelo Porto, é um jovem muito promissor, com lugar no plantel portista. Um jogador a seguir a par e passo.

O que mais admiro nesta equipa, como já referi, é manter os seus princípios de jogo em qualquer encontro. Além disso, esse modelo de jogo persiste quer a equipa vá vencendo quer não. Hoje ocupa o 10º lugar, mas quanto estava na cauda da tabela jogava igual. Assim, perdeu em Leiria mas convenceu e uma coisa é certa: no próximo encontro veremos o mesmo Rio Ave, sempre bastante personalizado. Um exemplo a seguir pela maioria das equipas.

19
Mar12

Livre Directo

Cláudio Guerreiro

Sorteio das competições europeias

 

 

Na passada sexta-feira, o sorteio das provas europeias colocou o Chelsea no caminho do Benfica, na Liga dos Campeões, e o Metalist perante o Sporting, na Liga Europa. Ficou a saber-se quais os jogos dos quartos de final de ambas as competições, assim como os possíveis encontros das meias-finais.

 

Começando pela Liga dos Campeões, pode-se dizer que o Benfica teve um sorteio que permite à equipa sonhar com uma passagem à ronda seguinte. Os blues conseguiram dar a volta à eliminatória perante o Nápoles nos oitavos de final, no seu estádio, após a derrota da 1ª mão. Apesar de um passado recente menos positivo, o Chelsea afigura-se como um adversário algo difícil. No entanto, o facto de evitar Barcelona e Real Madrid nesta fase é, já por si, motivo de alguma esperança na passagem às meias por parte dos benfiquistas

 

O jogo grande desta fase é, sem dúvida, o AC Milan-Barcelona. Provavelmente, assistir-se-á à passagem dos espanhóis, mas como números bastante diferentes em relação à eliminatória anterior (10-2, perante o Bayer Leverkusen). Parece-me que o resultado desta eliminatória será bastante equilibrado.

 

Outro dos jogos desta fase é o Marselha-Bayern Munique. A equipa francesa não tem uma tarefa muito fácil. O Bayern Munique, apesar de ser de um campeonato com menos visibilidade, apresenta-se mais uma vez com um dos grandes candidatos a chegar à final da prova. Portanto, prevejo a passagem da equipa alemã.

 

Aquele que é considerado o confronto mais desequilibrado opõe o APOEL e o Real Madrid. A equipa da capital espanhola não terá, certamente, dificuldades para eliminar os surpreendentes cipriotas. Após ter eliminado o Lyon, o APOEL tem agora uma tarefa ainda mais complicada pela frente. No entanto, já ficou bem provado que é capaz de lutar contra todas as expectativas, pois era visto como um dos mais prováveis candidatos a ter ficado pela fase de grupos.

 

Já na Liga Europa, o Sporting teve alguma felicidade no sorteio, pois evitou as equipas espanholas que são vistas como as equipas mais fortes ainda em competição. Penso que, após ter eliminado o Manchester City, tem todas as possibilidades de eliminar esta equipa ucraniana. No entanto, são precisas algumas cautelas pois é uma equipa que apresenta um elevado poderio ofensivo.

 

O jogo mais desequilibrado desta ronda é o Atlético Madrid-Hannover. Com este sorteio os madrilenos podem perfeitamente sonhar em estar novamente presentes na final.

 

O AZ Alkmaar-Valência é outro dos jogos desta eliminatória, do qual se prevê a passagem da equipa espanhola. Por  último, o jogo mais equilibrado é o Schalke-Athletic de Bilbao, pois esta poderia ser perfeitamente a final deste ano. A equipa basca, depois de eliminar os favoritos do Manchester United, é vista agora com uma das favoritas a vencer a prova. 

 

 

Por Cláudio Guerreiro

18
Mar12

Área de Ensaio

Pedro Santos

E o vencedor é...Gales!

 

    A selecção portuguesa de rugby deslocou-se este sábado a Odessa, Ucrânia. O propósito foi defrontar a selecção da casa na última jornada do Torneio Europeu das Nações.

    Portugal pretendia apenas acabar em beleza e somar mais uma vitória, para começar desde já a preparar o próximo torneio (onde começará a qualificação para o Mundial). A Ucrânia tentava nesta partida a sua primeira vitória no torneio, sabendo desde já que será despromovida na próxima época, dando lugar à Bélgica.

    Na verdade, Portugal deslocou-se a Odessa muito desfalcado por duas razões, primeiro Errol Brain não pôde contar com os jogadores que jogam no estrangeiro que não foram libertados pelos seus clubes, segundo muitos dos internacionais foram incluídos na selecção de sevens que disputa na próxima semana o torneio de Hong Kong, que definirá as 3 equipas que na próxima época passarão a fazer parte das equipas "core", as que têm presença garantida em todos os torneios. Desta forma muitos dos convocados foram chamados pela primeira vez e poucos eram os jogadores com experiência internacional.

    Sobre este jogo não me posso alongar, na verdade o jogo não foi transmitido por nenhum meio de comunicação ucraniano, e consequentemente em Portugal não houve forma de ver o jogo.

    Segundo informações da FPR, Portugal perdeu 35-33. A vitória ucraniana foi atingida aos 84 minutos (!) através de um pontapé de penalidade. De destacar a exibição de Yannick Ricardo, com 16 pontos. Os 3 ensaios portugueses foram marcados por António Aguilar (2) e Gonçalo Uva.

    No global, a participação portuguesa no Torneio Europeu das Nações 2012 saldou-se em 4 derrotas (Roménia, Geórgia, Rússia e Ucrânia) e uma vitória (Espanha). Se das 4 derrotas, uma é perfeitamente aceitável (digam o que disserem não estamos ao nível da Geórgia), as outras são recuperáveis e podem facilmente ser transformadas em vitórias. Se queremos estar em Inglaterra em 2015 é bom que se continue a trabalhar e olhar para este torneio como algo a não repetir.

 

    Chegou ao fim o Torneio das 6 Nações. Foi um óptimo torneio, cheio de emoção e espectáculo e com grandes jogadas, ensaios e placagens. O Pais de Gales mostrou que as boas indicações dadas no RWC não eram fruto do acaso e não deixou os seus créditos por mãos alheias. Venceu e venceu bem, ainda por cima com um Grand Slam. Mais importante do que analisar os jogos, importa analisar a campanha das 6 equipas.

    Em último lugar ficou a Escócia. Com 5 derrotas, não logrou sequer pontuar. No último jogo a Escócia foi derrotada pela Itália por 13-6. Na verdade, ninguém apostava na Escócia. Fizeram um Mundial decente, mas continuam longe das melhores selecções europeias. O processo de renovação tem sido duro e parece que demorará mais algum tempo até os Escoceses voltarem ao nível que habituaram. De positivo, o destaque vai para Richie Gray, a nova Escócia passará sempre pelo "gigante" segunda linha.

    A Itália está habituada a ocupar os últimos lugares desta classificação e este ano não foi excepção. No inicio até parecia haver alguma expectativa em relação aos italianos, mas estas não se confirmaram. A Itália fez bons jogos, conseguiu a espaços ser superior às melhores selecções, mas no final as derrotas foram inevitáveis. As derrotas foram sobretudo fruto de erros, que apenas se ultrapassam continuando a jogar a este nível. O tão aclamado "pack avançado" italiano acabou por desiludir, ainda mais depois da lesão de Castogiovanni. De positivo, vitória sobre a Escócia que deu os únicos 2 pontos na competição.

    Em 4º lugar ficou a França (segunda pior classificação de sempre). Eram à partida apontados como os principais favoritos, fruto do 2º lugar no RWC 2011. Contudo não se confirmou, a França foi uma desilusão. Parece que nunca entraram realmente nos jogos, em certos momentos os jogadores pareciam ainda com a cabeça na Nova Zelândia. Pior que tudo foi a perda da identidade, os franceses tentavam sempre o jogo ao pé,  ao contrário daquilo que os caracteriza, o jogo à mão em progressão e sempre com o ensaio em mente. Parece que a troca de treinador não foi feliz, e o futuro de Saint-Andre parece negro neste momento. Positivo, Fofana é um finalizador de luxo, e surpreendeu muitos com os seus ensaios.

    A Irlanda é uma equipa que tanto está habituada a ficar em último como em primeiro, e nunca se pode saber o que esperar dos irlandeses. O 3º acaba por ser um prémio justo. Sem Brian O'Driscoll, a expectativa era perceber até que ponto podiam os Irlandeses surpreender. Deram luta, é certo, fizeram excelentes jogos (Gales e Escócia), mas não conseguiram mostrar mais que isso. Neste momento a Irlanda não consegue estar ao nível de Gales ou Inglaterra, mas o futuro pode revelar surpresas. O melhor foi Jonathan Sexton, que conseguiu "sentar" Ronan O'Gara.

    O segundo lugar ficou para a Inglaterra, que foi uma agradável surpresa. A mudança de treinador trouxe Stuart Lancaster para o "leme" da Equipa da Rosa, homem habituado a treinar avançados. Mas a mudança foi mais radical, a Inglaterra apresentou-se recheada de jovens com o valor internacional por confirmar. Por confirmar estava também como seria a reacção da equipa no primeiro torneio sem Wilkinson. A campanha começou tímida, mas com o tempo a equipa foi-se consolidando e chegou ao fim em bom plano, com uma vitória por 30-9 contra a Irlanda. O problema foi mesmo a derrota com Gales, mas como seria se aquele ensaio no último segundo tivesse sido validado? Não haverá inglês que não pense isto.

    A vitória viajou até Gales. Foi justa. Foram os melhores, nunca vacilaram e mostraram sempre um rugby de alto nível, atractivo e de ataque. Gales tem uma equipa jovem onde se destacam homens como Sam Warburton (o try-saver que fez a Tuilagi é das coisas mais maravilhosas que vi neste torneio) e Leigh Halfpenny. A juventude dos defesas fica completa com a maturidade dos avançados, como Adam Jones ou Alun-Wyn-Jones.

O Grand Slam é apenas mais uma honra para uma equipa que promete voos ainda maiores.

Infelizmente acabou o espectáculo no Hemisfério Norte, viremos agora a nossa atenção mais para Sul, onde a festa começará em breve.

 

By Pedro Santos

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