Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

18
Jul11

Bloco Triplo

Ricardo Norton

XII Lousã Summer Cup

 

Após uma longa paragem por razões académicas, o espaço do “Bloco Triplo” está de volta ao minuto zero, na esperança de retomar a sua normal actividade.


     

          Venho hoje falar da XII Lousã Summer Cup, que decorreu de 6 a 10 de Julho, na vila da Lousã. Esta prova, destinada ao escalão de Infantis e iniciados, cada vez mais se afirma como a última prova do calendário indoor em Portugal, e uma das mais importantes para as equipas dos escalões de fornação. Oferece aos seus participantes uma semana de muito voleibol e muito convívio, onde se começa a delinear a nova época num estilo de festa e descontracção, típico daquele torneio. Com a alimentação e alojamento a cargo da organização, aos participantes apenas compete fazer o que melhor sabem: jogar bom voleibol e dignificar o seu desporto.

 

          Ao longo de quatro longos dias de prova, 67 equipas competem entre si, em busca da tão ambicionada final. Mais uma vez, na edição deste ano, ficou reforçada a abrangência do torneio, com a presença de equipas estrangeiras. Representantes espanhóis e belgas juntaram-se a esta festa do voleibol, engrandecendo um momento único na vida desportiva dos pequenos praticantes. O rol de equipas ficou completo com a comparência de diversas equipas vindas desde o Norte até ao Sul, juntamente com os representantes da Madeira e Açores.

 

          A prova estendeu-se por sete pavilhões em regiões próximas à Lousã, possibilitando assim que se fizessem tantos jogos em tão curto espaço de tempo. A organização deverá ter mais atenção a este ponto, uma vez que alguns espaços não têm condições para uma prática correcta da modalidade. Mesmo assim, suportados por uma vasta rede de voluntários, conseguiu-se assegurar com sucesso mais uma edição desta prova.

 

          Em relação ao voleibol em si mesmo, há a registar algumas surpresas e algumas continuidades. Foram muitas as equipas de Infantis que competiram no escalão superior, realizando uma prova digna de registo. A título de exemplo, a equipa de Infantis do Colégio de Lamego, campeã nacional de Infantis, atingiu o 3º lugar na prova feminina de Iniciados, estando de parabéns. Como esta foram muitas as surpresas neste torneio. Os infantis da Ala de Gondomar fizeram o pleno, juntando ao Campeonato Nacional uma vitória no Summer Cup. No escalão de Infantis femininos, na ausência do campeão nacional, coube ao 2º classificado assegurar a vitória. O Sagrado Coração de Maria, de Lisboa, derrotou a Juventude Pacense na final, assegurando assim a vitória no torneio. No escalão de Iniciados femininos, registou-se o resultado mais improvável. Na ausência de três dos quatro finalistas do campeonato, o Vitória de Guimarães ganhou o torneio. Com o Leixões, único finalista presente no campeonato, desfalcado e abaixo do seu nível habitual, as vimaranenses aproveitaram e ganharam a prova, derrotando as espanholas do CV Esplugues. Por fim, no escalão de Iniciados, coube ao Ginásio de Santo Tirso devolver ao Norte as vitórias no voleibol. Derrotaram por 3-2 o Gueifães, sagrando-se os grandes vencedores do troféu.

 

          Foram quatro dias de bom voleibol, onde se assistiram a bons jogos. Os indicadores para a época que se avizinha são positivos, cabendo agora às equipas preparar da melhor forma os desafios que aí vêm.

 

by Ricardo Norton

17
Jul11

Área de Ensaio

Pedro Santos

3ª Parte

 

       Como o tempo é pouco e há muita coisa para dizer, aproveito esta crónica para tratar um assunto que há muito tempo queria abordar. Apesar de não estar directamente relacionado com o Rugby World Cup, assume nesta competição uma dimensão diferente. Vou falar esta semana de uma das mais belas tradições do mundo do rugby. A “terceira parte”.

       Um jogo de rugby é composto por duas partes de 40 minutos. A 3ª parte é tão ou mais importante que as outras duas (dependendo obviamente do nível competitivo de que se está a falar).

Mas o que é então a 3ª parte? A 3ª parte é um período que se segue ao jogoem si. Ambasas equipas reúnem-se, não só os jogadores, mas também os treinadores, presidentes, directores. São feitos elogios à prestação das equipas e relembram-se os momentos altos da partida. No fundo é um momento de confraternização que une homens que passaram os últimos 80 minutos a “lutar” dentro do campo. Por fim faz-se ainda uma menção ao árbitro. Tudo isto, claro está, acompanhado da bebida que para mim, melhor simboliza o rugby. A cerveja, pois claro.

       Quando não é possível reunir as duas equipas, a 3ª parte realiza-se na mesma. Os jogadores da equipa da casa reúnem-se, estreitando assim os laços entre si.

       Esta tradição é quase tão antiga como o próprio jogo, e é religiosamente cumprida, seja num jogo do campeonato inglês de rugby, seja num jogo de um campeonato de juniores em Portugal. É algo que faz parte do jogo.

       No mundial de rugby de 2007, o IRB fez algo que para mim foi um erro tremendo. Deu a escolher às equipas a possibilidade de comparecerem ou não nas “terceiras partes”. Claro que a maioria das equipas (e bem diga-se) não quebrou a tradição e lá esteve a festejar. Até aqui a 3ª parte é levada a sério.

Nesta mesma competição houve um acontecimento no mínimo curioso. Depois do jogo entre Portugal e a Nova Zelândia, alguns jogadores de ambas as equipas subiram novamente ao relvado e disputaram um pequeno jogo de futebol. Quem imaginaria? A melhor selecção de rugby do mundo e a única selecção amadora presente a disputar um jogo de futebol em pleno relvado?  Isto só demonstra uma coisa, até os All-Blacks levam a 3ª parte a sério. Aqui está a sua importância.

       Não conheço mais nenhum desporto que consiga fazer isto. Onde mais se vêm homens a lutar e depois a festejar alegremente, esquecendo o que se passou dentro do campo? Onde mais é possível ver a equipa mais forte e a mais fraca jogarem uma “peladinha” esquecendo que uns ganham milhões e outros estão ali por amor?

       É por isto que tenho tanto prazer em dizer que o rugby é o meu desporto, e que me orgulho por o ter escolhido.

Espero que este mundial volte a mostrar estas belas imagens, e mostre como o rugby é mesmo “um jogo de brutos, jogado por cavalheiros”.

 

      Mas enquanto o mundial não chega, há competições a decorrer.

      E é com enorme felicidade que digo que somos novamente Campeões Europeus de Sevens.

Á entrada para a etapa final do circuito havia possibilidades de Portugal se sagrar campeão, embora fosse muito difícil. Portugal teria de vencer esta etapa e esperar que a Inglaterra não alcançasse sequer as meias-finais da Taça Cup.

      A Inglaterra “fez o seu trabalho” ou seja ficou em 3ª lugar no grupo e apurou-se apenas para as meias-finais da Taça Plate. Cabia então a Portugal fazer a sua parte. E com tranquilidade “Os Lobos” atingiram a final onde encontraram a vizinha Espanha.

      E quem viu a final não pode ter ficado indiferente. Quando tocou a sirene perdíamos por 10-7, e apenas havia uma jogada para vencer a partida. Se perdêssemos a bola, perdíamos também o Europeu. Mas uma concentração fantástica e uma arrancada espectacular de Duarte Moreira deram-nos a 8ª vitória nesta competição. E este ano foi ainda mais difícil. A Inglaterra apostou forte neste Circuito, e a Espanha provou mais uma vez a sua evolução em sevens. Mas o que interessa, é que a taça é nossa.

       O Tri Nations Series começa no próximo sábado. Austrália e África do Sul abrem as hostilidades em Sidney. Em ano de mundial, será um Tri Nations para fazer algumas experiências e perceber se estas equipas estão em forma para levantar a “pequena” Webb Ellis.

       A Pacific Nations Cup chegou ao fim. Na quarta-feira passada, o Japão venceu as Fiji (24-13), enquanto que no “derby” Tonga-Samoa, Tonga venceu por (29-19).

       Apesar de Japão e Fiji terem acabado em igualdade pontual, o Japão tinha vantagem no confronto directo e venceu a prova. Boas indicações japonesas para o mundial. Veremos com será a prestação japonesa e até que ponto evoluiu o rugby japonês desde 2007.

       Por fim, já temos calendários para os campeonatos nacionais. O nosso Campeonato Super Bock (a divisão de Honra, campeonato maior do nosso rugby), arranca no fim-de-semana de 24 e 25 de Setembro. A 1ª jornada irá opor os campeões Agronomia e os recém chegados CDUP, na Tapada, enquanto que em Monsanto haverá um sempre especial Direito – CDUL. Em Setembro cá estaremos para acompanhar estas andanças.

 

By Pedro Santos

16
Jul11

A Guerra Das Rosas

Pedro Salvador

A Ameaça Vermelha

 

         O Benfica começa este defeso com uma grande mensagem de superioridade para os restantes concorrentes na Liga, assegurando contratações para a época 2011/2012, no mínimo, geniais.

         Depois de se falar da possível vinda de Gregory Stempin para o emblema encarnado, e do provável retorno das revelações da última edição da liga, António Monteiro e Tomás Barroso, que estavam emprestados ao Penafiel e ao Ginásio Clube Figueirense respectivamente, uma notícia bombástica sai novamente da Luz.

         Numa altura em que a pré-temporada está longe de começar, e as transferências estão completamente paradas para grande parte das equipas, o benfica anuncia um pré-acordo com João “Betinho” Gomes, antigo jogador do Breogán, da LEB Oro espanhola, formado no Barreirense, e mais conhecido por ser o primeiro jogador português, proveniente de um clube profissional português, a entrar no Draft da NBA. Mas a vinda do extremo português não está certa para o Benfica.

         O acordo com os encarnados, fixado em três temporadas, poderá ficar sem efeito caso chegue ao jogador, até dia 15 de Agosto, uma proposta mais aliciante vinda do estrangeiro, mais própriamente vinda da liga ACB ou da Liga Italiana. Isso poderá ser um contratempo para o Benfica, sendo que Betinho é um jogador muito reputado, que costuma entrar constantemente na agenda das equipas mais modestas das grandes ligas europeias.

 

 

         Caso o Benfica consiga assegurar os serviços de Betinho e, apesar de mais difícilmente, de Stempin, e com o retorno dos dois jovens portugueses (Barroso e Monteiro), que já provaram ter o grau de exigência e de qualidade necessário no Benfica, teremos um claro excedente de atletas para o próximo ano no plantel encarnado, a ser possivelmente agravado com a chegada de mais três ou quatro estrangeiros e com a subida dos jogadores que já não cumprem a idade de sub-20. Novamente terão que emagrecer o plantel, deixando sair jogadores que, em princípio, mais tarde se provarão capazes de jogar com regularidade no plantel encarnado.

         Toda a Liga para além do Benfica está praticamente parada ou em situação desconhecida no que toca ao mercado de transferências, mas isso pode ser devido ao facto de ainda se estar num estado muito inicial do defeso, e as equipas estão mais atentas aos seus atletas a serviço da Selecção Nacional do que propriamente à contratação de novos jogadores. Daqui a um mês estaremos com certeza num patamar completamente diferente no que toca a reforços e dispensas. Agora só contratam em força as grandes equipas.

         Impressiona, portanto a falta de nomes por parte do Porto, actual Campeão Nacional para contrapor essa assentada de nomes de qualidade dados pelo Benfica. Talvez seguindo uma política de só anunciar depois de contratar, o Porto está até agora em silêncio no mercado, falando-se apenas do regresso de outra grande revelação do último campeonato, André Bessa. Uma grande jogada no mercado por parte do Futebol Clube do Porto seria segurar Gregory Stempin. Novas contratações, isso logo se verá...

16
Jul11

Primeiras notas

Minuto Zero

1. Depois do problemático estagio na Suíça, o Benfica acelera a sua preparação para aquele que parece ser o primeiro teste de força, não só em termos de qualidade, mas sobretudo, em termos de atitude competitiva.

O duelo com o Trabzonspor, será, mais do que a prova do crescimento colectivo, um duro teste anímico, face a uma segunda mão num ambiente adverso, face a um adversário que faz do espírito guerreiro arma fundamental.

Enquanto não chegam os primeiros jogos oficiais, deixo nota de vários pormenores que tem deixado os primeiros 4 jogos disputados.

Na defesa, André Almeida, Wass e Roderick, dificilmente ficaram no plantel. Miguel Vítor poderá ser interessante, sobretudo pela necessidade de cumprir com os mínimos impostos pela UEFA, quanto a jogadores formados no clube. Esta mais maduro, cresceu fisicamente, fez lhe bem o tempo em Inglaterra. Jardel dificilmente sairá do banco esta temporada, com Luisao e Garay como amplos favoritos a um lugar no 11.

Na esquerda os maiores problemas. Será necessário contratar um jogador que, de facto, garanta rendimento imediato, podendo integrar-se o mais rápido possível no eixo. Carole, constitui uma aposta com futuro, jogador com potencial, e, ao contrario do que tem sido dito, não esta dispensado por Jorge Jesus, mas sim, na selecção francesa que vai estar na Colômbia a disputar o mundial de Sub-20.

No meio-campo, o nível de competitividade esta temporada será com toda a certeza enorme. Matic, apesar de jogar fora de posição habitual, para já, tem claramente muito potencial a explorar. Mas mais do que Matic, jogadores como Enzo Perez, Bruno César ou Witsel, deixam claramente a indicação, de que, devidamente integrados serão jogadores muito acima da media. Enzo será, depois da saída de Di Maria, o flanqueador de maior capacidade de definição. Não será tão forte no 1x1, mas tem um entendimento do jogo bem mais capaz do que o companheiro de selecção, agora ao serviço do Real Madrid. Depois, define cada lance com um critério muito cuidado, seja com cruzamentos perigosos, seja com passes para as costas da defesa, seja em progressão e remate.

Bruno César, parece demasiado lento para ser verdadeiramente um ala, mas a sua capacidade técnica, de passe e leitura de jogo, encaixa num perfil de interior, que juntamente com jogadores com grande disponibilidade técnica como Aimar, Saviola, Perez ou Gaitan. Jogador interessante sem duvida.

Quanto a Witsel, confesso que terá sido a contratação que mais me empolga. Na Bélgica, jogava num meio-campo a 3, de grande qualidade, próximo de um jogador de enorme capacidade técnica e de organização de jogo: Defour. Witsel, era, no Standard, o complemento perfeito a este jogador. Tem enorme potencial atlético, sabe sair com bola, joga simples, equilibra, tem uma intensidade de jogo que lhe permitiria jogar, seja em Portugal, seja em Inglaterra. Jogador de Top.

Nolito, Gaitan, Amorim, devem completar o leque de opções, garantido uma competitividade interna de grande nível.

No ataque, a grande duvida será mesmo a que nível ira estar Saviola. Este pormenor será decisivo na temporada encarnada.

 

2. Grande noticia, sobretudo para aqueles que não querem dispor de 25 euros mensais para ter Sporttv. A Benfica TV, anunciou, 180 jogos internacionais só, ate ao final do ano, pelo que mais deveram ser conseguidos para 2012. Ao que tudo indica, para alem da pré-temporada de alguns maiores clubes do futebol europeu, garantiu também jogos de qualificação para o Mundial de 2014 da zona sul-americana. Nao esta confirmado, mas espero também que garanta a transmissão dos principais jogos do brasileirao e campeonato argentino, aos quais se podem juntar ligas como a Holandesa ou a Turca. Os adeptos de futebol, benfiquistas ou não, agradecem.

 

By Tiago Luís Santos

 

13
Jul11

Em Frente

Jorge Sousa

Milhões e Ambições

 

        Nem oito, nem oitenta. A realidade leonina é que actualmente dispõe de meios financeiros suficientes (e mesmo exagerados) para lutar apenas por um terceiro lugar e insuficientes para a luta pretendida pelo título nacional, pelo menos aparentemente. Não vale mesmo a pena comparar os orçamentos do Sporting com os rivais da segunda circular e com os do Porto. Um jogador que custe ao Sporting mais de cinco milhões de euros, perante o exigente tribunal de Alvalade, tem o dever de assumir prontamente uma posição de destaque na equipa. No Benfica e no Porto existe a possibilidade de, por valores idênticos, assumir erros provenientes de verdadeiros tiros no escuro. Teoricamente o clube leonino começa já a época arrumado no terceiro lugar, devido a erros no passado que comprometeram a saúde financeira da instituição. Todavia a época de 1999/2000 (eram tempos mais desafogados é certo, mas o plantel era bem menos cotado que o do então penta-campeão FC Porto) provou que tudo pode acontecer com um colectivo coeso e pragmático.

 

 

        Foram várias as contratações a custo reduzido do clube e nem de outra forma poderia ser. De forma a combater o domínio dos outros dois grandes de Portugal é necessário uma elevada astúcia e um rico conhecimento do mercado nacional e internacional. A contratação de internacionais holandeses, argentino e jogadores de elevado potencial que podem levar a futuros encaixes financeiros importantes para a saúde do clube, revelam-se assim uma boa estratégia de Carlos Freitas e Luís Duque. Se considerarmos ainda que o treinador Domingos Paciência tenha tido os jogadores que exigiu (Rodriguez e Luís Aguiar) então melhor ainda. Teoricamente partimos então atrás, mas na prática a dinâmica leonina 2011/2012 pode realmente dar alguns frutos. Pode dar uma, duas taças, pode não dar nada, mas aparentemente deverão o plantel e os resultados sofrer melhorias relevantes em comparação com as últimas duas épocas, verdadeiras tragédias para a massa adepta leonina.

 

        Com a possibilidade que o Sporting tem, elogiando neste ponto a direcção, de poder contar com grande parte da estrutura que levou o Braga ao ponto de potência emergente no panorama nacional e internacional (Carlos Freitas, a equipa técnica e determinados jogadores), poderá o Sporting ser uma ameaça perante os milhões dos rivais? Só o tempo o dirá.

 

Saudações Leoninas,

by Jorge Sousa

13
Jul11

Porque a vida também é feita a correr...

João Perfeito

Benfica conquista pleno e dobra segundo classificado,
nus campeonatos recheados de boas marcas individuais

                     

 

                  O Benfica, claro favorito à partida, sagrou-se no passado fim-de-semana campeão nacional de juniores masculinos e femininos.

                  As jovens águias somaram 288 pontos, mais do dobro do segundo e terceiro classificados, com 134 pontos- Sporting e Braga, respectivamente. Por seu turno, os jovens águias também não quiseram ficar atrás e mais que dominaram ao totalizarem 277 pontos, bastante mais do dobro dos 112 da Juventude Vidigalense, e imagine-se, mais de 5 vezes do que o terceiro classificado - Sporting com 55 pontos.

Todo este domínio avassalador como exprimi é preocupante para o futuro da modalidade. A falta de competitividade das classificações colectivas, leva a que o nível de motivação dos atletas caia em flecha, felizmente a ansiedade de conseguir mínimos para o europeu da categoria acaba com toda esta aparente facilidade.

                   Assim, no plano geral, mais do que falar em proeza colectiva, nada mais do que o efectivamente esperado, é essencial observar as prestações individuais e perspectivar o modo como podem contribuírem para o futuro do atletismo nacional.

Por isso, antes de mais, as minhas felicitações para Tiago Aperta. A jovem pérola do dardo nacional despediu-se do escalão júnior em terras lusas, com o record nacional sénior- 73,94 metros. Sem ainda completar 20 anos de idade, Tiago Aperta é já o melhor lançador de dardo da história do nosso país, uma proeza que mesmo face à mediocridade de nível que sempre tivemos nos lançamentos, jamais poderá ser desvalorizada. É preocupante, pensarmos que o nosso recordista nacional sénior, ainda júnior apenas tem a sexta melhor marca europeia júnior do ano. Contudo, este é o primeiro passo, rumo à inversão da mistificação de que no nosso atletismo apenas sabemos correr.

                  Quem também esteve em destaque, mas sim pela surpresa foi Rui Pinto. O único júnior luso de sempre, medalhado num europeu de cross, venceu os 800 metros. Abdicando dos 1500, 3000 e 5000 metros. Depois duma formação repleta de êxitos e de marcas de valia nestas distâncias, Rui Pinto certamente quis completar o pleno de medalhas em todas as provas de meio-fundo e apurar a sua velocidade para os europeus que se avizinham.

Emanuel Rolim, não marcou presença nos nacionais, o que levou a uma disputa cerradíssima nos 1500 metros, como há muito não se via. O juvenil Bruno Varela confirmou a excelente época que tem vindo a realizar e sagrou-se campeão nacional júnior destronando toda a concorrência.

Nos 100 metros destaque para a vitória do benfiquista, Diogo Antunes que superou o favorito Gorga Biveti, carimbando o passaporte para o europeu.

No duplo hectómetro, no sector feminino, Diana Cerqueira acabou com a total hegemonia na velocidade da barreirista Eva Vital, conseguindo in extremis os mínimos para os europeus.

                Quem também estará em Tallin, a representar Portugal, será Débora Santos, a ex-campeã nacional júnior de corta-mato, aproveitou a boleia, da recordista nacional júnior, Catarina Carvalho e com 10.43 nos 3000 metros obstáculos fixou os mínimos exigidos.

Rúben Miranda voltou a suplantar largamente toda a concorrência, vencendo destacadíssimo no Salto à Vara, ameaçando um futuro risonho na variante.

                  André Biveti nos 200 metros, Elisabete Silva no dardo foram os últimos atletas a carimbaram a presença no europeu.

No total, serão 21 os representantes lusos no europeu, sendo 12 do Benfica, uma delegação felizmente bem numerada, onde Emanuel Rolim, Rui Pinto, Tiago Aperta e Eva Vital pontificam como expoente máximo, rumo ao desejo incessante de medalhas internacionais na formação, que bem escasseiam no nosso palmarés recente.

 

By João Perfeito

12
Jul11

Steve Field

Steve Grácio

Notas, parte 5

 

1 – Com muita pena minha, não tenho acompanhado tão de perto a Copa América como gostaria. Posto isto, não poderei fazer uma análise pormenorizada como gostaria. Do que tenho visto, mais uma vez irei repetir-me ao dizer que as equipas sul americanas não me encantam, apesar do enorme talento dos seus jogadores. O Brasil é das piores selecções, uma selecção que vive da inspiração de jogadores medianos como Ganso e Neymar, jogadores que os media teimam em endeusar, incrivelmente. A argentina, a selecção com maior talento individual, teima em não resultar colectivamente, quem sabe por pensar que Messi de um momento para o outro resolve, e isso mesmo ao melhor do mundo nem sempre é possível. No entanto, pelo que vi no último encontro, já com uma dinâmica ofensiva mais forte, considere-os os favoritos à vitória final, apesar de continuar a dizer que o Uruguai ao melhor nível poderá fazer estragos.

Nas restantes equipas, a surpresa poderá vir por parte da Colômbia, provavelmente a equipa que melhor se apresentou até então. Chile e Uruguai têm uma palavra a dizer, e pelo que vi das duas grandes selecções, razões para sonhar não faltam. Uma competição que apesar do desinteresse que tem provocado, não é para perder de vista.

 

2 – Tal como na Copa América, nas duas outras competições também será difícil uma análise mais ao pormenor. No entanto, no mundial feminino tenho conseguido acompanhar e a surpresa tem sido grande pelo elevado nível apresentado. A grande favorita Brasil claudicou nos penaltys, deixando caminho aberto para os EUA e a Suécia que irão medir forças, respectivamente, com França e Japão, duas meias-finais que prometem, para acompanhar amanhã.

Nota final para a Brasileira Marta que é, de facto, uma jogadora de outro mundo. Pena que não poderá jogar mais na competição face à eliminação da sua selecção, mas a sua qualidade ficou bem patente nos jogos que disputou. Mais um caso a comprovar que o talento não se mede pelo género.

No mundial sub-17, vitória da equipa da casa, que se apresentou sempre muito madura para a idade dos seus atletas. Os jogos das meias-finais, o jogo de atribuição do terceiro e quarto lugar e a final foram verdadeiros hinos ao futebol. Venceu a equipa que melhor explorou os erros adversários, pois a qualidade era homogénea. Foi um torneio bastante atractivo, com grandes valores a despontar e que deu para verificar a evolução de um país a nível futebolístico. As melhores selecções na competição são das melhores selecções a nível sénior, prova que os sucessos começam a ser alcançados na base.

 

3 – Nota final para a desilusão vinda da luz. É certo que estamos na pré-época, altura ideal para errar. O que me preocupa não são as derrotas. Preocupa-me sim a má gestão do clube. Não há substituto para Coentrão, Maxi quer sair e não há substituto, os centrais são fracos para o nível pretendido, algo que pode ser remediado com a vinda de Garay, que fará uma boa dupla com Luisão, só que sem substitutos à altura. Não há substituto para Salvio. O Benfica contrata muito, mas contrata muito mal. Não contrata o que necessita, parece que o dinheiro abunda e que o que interessa é contratar avançados (por falar em avançados, que desperdício desaproveitar um jogador como Rodrigo). Enfim, mais um ano pintado de azul. Fraco Benfica, muito fraco.

 

By Steve Grácio

12
Jul11

Buzzer - Beater

Óscar Morgado

15 anos de WNBA, 15 jogadoras

 

         A NBA anda aos caídos. A falta de acordo salarial entre jogadores e proprietários das equipas faz com que as minhas visitas ao site dos meus favoritos do browser de Internet se tornem frustrantes. Algo como uma notícia nova a cada três dias. Não se podem usar fotos de jogadores actuais, nem falar deles. E portanto viro-me para outros temas.

         Já tinha prometido abordar mais a WNBA no Verão, quando a competição decorre. Noutra ocasião já expus um pouco a liga e o basquetebol feminino em geral. Hoje tenciono falar da votação para as 15 melhores jogadoras de sempre da WNBA, a melhor liga feminina de basquetebol do mundo. Criada em 1996, o 15º aniversário da competição motiva a escolha das atletas. Poderão consultar a lista em http://top15players.wnba.com/.

         Estão lá 30 nomes, a maioria de jogadoras que ainda estão em exercício, e outras tantas já reformadas. Vou dar destaque a algumas que acho que merecem estar nas 15 finais. De notar que não conheço as jogadoras com a profundidade que conheço os do basquetebol masculino, mas ainda assim reconheço algum do palmarés impressionante que algumas carregam.

         Cynthia Cooper, lenda das extintas Houston Comets, juntamente com as colegas do ex-trio letal Tina Thompson e Sheryl Swoopes, Lisa Leslie, ex-MVP pelas LA Sparks bem como Candace Parker (actual estrela da equipa que está há 3 anos na liga e no ano de rookie foi MVP; além disso estas duas últimas são duas das 4 mulheres até hoje a afundar num jogo da WNBA) Lauren Jackson e Sue Bird, o duo mortífero das Seattle Storm, a italiana Diana Taurasi, ex-MVP pelos Phoenix Mercury, e finalmente Yolanda Griffith (já reformada) e a nossa conterrânea Ticha Penicheiro, estrelas do título das já extintas Sacramento Monarchs em 2005. Estas são para mim as atletas que mais se distinguem dos nomes em voga, seja por prémios individuais ou colectivos já obtidos, bem como pela forma como jogam.

         A nível da eleição, acho finalmente justo que após já ter havido uma eleição para os 50 melhores jogadores de sempre da NBA em 1996, se faça algo semelhante para as senhoras. Tal como já disse numa crónica há alguns meses, o jogo feminino apenas peca pela falta de espectacularidade (muito devido aos escassos afundanços) e por menos aptidão física das jogadoras em relação aos homens (que está ligado com a razão anterior). De resto, considero-o tecnicamente equiparável ao masculino (com a indispensável excepção à mecânica de lançamento feminina). Infelizmente acho que se aposta demasiado na WNBA como entretenimento de Verão para quando a NBA está parada. Apenas 34 jogos são feitos por cada equipa (em contraste com os 82 dos homens) e as jogadoras são quase que obrigadas a jogar na Europa ou noutro continente o resto do ano para continuarem a competir e, logicamente, a ganhar dinheiro. Isto gera um desgaste grande nas jogadoras, que quase não têm férias, entre pré-épocas, playoffs para duas equipas, etc.~

         Actualmente são as Indiana Fever que vão à frente na fase regular, com 9 vitórias e 3 derrotas na Conferência de Este, lideradas por Tameka Catchings e Katie Douglas.

 

by Óscar Morgado

10
Jul11

Área de Ensaio

Pedro Santos

Favoritos

 

      

       Tudo o que envolve prever o futuro, é regra geral, de desconfiar. Este é feito de factores tão aleatórios que é quase impossível antecipá-lo.

Contudo, há situações em que é possível saber-se de antemão o que acontecerá, com mais ou menos de certeza.

       E digo isto porque eu próprio vou faze-lo. Vou tornar-me por momentos em vidente, bruxo ou que lhe queiram chamar e vou antecipar quem vencerá o Campeonato do Mundo de Rugby. E faço-o porque não é difícil.

       O vencedor sairá certamente de um grupo de quatro selecções, a Nova Zelândia, crónica candidata que apenas terá a história contra si, a Africa do Sul, que neste momento consegue aliar jogadores veteranos como John Smit ou Victor Matfield, com jovens de imenso valor como Bismarck du Plessis e Morné Stein, a Inglaterra que aparecerá super motivada depois da vitória no Torneio das Seis Nações, e a Austrália. A Austrália é um caso “estranho”. Não vence um Tri Nations Cup desde 2001, no último mundial não passaram dos quartos de final, e os últimos resultados em jogos amigáveis não têm sido nada de surpreendente. Mas não podem nunca ser excluídos deste lote de super -favoritos, ainda para mais sabendo que se irão apresentar no mundial com vários jogadores que venceram o Super 15 ao serviço dos Reds. Motivação não faltará a estes jogadores certamente.

       Apesar de selecções como a Irlanda, a França, a Argentina ou a Escócia serem selecções fortes, ninguém aposta nelas para uma vitória final, e se isso acontecesse seria no mínimo surpreendente. E no rugby, as surpresas raramente acontecem.

 

       Como já referi, o Reds venceram o Super 15. É justo, foram a melhor equipa durante a época. Acabaram a fase regular em primeiro, chegaram á final vencendo os Blues nas meias-finais e na final derrotaram os Crusaders por 18-13. O jogo teve uma primeira parte muito fechada, com as equipas a não quererem cometer erros, com o avançar do relógio, o jogo abriu e os Reds conseguiram superiorizar-se a uns Crusaders muito desgastados, e a acusarem claramente os muitos meses de competição. Os últimos minutos foram um “hino à defesa” com os australianos a defenderam a magra vantagem com placagens espantosas. O troféu do primeiro Super 15 viaja assim até à província de Queensland, casa dos Reds.

       O Circuito Europeu de Sevens regressou este fim-de-semana. Depois de duas vitórias inglesas nas duas primeiras etapas. Portugal voltou a não corresponder às expectativas, até venceu o grupo (a derrota com a Ucrânia é uma surpresa), mas nas meias – finais da Taça Cup perdeu com o Itália e perdeu novamente a hipótese de vencer o Circuito. Este não é mesmo o nosso ano.

       No Pacific Nations Cup, os resultados desta semana foram curiosos, Tonga, depois de ter vencido as Fiji, perdeu com o Japão (27-28), e Samoa que havia vencido o Japão, foi derrotada pelas Fiji (36-18). A disputa deste troféu está ao rubro.

 

       Gostaria de finalizar com um facto curioso. Quem diria que o Japão passaria a ser a nova “Meca” do rugby mundial? A vários anos que o Japão aposta no rugby, mas agora como nunca os japoneses parecem querer investir os seus Yen’s no rugby. São vários os jogadores que a seguir ao Rugby World Cup irão jogar para o país do sol nascente. Jogadores como os Springbooks Fourie du Preez e Danie Rossouw, o inglês James Haskell, o escocês Scott MacLeod ou o Segunda Linha neozelandês Brad Thorn.

       Isto tornará o rugby japonês muito mais competitivo, para além de atrair novos jogadores. Os efeitos na selecção japonesa não serão imediatos, mas daqui a 5/6 anos aparecerão, e serão certamente muito positivos.

 

By Pedro Santos

09
Jul11

Futebol de Verão

Minuto Zero

1. Em primeiro lugar peço desculpa a todos leitores pelo facto de na semana passada não ter postado. Prometo não repetir mas por vezes surgem imprevistos, e por respeito à ordem de postagem semanal, preferi não colocar qualquer texto.

 

Falando agora de futebol, a Copa America tem deixado todos os adeptos de futebol a pensar que passa na cabeça dos jogadores convocados para a competição, nomeadamente os jogadores dos dois colossos Brasil e Argentina.

Miserável, será o termo correcto para descrever as exibições destas duas "super" formações. As grandes expectativas em relação a uma Argentina inspirada no fabuloso futebol do Barcelona, até ao momento, e a não ser que ocorra algum milagre, saem completamente goradas. Messi vive no centro do ataque como um diamante perdido, no meio de 4/5 defesas. A condição física, também não tem ajudado, e diga-se a verdade, os colegas muitos menos, salvo a excepção de Kun Aguerro, o único que parece estar a procurar garantir um lugar no onze inicial. Mas o que mais que incomoda ao ver esta triste Argentina de Batista, é a falta de um jogador que organize as transições ofensivas. Banega é um excelente médio a equilibrar, Cambiasso e Mascherano são apenas enganches defensivos. Pastore no banco... Lucho Gonzàlez, à mais de 2 anos longe da selecção.. incompreensível. 

 

Do Brasil pouco mais. Neymar, Ganso, Lucas, jovens promessas de grande jogador, mas que até ao momento parecem necessitar de ganhar um outro estofo. Tardam em vir jogar para a Europa, e na minha sincera opinião, isso esta a prejudicar o seu crescimento competitivo. De Neymar um sinal ainda mais preocupante, relacionado com as suas atitudes fora e dentro de campo, que deixam enormes duvidas aos gigantes europeus ávidos do seu talento.

 

Sinais positivos para já, só mesmo do Chile. Com Matias Fernandez lesionado, o rendimento da equipa decresce, mas a verdade é que o maior talento chileno continua a fazer miséria. Alexís Sanchéz já mostrou que pode virar um jogo às avessas, revelando-se um jogador de um nível que muitos, depois da sua tremida passagem pelo River Plate, nunca pensaram ver. Tem velocidade, especialmente com bola, mas o mais impressionante é a forma como muda de direcção, isto para além de finalizar bem e ser inteligente nas movimentações. Está a ser negociado pelo Barcelona, e muito em breve, poderá explodir como mais uma grande estrela no futebol culé. Olhando para o seu estilo, diria que encaixa que nem uma luva na equipe de Guardiola.

 

3. Com a NBA parada, o futebol a meio gás, as manhãs de Sabado ganharam nas ultimas semanas uma nova motivação para os amantes de desporto em Portugal. O Super 15, maior torneio do Rubgy austral, pelo menos em termos de clubes, deixa água na boca para aquilo que irá ser o mundial.

A vitória dos Reds, equipa Australiana, deixa antever que a própria selecção do seu país pode ter esperanças renovadas para a disputa do campeonato do mundo deste ano. Quade Cooper e Will Genia, dupla de médios, relevam-se como dois dos potencias jogadores decisivos no mundial.

Apesar da vitória dos Reds, o que mais ficou na retina foi a qualidade dos Crusaders, equipa da cidade neozelandesa de Crischurch. Com Daniel Carter, McChaw, Sonny B. Williams, Cruden, Maithland ou Guilford... deixa antever que o seleccionador neozelandês vai ter uma difícil tarefa na hora de decidir quem vai ao mundial.

Confesso que não é a minha praia o Rugby, mas acreditem que me esforcei para não dizer nenhum disparate. Por agora o Rugby de top ganhou um adepto, espero que continuem a apostar nas transmissões deste desporto a nível internacional.

 

 

 

By Tiago Luís Santos